Em Linhas Gerais

Audiências Publicas na Assembleia Legislativa de Rondônia é pura politicagem – por Gessi Taborda

FILOSOFANDO

A vida não dá coisa alguma sem retribuição e sobre cada coisa concedida pelo destino, há secretamente um preço, que cedo ou tarde deverá ser pago”.Stefan Zweig (1881/1942), escritor austríaco.

MINHAS EXIGÊNCIAS

Recebi formalmente o primeiro pedido do meu precioso voto por um pretendente a administrar a capital dos rondonienses. Como a grande maioria dos moradores dessa cidade de Porto Velho, ainda não decidi o meu voto. E, diante do primeiro pedido formal que recebi, aproveito o momento para antecipar algumas exigências para um candidato ser merecedor do meu voto. Ele tem de garantir publicamente que terá um secretariado formado por técnicos experientes, preferencialmente escolhidos do quadro de funcionários do Executivo.

Tem de assumir também o compromisso de acabar com os aspones, extinguindo todos os cargos de CCs. Tem de assumir também o compromisso de implantar a meritocracia no funcionalismo e a punição aos faltosos de acordo com o estatuto, já que estabilidade não pode significar impunidade.

NA SEGURANÇA

Terá meu voto o candidato que se comprometer a por um ponto final na fábrica de multas de trânsito da atual gestão, acabando com esse batalhão de gente especializada em multar, transformando-os numa Guarda Municipal que deverá trabalhar em cooperação com a PM no combate aos assaltantes e aos crimes, protegendo inclusive os logradouros públicos, tipo parques e praças.

E na Semtran colocar um titular capacitado para executar uma política realista e inteligente de mobilidade urbana, com a extinção dos agentes que hoje servem apenas para multar indiscriminadamente sem nenhuma ação educativa ou de fiscalização preventiva dos usuários do trânsito, especialmente ciclistas e motoqueiros que fazem o que bem entende no trânsito, colocando vidas em risco.

RESGATE

Só tem possibilidades de conquistar o meu voto aquele candidato que assumir o compromisso de resgatar os espaços públicos para a cidadania, pois hoje nossos melhores espaços estão entregues aos drogados, aos vendedores de pirataria e contrabando, aos marginais, tomados pela sujeira sem qualquer ação de zeladoria.

Não votarei em quem não se comprometer com a arborização da cidade, com a transformação de suas praças, a recuperação de suas calçadas. Enfim, só votarei em quem manifestar a intenção de governar para a maioria honesta, trabalhadora e educada da população. E além de tudo isso, se comprometer de verdade que não vai praticar o nepotismo, levando sua família para os cargos de maior relevo da prefeitura.

POLITICAGEM

É de se lamentar a postura de vários políticos eleitos como representantes do povo que acabam não fazendo jus à confiança do eleitorado depositada nas urnas. Essa reflexão vem a calhar nesse momento, diante de dois fatos ocorridos na Assembleia Legislativa nessa semana.

Deputados incapazes de apresentarem projetos e propostas inovadoras para melhorar a qualidade de vida dos seus representados (nós, o povo), perdem um tempo precioso sobre assuntos que não são as demandas do povo (até pelo contrário), como a defesa do garimpo de ouro no Rio Madeira, ponto central de uma audiência pública e do esforço de legislação sobre o tema na ribalta parlamentar também no dia de ontem.

Puro exercício de politicagem demagógica de quem tem interesse próprio em manipular o eleitorado nesse momento em que se desenvolve a eleição municipal.

DEGRADAÇÃO

O garimpo desenfreado que se praticou em Rondônia no passado recente não promoveu nenhum desenvolvimento social para a maioria da população. Pelo contrário: degradaram mananciais e até rios importantes, como o próprio Madeira, colocando em risco de contaminação pelo mercúrio uma parte expressiva de quem ainda hoje se sustenta com o pescado desse nosso rio importante.

A classe política rondoniense, especialmente a do nível da representação estadual, sabe muito bem que só a União tem competência para legislar sobre a questão mineral tendo em vista que esse tipo de riqueza pertence ao país. Então – poderá perguntar o cidadão – por que os deputados insistem em inventar leis que liberem o garimpo no Madeira, mesmo conhecendo todos os riscos que a atividade representa para a degradação do meio ambiente? A resposta é simples: imaginam os defensores dessa ideia que assim receberão votos dessa categoria que já praticam a atividade sem temer represálias de quem tem a obrigação de impedir e fiscalizar essa prática deletéria.

MIRABOLANTES

Os “garimpeiros” presentes à audiência pública e até mesmo à sessão de ontem onde se discutia uma legislação casuística do assunto certamente ficaram encantado com as conversinhas ou promessas mirabolantes dos (poucos) parlamentares que comandavam a reunião garantindo a liberação do garimpo. É claro que um deputado envolvido agora na promoção da candidatura de sua mulher ao cargo de vereador deve imaginar ter faturado votos para a sua consorte.

Tudo isso não passa de uma política barata da parte desse parlamentar que vem utilizando o palco legislativo na realização de audiências públicas custeadas com o dinheiro do contribuinte apenas com o objetivo eleitoral imediato.

O eleitor precisa, diante disso, ser alertado: não há competência do estado em legislar sobre assuntos atinentes à competência da federação, como é o caso da extração de ourou ou de qualquer outro minério no Brasil. É claro que a maioria do povo de Porto Velho não é favorável à liberação do garimpo, sobretudo como ele acontece agora – no total desrespeito à lei – até junto dos pilares da ponte construída recentemente sobre o rio Madeira.

DIFERENÇA

É preciso ficar de olhos abertos diante das manobras desses políticos que se vangloriam da própria ética, da própria honestidade. É só uma máscara, como aquela estória do lobo na pele do cordeiro.

O bom político é aquele que não aceita enganar os mais desinformados, que não abandona as suas bases e que busca defender de forma eficiente os anseios da população. E o garimpo, especialmente nessa sociedade onde a classe política se chafurda em tantos escândalos, corrupção e mentiras, não é aspiração de um povo mais interessado na recuperação da saúde do Rio Madeira, agredido não só pelo garimpo, mas também pelos megaprojetos que criou desequilíbrio em seu fluxo antigo.

COBRANÇA

Quem conhece de perto e com detalhes a capital rondoniense sabe das aspirações de seu povo. O desejo da maioria é ter políticos que sejam verdadeiros representantes da sociedade, brigando para trazer os benefícios que faltam ao povo. Certamente o eleitor vai escolher melhor. Saberá que discernir aqueles políticos que deram as costas para o povo defendendo interesses de pequenos grupos ou pessoais (alguns de forma tão clara que acabaram passando dias na cadeia) e os que verdadeiramente agem como político bom de verdade.

MEDIOCRES

A coluna está convencida de que precisamos todos nós que somos cidadãos-contribuintes-eleitores, acabar com essa cultura medíocre, ineficiente, mentirosa e intragável que tem estrangulado o verdadeiro desenvolvimento de Porto Velho.  Quem defende uma atividade conhecida por sua agressão à natureza só para ficar bem na foto de um pequeno grupo de pessoas não está interessado em contribuir para melhorar a vida da maioria da população com senso de Justiça e coerência.

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