FILOSOFANDO
“Quem não lê, não pensa, e quem não pensa será sempre servo”. PAULO FRANCIS, jornalista nascido em 2 de setembro de 1930, no Rio, e morto em 4 de fevereiro de 1997, em Nova Iorque. Foi também crítico de teatro, diretor e escritor, com passagem por todos os grandes jornais brasileiros, incluindo o Pasquim.
EDITORIALZIM
Quem poderia responder hoje a pergunta mais importante do momento: como ficaremos todos quando essa pandemia for superada e a reclusão domiciliar chegar ao fim? Eu mesmo não sei e nem tenho conseguido essa resposta na manifestação das autoridades e dos políticos veiculadas nas redes sociais. Nessa garimpagem diária apenas constato a existência de uma fase de mistificação, especialmente no segmento da saúde, com o embate dos defensores do isolamento radical e os contrários, os que pedem a flexibilização como alternativa fundamental para não quebrar ainda mais a economia.
Acredito que apenas num ponto de vista estamos todos de acordo: tudo está mudando o resultado mexe e vai mexer com todos nós. E nem poderia ser diferente, pois tudo o que ocorrer na vida tem um propósito. Talvez seja importante para todos nós fazermos uma pergunta aparentemente capciosa: Para que serve o coronavírus em nossos tempos? Se formos levar em conta a agudização do aspecto político dessa pandemia veremos que no Brasil ela serve ao lamentável propósito da esquerda em desestabilizar um governo que venceu as eleições com larga margem de votos. O período é de muita turbulência e por isso difícil de saber para onde vamos após essa enorme rebordosa.
E sobre as finalidades dessa pandemia? São várias as hipóteses possíveis para refletirmos. Uma delas é que a maior parte da sociedade, hoje, inverte as prioridades ditadas na Bíblia, que deixa claro que devemos colocar a família em primeiro plano, e na sequência vem o desenvolvimento espiritual e o trabalho. Reflete-se também, além da sobrevivência, na questão econômica, financeira, no emprego, no trabalho e tanta polêmica que se instalou no bojo das atitudes tomadas por governantes, magistrados, políticos e pelas reações diversas da própria sociedade.
É um período dominado pela incerteza e pela turbulência e por isso fica difícil dizer o que virá depois, afinal os partidos e os militantes da chamada esquerda, desalojados do poder e interrompidos na “obra” de implantar no país um estado socialista de dentro para fora, destilam ódio e dedicam suas energias debilitadas pela falta do dinheiro público desviado e obtido na maior ladroagem de todos os tempos, a detratar o governo eleito e mais do que isso, o próprio país.
O confinamento a que estamos sujeitos é uma lição de vida que se não vai mudar radicalmente o estilo de cada um, deixará marcas a serem observadas que não são só as de emprego, caixa, retomada e tudo mais que tem ficado no rastro da pandemia. A perda de vida é inestimável. Tomara que essas marcas influam na racionalidade, na produtividade, na objetividade e, por certo, na valorização das relações humanas.
Como jornalista, hoje aposentado, nunca pensei viveria uma situação como essa. Uma freada de arrumação tão abrupta, tão inesperada, e tão intensa. Em pleno século XXI. Mas, leitor, não estou na eminência do desespero. Acostumei-me com a ideia de que tudo que ocorre tem um propósito para nos ensinar a viver, a nos curar de nossos defeitos e a nos libertar de ingenuidade.
Quais são as finalidades dessa pandemia? A mais importante, pelo menos no meu caso de quase septuagenário, é que devemos colocar a família em primeiro plano (como sempre diz o Bolsonaro) e também o nosso país acima de tudo. A vida moderna impôs aumentarmos continuamente nossas necessidades e com isso a obrigação de trabalhar cada vez mais. O resultado está aí: uma sociedade com muitos problemas psicológicos. A família estabelece a solidária fraternidade.
Outra constatação importante: precisamos melhorar o nosso padrão de higiene. Precisamos cobrar das autoridades investimentos no saneamento básico. É assim que trata a higiene pessoal em termos coletivo. Hoje pela situação de vivermos sem a tão necessária rede de esgotos, essa higiene é praticada individualmente. É preciso que nossas autoridades tenham um planejamento preventivo para esses vírus que são recorrentes. O coronavírus está no mundo desde 1960.
