Em Linhas Gerais

Administração de Mauro e de Roberto fez com que Porto Velho chegasse ao seu primeiro centenário como o patinho feio das capitais brasileiras.

FILOSOFANDO

Como é maravilhoso quando nós nos encontramos com um paradoxo. Agora nós temos um pouco de esperança de fazer progresso.NIELS BOHR (1885/1962), físico dinamarquês que contribuiu decisivamente para a compreensão da estrutura atômica e para o avanço da física quântica.

 DIPLOMADOS

Hildon Chaves e Edgar Tonial estão diplomados como prefeito e vice da capital rondoniense. Além deles, também foram diplomados pelo Tribunal Regional Eleitoral os vereadores eleitos e os suplentes. Agora, a expectativa é pela posse no início do próximo ano.

 DISCURSO CURTO

O discurso proferido pelo prefeito Hildon Chaves no encerramento da cerimônia foi curto, mas serviu para reafirmar os compromissos da campanha. Ele pretende transformar não só a gestão municipal, como a política no âmbito do município e para isso fez uma convocação aos vereadores da próxima legislatura no sentido de atuarem em total respeito aos interesses do povo.

Lembrou que “o recado das urnas” consubstanciado na eleição de todos, “principalmente de um prefeito” que nunca teve participação política-eleitoral na vida foi muito claro e deve ser respeitado por todos os eleitos.

 RESILIÊNCIA

Hildon Chaves não detalhou as medidas a serem tomadas na prefeitura já no início de janeiro. Certamente, se tivesse tempo em seu discurso falaria de uma necessidade incontestável: a construção de um plano municipal de resiliência.

 ENTRAVES ACUMULADOS

Depois de sobreviver a três gestões desastradas (duas do PT) a cidade de Porto Velho acumula todos os entraves urbanos de uma capital retirada de seu eixo de aspirações pelos malfadados Roberto Sobrinho e Mauro Nazif. Foram oitos anos de uma gestão popularmente batizada de “a turma do Ali-Babá” e mais quatro de desatinos da “turma do Quibe”.  Desafio enorme para Hildon e Edgar, mesmo com os dois tendo todo apoio da sociedade portovelhense.

 DESPERTAR

Certamente, e já no início da nova gestão, o papel filosoficamente mais importante reservado para o novo prefeito será o de despertar a municipalidade para reagir, juntamente com ele, ao longo período de descaso e omissão que se tornou praxe na gestão municipal, fazendo com que Porto Velho chegasse ao seu primeiro centenário como o patinho feio das capitais brasileiras.

 SECRETARIADO

O pontapé da mudança começa com o anúncio de um secretariado capaz de orgulhar o município por livrar a prefeitura da mediocridade dos últimos anos, do compadrio e – o pior – de bucaneiros que se tornaram personagens das mais diversas manobras de enriquecimento ilícito e de corrupção, especialmente no tempo em que a cidade ficou refém do time petralha.

 PRINCIPAL

Com certeza Hildon Chaves vai assumir “o abacaxi” com um diagnóstico dos principais problemas urbanos. Afinal, até nós, simples mortais e pagadores de impostos, conseguimos apontar os principais pontos de estrangulamento da cidade. Falta-nos principalmente aquilo que o próprio Hildon usou como o grande enfoque da campanha: o esgotamento sanitário. É uma situação de caos acumulado ao longo da existência da cidade.

 PALIATIVOS

Todos os prefeitos antecessores de Hildon só agiram com intervenções de curto prazo, com ações e propostas meramente paliativas.

A culpa maior dessa agonia de Porto Velho deve ser atribuída especialmente à gestão petralha, quando o município teve todas as condições econômicas e financeiras para resolver a questão. Tudo aquilo que se tentou, terminou com desfecho muito discutível, especialmente na transformação de recursos em fumaça. Muitos ficaram ricos de forma inexplicável e ninguém, até hoje foi punido por tanta safadeza.

 GENTE SEM LEGADO

A primeira lista dos supostos escolhidos para o secretariado de Hildon Chaves alimentou críticas e suscitou desânimo em boa parte do eleitorado responsável por sua vitória. Reação plenamente justificável quando se falou, por exemplo, no jurássico ex-prefeito Valadares como uma das alternativas da próxima gestão.

Ora, quem vivenciou as gestões municipais dessa cidade desde que Rondônia deixou de ser território federal sabe que nenhum dos ocupantes do paço merece as demonstrações de puxa-saquismo e aplausos. Tanto assim que nenhum deles deixou um legado estrutural lembrado nos dias de hoje.

Ninguém que ocupou a prefeitura fez investimentos em infraestrutura, nem mesmo aqueles que foram prefeitos nos momentos em que não havia escassez de recursos.

 INOVAR É PRECISO

Então que o novo prefeito comprometido com as mudanças reais e com temas como esgotamento sanitário, modernização da saúde, central (Ceasa) de abastecimento; modernização do sistema viário e do transporte urbano tenha – o que espera – ousadia para inovar.

Começando pela montagem de um secretariado de mente arejada, livre dos vícios políticos do passado e sem as ligações espúrias da velha política.  É por ai que deve começar o chamado tempo novo.

Hildon Chaves não precisa ter luas-pretas na sua gestão. Afinal, gente como Gilson, o irmão do prefeito que sai, jamais poderá ser confundido com qualquer espécie de ideólogo da gestão.

 SEM CONEXÃO

Não serão os gastos enormes da Assembleia Legislativa com a publicidade veiculada na mídia (com destaque para TV) que irá melhorar a imagem do parlamento estadual perante a opinião pública. É claro que tal publicidade é produzida sem nenhum critério profissional de publicidade, tendo como objetivo maior apenas o de alimentar a chamada mídia amestrada.

 DESCOLAMENTO

É preciso mudar as práticas adotadas por boa parte dos deputados estaduais. O parlamento encerrou a semana passada com mais uma distribuição de láureas às carradas, numa atitude de total descolamento com a práxis do legislativo, que é elaborar, modificar e discutir a legislação, além do papel fundamental de fiscalizar os atos do governo.

Ao entregar mais uma montanha de votos de louvor, atendendo dessa vez à iniciativa do deputado Hermínio Coelho (ainda no PDT), o Legislativo rondoniense mostra como está sem rumo, sem representatividade e sem conexão com a população. Totalmente descolado das necessidades reais do eleitorado.

 MONTANDO O CIRCO

A crise chega a Rondônia. Os reflexos visíveis de nossa decadência econômica são vistos nas ruas. É o desemprego avassalador e crescente, é a insegurança gerando cadáveres em todo o estado, é o impasse nas relações do governo com segmentos dos servidores, etc, etc.

E diante de tudo isso alguns deputados insistem em agir como armassem um circo absolutamente desnecessário para enfrentar e apontar caminhos aos problemas reais de Rondônia. E estas iniciativas inoportunas, sem nenhum efeito prático para as mudanças positivas que o povo espera, acontecem porque os colegas desses parlamentares que imaginam jogar para plateia agem de forma cooperativa…

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