Em Linhas Gerais

Relação da Energisa com órgãos do governo lembra a “Cosa Nostra” – Por Gessi Taborda

FILOSOFANDO

“A miséria de uma criança interessa à mãe, a miséria de um rapaz interessa à moçoila, a miséria de um velho não interessa a ninguém.” VITOR HUGO, escritor e filósofo francês.

EDITORIALZIM

Esse é um tema a respeito do qual os políticos, especialmente os com mandatos, seja no plano do estado ou do município, praticamente não se pronunciam. Agem como cúmplices de um sistema que mantém o estado na sua perene ineficiência e impede o tão necessário crescimento econômico sustentável. O pior desse nefando sistema é saber que, como sempre, quem paga a conta somos todos nós, pela via dos impostos escorchantes. Cabide de emprego é tema sempre recorrente na hora da campanha, mas depois cai no esquecimento. Quem vence prefere manter tudo como dantes, pois é com a existência do cabide de emprego que se torna possível a acomodação política de cabos eleitorais e indicações de correligionários para cargos bem remunerados que não exigem nenhuma contrapartida.

A prática é de fácil identificação em praticamente todas as instituições públicas, empresas do governo e até instituições ligadas ao setor cultural. Essa parafernália parece existir apenas para garantir salários a aspones e incompetentes amigos do rei do que para atender e cumprir suas obrigações diante da sociedade. Poder-se-ia enumerar aqui dezenas de nichos onde predomina o sistema de cabide de emprego em Rondônia, alguns enormes, como é o caso da Caerd, outros aparentemente pequenos, como a tal Casa da Cultura Ivan Marrocos.

A pergunta que se faz para as autoridades e políticos votados pelo povo é a seguinte: até quando permitirão essa vileza contra pagadores de impostos? Até quando permanecerão calados como se esse assunto não interessasse à comunidade?

ERRÁTICOS

De um modo geral o poder em Rondônia – como em tantas outras partes do país – foi conduzido de forma errática por personagens toscos, alguns sepultados no limbo da recente história desse promissor estado. Muitos desses “fantasmas da política” não são lembrados por ninguém. É claro que todos foram alertados para seus erros a tempo de corrigi-los, mas preferiram não escutar analistas que monitoravam os cenários da época. Preferiram dar ouvidos aos puxas sacos gravitando ao seu redor.

Quem em Rondônia lembra-se que Ângelo Angelim chegou a governar o estado de Rondônia após o afastamento do governo do sempre lembrado coronel Jorge Teixeira? Quem vai se lembrar que Claudionor Roriz chegou a ser senador e até guru do governo rondoniense? Quem vai se lembrar que Tomas Correia foi prefeito de Porto Velho?

Pois ainda hoje, com todo o avanço da tecnologia e com o amadurecimento político do estado, vivemos novamente o poder nas mãos de um governador errático, que se auto-engana caminhando célere para o limbo onde estão tantos outros políticos que viveram num mundo fictício supostamente ideal.

PÉSSIMA COMUNICAÇÃO

Umas das primeiras nomeações do atual governo rondoniense, o coronel Marcos Rocha, foi a de Lenilson Guedes como o seu guru das comunicações. Não faltou quem aplaudisse a escolha. Aliás, escolha muito previsível dada a aproximação do “jornalista” com o segmento militar do estado, onde atuou como porta voz por longo tempo.

Prestigiado, o doublé de “jornalista” e homem de “cerimonial”, como dizem, faz parte do núcleo duro do Palácio Rio Madeira.

Graças aos erros da área de comunicação o governador está mal na foto. E enquanto esse governo (como outros no passado) ficar ao sabor de curiosos acostumados a se sustentarem pela arte do puxa-saquismo não conseguirá construir uma imagem de liderança ou de um governo reformista e importante. Posso afirmar pela experiência que o Marcos Rocha é um governo errante, incapaz de perceber que o movimento de manada que o colocou no Poder terminou.

ENERGISA

Não é exagero o brado da população com os desmandos e as cobranças exorbitantes praticadas pela Energisa, nome do grupo que assumiu o controle acionário da única distribuidora de energia elétrica em Rondônia. Ninguém aceita que a tal empresa dê as cartas como bem deseja na sua relação com os consumidores, afinal o serviço de distribuição de energia elétrica é de relevante cunho social e é uma concessão pública.

Daí o povo aplaude a iniciativa dos deputados estaduais em colocar para funcionar uma CPI para apurar a suposta promiscuidade de órgãos públicos apoiando as nefandas ações da toda poderosa Energisa contra o consumidor rondoniense. E diante do que já foi revelado não se justifica a pasmaceira do Executivo diante desse cenário de horror.

COSA NOSTRA

Foi graças à CPI que se descobriu como a tal companhia obteve até agora total apoio de órgãos como o IPEM nas aferições fajutas de registradores (relógios) de consumo supostamente viciados e fraudados para roubar o consumidor.

As atitudes da Energisa, pelas revelações da CPI, são parecidas com as ações da “Cosa Nostra”, tendo cobertura da própria polícia civil do estado, graças ao absurdo pagamento feito pela empresa para intimidar consumidores nos procedimentos de troca e averiguações intimidatórias contra consumidores.