Estamos cercados de esperanças. O Brasil, afetado duplamente, na questão da saúde pública e da política mesquinha, rasteira, fora as consequências já sabidas disso tudo, sairá mais amadurecido, embora, ainda, com ressentimentos a serem superados. Como essa mesma era da incerteza está dando, pela massificação da informação na mão de cada um, a possibilidade de se enxergar quem é quem de verdade e a verdade de cada um, na cena nacional.
Sabe, leitores, da minha parte garanto: assim como cumpro o confinamento por ser de grupo de risco, passei a valorizar muito mais pequenos detalhes do dia-a-dia da vida, pelos quais passava antes em disparada, na corrida (com que sentido?) pela mesma sobrevivência que lutamos agora, cada um a seu jeito e possibilidades. Descobri que não preciso de muito para sobreviver e então estou preparado para fortalecer a mente no equilíbrio, no bom-senso, na fé, na esperança e no amor ao próximo, investindo na simplicidade, uma vez que a complexidade leva a decadência.
SUGESTÃO AO PREFEITO
Porto Velho tem a sorte de possuir um prefeito operoso nos dias de hoje. Mesmo com a chuva continuada o prefeito Hildon Chaves leva avante as ações de manutenção das vias com a operação tapa buracos. Também não para o serviço de asfaltamento da cidade, coisa que nunca se via anteriormente na estação chuvosa.
Então, considerando que estamos sofrendo com essa pandemia aqui na capital, com o surgimento de novos casos comprovados de contaminação, quero sugerir ao prefeito pedido de uma leitora da coluna. Como medida de diminuição do avanço das infecções, fica desde já a sugestão de se utilizar tratores e equipamentos da chamada Secretaria de Obras e, então, acoplá-los às máquinas pulverizadoras (do tipo agrícola mesmo) e proceder à desinfecção periódica com cloro ou outro produto igualmente eficiente dos passeios públicos e logradouros de maior circulação.
ALÉM DO COVID19
A Secretaria de Estado da Saúde alerta a população para o risco de aumento de casos de leptospirose nessa época de chuvas. A maior parte das contaminações, segundo a mesma a fonte, acontece em Porto Velho. A doença é causada pela bactéria leptospira, presente na urina principalmente de ratos, que com as chuvas se mistura à água de valetas, lama, lagoas, cavas e até mesmo nos locais com formação de enchentes. Em 2019, foram registrados 25 casos de leptospirose em todo Estado de Rondônia, dos quais sete em Porto Velho, cidade com maior contingente habitacional de Rondônia e, como a maioria, sem sistema de saneamento básico.
CONTAMINAÇÃO
A infecção humana resulta da exposição direta ou indireta à urina de animais infectados – roedores, caninos, suínos, bovinos, equinos, ovinos, caprinos e, eventualmente, mamíferos silvestres. A penetração da bactéria ocorre através da pele com pequenos ferimentos ou lesões, da pele íntegra imersa por longos períodos em água contaminada ou através das mucosas. A doença pode levar à morte se não for tratada de modo correto e precocemente.
Os primeiros sintomas da leptospirose são febre alta, mal-estar, dores de cabeça constantes e intensas, dores pelo corpo, principalmente na panturrilha, cansaço e calafrios. Dores abdominais, náuseas, vômitos, diarréia e desidratação também são frequentes.
CASSADA
Demorou prá dedéu a decisão do Tribunal Regional Eleitoral cassando o mandato da deputada estadual Cássia das Muletas, acusada de abuso do poder econômico em 2018. A decisão do TRE rondoniense é importante, mas não coloca um ponto final nessa querela, pois a parlamentar poderá entrar com recurso apelativo sem ter de abandonar sua cadeira na Assembleia rondoniense. A acusação contra a deputada aceita pela corte eleitoral é grave, realçando o perfil dos “Muletas” em ações de corrupção política. Cássia teria se beneficiado, no período da campanha, com 200 mil reais de partido ao qual sequer sua sigla, o Podemos, estava coligada.
