FILOSOFANDO
“A verdade é que não há verdade.” PABLO NERUDA (1904/1973), poeta chileno, cujo nome verdadeiro era Ricardo Eliécer Neftalí Reyes Basoalto. Neruda recebeu o Nobel de Literatura em 1971. Teve também uma sólida carreira diplomática, iniciada em 1927, quando foi cônsul chileno na Birmânia.
DIAS CONTADOS
Deixemos um pouco de lado a pobre política rondoniense para abrirmos a coluna dessa nova semana com a expectativa de um ponto positivo desenhado no cenário da nacional.
Diante das reações de nomes expressivos da vida pública brasileira, incluindo-se ministros do STF, parece estar com os dias contados o foro privilegiado que dá a deputados e senadores a prerrogativa de ser julgados pelo Supremo Tribunal Federal.
Não, ainda não excrescência para acabar no simples estalar de dedos. A distorção dificilmente resistirá mais do que dois anos. O fim do fórum especial deve ajudar a julgar inclusive um monte de políticos rondonienses enrolados até o pescoço em esquemas fraudulentos que fazem de tudo para conseguir a impunidade.
POR POUCO
Certamente muitos políticos rondonienses estão tomando doses maiores de rivotril. E não se fala aqui do barbudo do sertão rondoniense não.
Muitos dos personagens travestidos de vestais andaram sendo alimentados pelas empreiteiras das grandes obras do passado não muito distante. Estão apavorados com uma decisão que deve ocorrer brevemente.
É dada como certa a decisão destinada a causar impacto na crise instalada nas instituições políticas.
E até no mundo togado vai haver reflexos com a extinção do segredo de justiça para a divulgação da lista dos acusados por ex-dirigentes da Odebrecht. Está por pouco o conhecimento dos nomes de políticos envolvidos em recebimento de propinas e crimes correlatos.
A MÍDIA AMIGA
Valdir Raupp, pelo que consta, é apenas um dos políticos de Rondônia com o cabelo arrepiado diante dos avanços da Lava Jato. A preocupação do senador e maior cacique do PMDB rondoniense não aflora na mídia do estado. Ela é sempre dócil ao político prefere publicar as eternas promessas de liberação de recursos federais para tudo, até mesmo aquele tudo que nunca vira realidade. Afinal, Raupp é o rei da confraternização natalina com o enorme número de homens de mídia marcando presença nos seus rega-bofes.
REVERSÃO IMPOSSÍVEL
Suas réplicas – quando acontecem – visam a mídia nacional. A última decisão do STF sobre a suposta destinação de propinas ao senador do PMDB via Hidrelétrica de Belo Monte, ocupa já o senador no preparo de sua defesa. Não será fácil reverter os efeitos dessa porta que abriu até para cassações de mandatos de quem andou dividindo a enorme montanha de propinas (fala-se em 1% do valor de Belo Monte) e acaba virando réu no rumoroso processo.
REVIRADAS
Apesar da lentidão das apurações, a Operação Lava Jato prossegue e não haverá como esvaziá-la. Os próximos resultados das investigações, do andamento dos processos deverão revirar de cabeça para baixo até as futuras composições (muitas dadas como certas) para a disputa das eleições de 2018. Não dá para fazer assertivas, mas é possível raciocinar sobre a expectativa de que o partido do PMDB poderá sofrer até mesmo o desfalque da escalação de sua figura maior nas próximas eleições.
EXAUSTÃO
Retorna com o exagero total a veiculação das campanhas de publicidade do governo e também do legislativo nas mídias do estado. Até parece essas campanhas de lançamentos de shampoos ou de alguma quinquilharia para o consumo de massa. E como se políticos locais fossem cegos e surdos diante das exigências éticas da opinião pública. Eles continuam não vendo os sinais de exaustão do povo com o desperdício de dinheiro e da roubalheira dos cofres públicos.
IMORAIS
Como essas instituições agem em total discordância com as aspirações populares, resta cobrar ações para por um ponto nesses comportamentos completamente imorais de torrar dinheiro do contribuinte da parte dos MPs e do TCE.
SERÃO APEADOS
Fechar os olhos para esse desperdício do dinheiro do contribuinte, simplesmente para atender interesses paroquiais e corporativos, é a maior bobagem que um político no comando de alguma instituição pode fazer especialmente se pretende continuar alçando vôos na vida pública.
É cada vez maior a tendência da população em apear quem demonstra desprezo pela moralidade. Na área da publicidade paga com o dinheiro do contribuinte, salvo as raríssimas exceções, o que se vê é deprimente, inaceitável e revoltante.
QUESTÃO DE TEMPO
No cenário de constante erosão, ter um capital político positivo como ainda é o caso do prefeito Hildon Chaves deve ser motivo de tranquilidade para quem tem pela frente os enormes desafios de despertar uma administração pública tão erodida como a de Porto Velho, vítima de muitos prefeitos mequetrefes ao longo de sua história.
Mas se o prefeito tucano mantiver fidelidade (ou compaixão) com os trapalhões ao seu redor (fabricantes de arapucas desnecessárias, tais como “Quinquênios” e “Doação de Áreas Públicas) pode ver seu principal capital se esvair. Está claramente comprovado: esse pessoal preso a táticas medíocres não é saída para nada. Se continuarem vão destruir o melhor capital que um prefeito já teve no comando de Porto Velho. E será só uma questão de tempo.
EMUDECEU
De minha parte a opinião se reforça sempre que leio (argh!) o tal blog do Confúcio. O governador rondoniense se notabiliza por dizer (especialmente quando tenta escrever) besteiras. Nem sei como tem coragem de disputar (como afirmam seus áulicos nos dias de hoje) a cadeira do Senado em 2018. Como estamos em Rondônia, apesar do desempenho (que só é notório na propaganda) pífio não se podem descartar totalmente suas chances. Afinal, por aqui se elegem até corruptos reconhecidos publicamente ou mesmo egressos do sistema penal.
Interessante é registrar o silêncio total do governo rondoniense sobre as indenizações aos presos em estabelecimentos degradantes, como soem ser as prisões estaduais, que já foram palco de chacinas. Se a decisão do STF for cobrada de Rondônia, certamente vai aumentar de forma aritmética o rombo no caixa do estado.
MANIFESTAÇÃO
Não vejo o mesmo empenho de antes na convocação dos rondonienses para a manifestação em favor da Lava Jato, marcada para o próximo dia 26. E é importante que o volume de gente nas ruas seja pelo menos igual àquele que se viu nas manifestações do passado recente, contra a corrupção.
As manifestações em defesa da Lava Jato poderão reforçar e até blindar a força-tarefa que tem refletido efeitos até na política local. Para isso precisa de muita gente na rua, de todos os admiradores de Sérgio Moro. Eventos esvaziados irão estimular uma brutal ofensiva daqueles que já tentam a qualquer custo desmontar a operação.
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