AINDA É CEDO
Sim, falta praticamente 3 semanas para o fim da campanha nas eleitoral de primeiro turno nas ruas. E nem assim é possível fazer prognósticos certeiros sobre como será o desfecho das urnas, principalmente em se tratando das casas legislativas.
As disputas contam hoje com ingredientes novos, com alinhamentos e realinhamentos imprevistos. As forças conservadoras já não se apresentam mais com a velha cara. Considerando a situação do momento, só há clareza de que Expedito Júnior deverá chegar ao segundo turno cacifado com a maior votação do primeiro. Saber qual o outro nome estará na segunda disputa ainda é algo dado somente às pitonisas.
PESQUISAS
É preciso esperar levantamentos feitos por institutos insuspeitos, infensos à pressão e manipulações internas. No ar dá para sentir uma sensação de embolamento entre a candidatura da debutante Jaqueline com a veterana candidatura da reeleição. Afinal, em termos de rejeição, a da moça é muito mais baixa do que a de Confúcio.
O candidato do PMDB carrega nessa disputa o peso de não ter governado com um programa transformador, que colocasse em primeiro plano as lutas populares e um polo dinamizador do desenvolvimento econômico, com a industrialização, o fortalecimento da produção para a geração de empregos.
DISPUTA PRESIDENCIAL
Nas caminhadas dessa semana, a quatro semanas das eleições, encontro pessoas perplexas com o que se passa no panorama político, com maus figurantes que se agitam mas não convencem. E o fator dessa disputa final, Marina, a cara nova, por sua vez parece não ter ouvido o velho conselho de Dorival Caymmi: ‘Não pinte este rosto que eu gosto…”
Marina mergulha em contradições, como em suas declarações sobre o LBGT e a energia nuclear.
DILMA
O governo Dilma não correspondeu às esperanças, esta é a realidade. A presidente decidiu agora jogar Guido Mantega debaixo do ônibus, numa tentativa de virar os prognósticos, que começam a apontar o favoritismo de Marina.
Aécio procura sobreviver com entrevistas de Armínio Fraga, que acumulou prestígio durante o governo de Fernando Henrique, e assinala que, como Ministro da Fazenda do novo governo, colocaria o país outra vez na rota do crescimento.
Pesquisas já apontam uma estabilização do crescimento de Marina. Já não apostaria num cenário tão definitivo para o segundo turno. De repente, Dilma pode até vencer.
CONTRADIÇÕES
A mim me agradaria mais ver Marina com a coragem de suas convicções evangélicas. Ou ela é evangélica ou equipara a união homossexual a uma heterossexual. Em sua crença religiosa, as duas coisas não são iguais. As conveniências eleitorais são incompatíveis com a fé religiosa.
Marina também tergiversou quanto à energia nuclear. Agora parece ter firmado o ponto de vista de se opor à energia nuclear, o que para mim seria uma lamentável concessão aos fundamentalistas ambientais.
Mesmo se fosse apenas para adotar o discurso dos ambientalistas que acenam com o perigo do aquecimento global, a energia nuclear oferece a vantagem de ser a única que praticamente lança zero dióxido de carbono à atmosfera.
Conclusão: Entre a candidatura pouco convincente de Aécio e a frustração da estagnação econômica do governo Dilma, o Brasil poderia esperar uma nova injeção de esperança com Marina.
Mas a população parece descrente e pouco disposta a acreditar nas promessas dos políticos. Inclusive aqui em Rondônia.
ERRADO É ERRADO
O pessoal multado por estacionar em fila dupla em frente a Assembleia gosta de posar de vítima dos agentes de trânsito da prefeitura que, como dizem, “só servem para multar”. Esse espírito de se achar mais importante do que a lei se manifesta sempre. Dia desses vi uma “socialite” se exasperar ao estacionar em fila dupla na porta de uma escola particular. Ora, fiquei com pena da agente de trânsito sendo humilhada pela dondoca.
Já passou da hora de pegar pesado com essa turma que não sabe nada sobre viver em sociedade, cada um fazendo seu papel de forma correta. Todos conhecem a lei, bem ou mal, mas conhecem. Por isso esse papo de conscientização já deu. É registrar, doer no bolso e aprender a lição. Aí sim rola o respeito ao próximo e a noção de civilidade, aquelas coisinhas, sabe, que se todo mundo tivesse nem de lei a gente precisava.
HABILITAÇÃO
A pessoa tem uma moto, não regulariza, passeia pelas ruas sem habilitação, sem capacete, transportando bebês (quando não é um menor pilotando) e aquela coisa toda que a gente cansa de ver e quando a polícia resolve fazer seu trabalho, o ilegal ainda tem a cara de pau de resmungar que é falta de serviço da PM, que tem ladrão solto por aí e ninguém prende e aquele papo todo sofrível e equivocado sobre prioridades. Ora, ora, então não nos preocupemos em prender os ladrões porque há assassinos soltos — e assassino é pior que ladrão. Pior muito mais do que quem não cumpre as leis de trânsito.
Lei é lei e transgredi-la é contravenção ou crime, dependendo das normas de que se trata a ocorrência. O que acontece é que tem gente por aí tão acostumada com o jeitinho, com a impunidade dos “delitos menores”, que se transforma em um péssimo cidadão. No caso do motociclista inabilitado, mais que isso, um perigo ambulante.
INTELECTUAIS
Sociólogos e cientistas políticos rondonienses têm diante de si um importante desafio. Explicar quem foi o político mais influente na história desse nosso estado, revelando os pontos mais emblemáticos de sua carreira ºem que influenciou a história desse jovem estado.
Talvez uma das respostas mais interessantes nos revele como o estado perdeu lideranças e não conseguiu renová-las.
LEI CLARA
Informes sobre compra de votos acontecem praticamente todos os dias. Esta, segundo se afirma, é uma das mais caras campanhas eleitorais. Quem não tiver muito dinheiro para gastar nessa reta final dificilmente pode aspirar uma vitória. Segundo consta tem candidaturas a deputado federal gastando verdadeiras fortunas. Uma candidata a reeleição tem quase 150 “comitês” espalhados pelo Estado.
A maioria dos candidatos se esquece de que é claríssima a definição da compra de votos no artigo 299 da Lei nº 4.737, de 15 de julho de 1965. É “dar, oferecer, prometer, solicitar ou receber, para si ou para outrem, dinheiro, dádiva, ou qualquer outra vantagem, para obter ou dar voto e para conseguir ou prometer abstenção, ainda que a oferta não seja aceita”.
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