ATÉ O PESCOÇO
Quem conhece um pouco da história política dessa família com base eleitoral em Jaru não chegou a ficar surpreso com a decisão do TRE rondoniense, afinal “Muletas” passou a ser sinônimo de envolvimento até o pescoço em operações de corrupção investigados na Assembleia, como a “Dominó”.
Aliás, foi por esse tipo de circunstância que a parlamentar cassada entrou na política, para substituir o ex-deputado João das Muletas, que se tornou inelegível por decisão da Justiça Eleitoral.
DO BALACOBACO
Na política rondoniense famílias manchadas por escândalos diversos (muitos por roubalheira dos recursos públicos) acabam se dando muito bem, colecionando mandatos e se perpetuando no poder. Algumas dessas famílias, mesmo com a ficha suja na esfera eleitoral, conseguem fortalecer o sistema de castas nos diversos níveis do poder no estado, especialmente no legislativo estadual e também no nível do comando municipal.
A família de Cássia das Muletas apareceu na política primeiramente com o cunhado Amauri dos Santos, protegido especial do ex-presidente da Assembleia (um dos poucos que não teve o nome ligado à corrupção) Sidney Guerra, baiano de Caculé, que também foi prefeito de Jaru, apoiando seu ex-segurança. Com o apoio o ex garçom e ex segurança elegeu-se vereador e depois prefeito. E foi assim: o irmão foi quem introduziu João da Muleta, um sujeito simpático que virou deputado.
Essa não é a única família do balacobaco enraizada na Assembleia e na política do Estado. Uma muito mais expressiva é a família Donadon, nome também presente na galeria dos ex-presidentes da Assembleia. Nada parece abalar seus membros. Nem os processos, as condenações e a cadeia de alguns de seus nomes mais ilustres. Eles estão sempre na ribalta e nem precisam esconder o sobrenome tão presente na crônica policial que registra políticos corruptos no estado.
SILÊNCIO TOTAL
A cassação da deputada que usa o nome “Muletas” não foi sequer mencionada no portal informativo da Assembleia. Mais uma vez o portal bem de acordo com a “ética” da confraria que já produziu dezenas de casos de corrupção no meio político e nem assim teve qualquer caso submetido à sua comissão de ética. Parece que um mea-culpa não está no almanaque da austeridade da presidência atual do legislativo rondoniense.
SEM EFICÁCIA
Se fosse tinha esperança de usar a hidroxicloroquina para tratar a contaminação do Covid19 pode tirar o cavalo da chuva. O judiciário decidiu ontem ser contra sua utilização. Jair Bolsonaro, o presidente da República (que república, qua! qua! qua!) está ficando careca de defender seu uso. Bolsonaro, como os próprios ministros do Judiciário, não entende nada de saúde, mas muitas autoridades no assunto, pelo mundo, estavam concordando com a utilização dessa droga no combate do vírus.
Acabou! Ontem o CNJ (Conselho Nacional de Justiça), presidido pelo ministro Dias Toffoli, manteve o entendimento de que o remédio não tem eficácia e segurança comprovadas. Até o momento, a ANVISA (Agência Nacional de Vigilância Sanitária) liberou a substância somente para pacientes hospitalizados e em estado grave e a critério do médico do caso.
CORRETO
A PM vai agir corretamente se tomar providências contra aqueles que resistem ao isolamento social, promovendo aglomerações em espaços públicos e até mesmo nas vias. Aqui na minha rua já percebi um grupo acostumado a se reunir nos finais de semana com som automotivo alto e muito cerveja quebrar o isolamento. Eu até já chamei a polícia, mas não aconteceu nada.
Agora há também as denúncias infundadas, como essa de que pessoas estão usando o parque da cidade para o lazer. É mentira: passo pelo local todos os dias e sou testemunha de que o Parque está fechado, sem acesso.
DE LABORATÓRIO
O jornalista Cláudio Humberto divulgou ontem uma informação comprometedora sobre o surgimento do coronavírus: o surto do novo coronavírus pode ter começado após um acidente de trabalho no laboratório Instituto de Virologia de Wuhan, na China, segundo informam jornais americanos.
AUTOR: GESSI TABORDA – JORNALISTA – COLUNA EM LINHAS GERAIS
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