E talvez por usar essas táticas da “gamorra”  o estado (o governo como um tudo) se mantém na mesma pasmaceira de não fazer absolutamente nada, adotando a posição do avestruz, como se não tivesse nada com isso. Espera-se de órgãos de defesa e de investigações a serviço do povo, como o MP, procure pelo menos limitar o poder dessa famigerada empresa de dar as cartas como bem entende.

A ação da Energisa não cria apenas um caos na sociedade de consumidores de energia elétrica, mas também amplia prejuízos no comércio, levando ao fechamento de pequenos negócios e, consequentemente, de empregos no setor.

SIM AGONIZANTE

O tal serviço de transporte coletivo de Porto Velho, criado pela gestão municipal antecessora do governo de Hildon Chaves está finalmente agonizante. Será mais um exemplo da preocupação com que a gestão atual busca resgatar a cidade da herança maldita deixada pelas gestões anteriores, sobretudo as exercidas pela esquerda petralha com seus satélites.

O edital de concorrência pública para a escolha de empresas idôneas interessadas na prestação desse serviço, com qualidade e sem a mistificação do “emergencial” já está publicado. Isso tudo depois de Hildon Chaves conseguir desatar os nós deixados pelos antecessores no segmento jurídico. Agora é só esperar mais um pouco para a solução definitiva.

VENEZUELANOS

É de cortar o coração a quantidade de pedintes (especialmente de mulheres idosas e crianças) pelos principais cruzamentos de vias públicas com sinais semafóricos. São pedintes e andarilhos oriundos da Venezuela, fugitivos da ditadura de Nicolás Maduro. Drama social que desgasta o governo incapaz de dar uma solução ao complexo miserê dos fugitivos do outrora riquíssimo país. Pelo menos para as crianças as autoridades rondonienses deveriam realizar alguma espécie de acolhimento. De uma coisa a coluna tem certeza: será um erro apostar numa ação repressiva.

ADIADO

A CNN Brasil adiou o projeto de estreia no país para o primeiro trimestre de 2020.

SEMANÁRIO

Uma fonte do segmento das mídias estaduais espalha um bizú que pode se concretizar: o jornalão diário decadente do senador condenado e que ainda cumpre pena pode até não fechar no final desse ano. Para evitar seu inglório final, disse a fonte, estão estudando a possibilidade de parar sua periodicidade diária, transformando-o num semanário.

DEPUTADOS

Dessa vez os parlamentares rondonienses vão tentar evitar a transformação da CPI da Energisa numa enorme pizza, como tem sido praxe na casa com outras comissões parlamentares do passado. Não querem ser motivo de chacotas por parte do povão. Se isso acontecer, quem sabe a Energisa revise sua conduta de ódio para com os consumidores rondonienses.

REFLITA

No contexto da ameaça nuclear, somos apenas a plateia, assistindo passivamente uma peça macabra, na qual os atores nuclearmente armados, interpretados por chefes de Estado e ditadores, decidem sobre o futuro da Humanidade, de acordo com seus caprichos e estratégias de Poder – e parece que pouco ou nada podemos fazer para alterar o roteiro.

NO PASSADO

Longe vai o tempo em que a escola pública representava qualidade de ensino, onde alunos e professores se dedicavam à produção do conhecimento, evidenciando a arte da convivência com base no respeito mútuo. Nos velhos tempos não havia tanta preocupação com a nota, o diploma e o mercado de trabalho, já que acima de tudo prevalecia a vontade de aprender e atualizar conhecimentos.

DEFASADO

Sabe-se que hoje o Brasil está entre as dez maiores economias do mundo. Entretanto grande parte de sua população vive abaixo da linha da pobreza, com o País passando por graves problemas como o desemprego, a violência, a concentração de renda e a corrupção, entre outros. A resposta a tudo isso é investir de verdade em educação. É de suma importância a criação de mais oportunidades e perspectivas de desenvolvimento para a camada mais jovem da população. Infelizmente, o ensino público está cada vez mais defasado. Ao longo dos anos, a progressão continuada transformou-se em objeto de economia para os cofres públicos e não um instrumento de melhoria como os políticos e seus bajuladores sempre pregaram.

QUARTA NO STF

O Supremo Tribunal Federal (STF) continua nessa semana (4ª feira) o julgamento definitivo de três Ações Declaratórias de Constitucionalidade (ADCs), processos que discutem a questão de presunção de inocência prevista na Constituição.

Esse julgamento pode abalar um dos pilares da Operação Lava Jato, a maior e mais bem-sucedida ação contra a corrupção realizada no Brasil. Além disso, pode abrir uma brecha para a soltura de 4.895 presos de todo o País, segundo levantamento do Conselho Nacional de Justiça, entre eles o ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva que cumpre pena em Curitiba.

A decisão tomada neste julgamento será aplicada obrigatoriamente em todos os casos que tramitam em todas as instâncias judiciais do País.

ENDINHEIRADOS

A possibilidade de uma pena só começar a ser cumprida depois de esgotadas todas as possibilidades de recursos judiciais não beneficia a grande maioria dos réus. Beneficia principalmente os envolvidos com o crime organizado e aqueles envolvidos em crimes do colarinho branco, os casos de corrupção. Só esses têm poder econômico para bancar advogados em todos os níveis de julgamento e conseguir protelar a sentença final, muitas vezes em busca da prescrição penal.

AUTOR – GESSI TABORDA –  COLUNISTA EM LINHAS GERAIS –  JORNALISTA

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