COISAS QUE NÃO COLAM
Bem que o prefeito Mauro Nazif sonhou com uma reação altamente favorável da opinião pública ao anunciar o imediato rompimento do contrato de sua (vá lá!) administração com as empresas permissionárias do transporte coletivo da capital rondoniense.
Junto com o bombástico anuncio do rompimento do contrato, anunciou-se também uma “licitação emergencial” para colocar empresa substituta desse monopólio disfarçado do setor.
Isso mostra como Mauro parece mais perdido do que cego em tiroteio no comando da prefeitura. Ora, como não poderia deixar de ser, a reação da opinião pública não foi a esperada pelos acólitos de Nazif. Esse tipo de coisa não cola mais.
EMERGENCIAL COMO?
A primeira reação foi, como não poderia deixar de ser, do pool que monopoliza o setor do transporte público que revelou em nota do SET (que fala pelas empresas) a suposta sordidez da manobra tentada pelo prefeito. Depois, claro, os questionamentos da parcela da população que não se deixa enganar tão facilmente.
Ora, a quem o prefeito pretenderia enganar com essa conversa fiada de “licitação emergencial” para um setor complexo como soem ser o transporte de massa de uma capital de estado? Qual seria a empresa (séria) com coragem para arriscar milhões (afinal, isso não é investimento para “empresa de pasta”) numa empreitada dessas?
Só numa espécie de negociata alguém poderia jogar uma grana pesada para, como se estivesse num cassino, recuperar rapidamente, e com grande lucro, a grana toda jogada num negócio que, claramente, carece de segurança jurídica.
EXAGEROU
Mauro Nazif está numa tremenda bananosa diante das inegáveis evidências de sua gestão já fez água e tem tudo para terminar num desastre ainda maior do que a gestão de seu antecessor. Dessa vez ele exagerou. Transporte público não pode ser apenas um jogo de palavras, uma “Emergência”.
Qual instituição séria de controle externo daria seu aval para permitir que o prefeito promova essa desfaçatez da “Licitação Emergencial”?
Transporte coletivo urbano antes de tudo demanda planejamento, e ações sérias. Longe da bazófia que o prefeito supostamente tenta (com objetivos nada transparentes) agora. Ora, Nazif não está lidando com um mero capricho pessoal, mas com o destino de uma comunidade que precisa ter o direito ao transporte de qualidade.
A VERDADEIRA EXPLICAÇÃO
Certamente o consórcio construído para manter o transporte urbano de Porto Velho nas mãos dos mesmos “tycons” que dominam o setor por décadas não tem mais nenhum respaldo junto à população, graças ao péssimo serviço que presta ao longo de sua existência.
O povo não vê a hora de se livrar desse time que explora por tantos anos o transporte urbano, mas nem deseja a troca da porcaria que ai está por uma solução paliativa e certamente pior do que esse vergonhoso monopólio que sempre consegue continuar, seja quem for o prefeito.
Cabe ao alcaide dizer a verdade, derrubar as suspeições existentes de que tudo vai acontecendo para “se pagar uma dívida política” gerada com financiamento de campanha.
Não será tirando do sistema essas drogas de empresas, responsáveis pela droga do serviço de transporte dos portovelhenses para colocar em seu lugar alguma empresa que surgiu no “boom” da construção das hidrelétricas, com ônibus velhos, ultrapassados, sem conforto e sem segurança, que a situação para o usuário vai melhorar.
MOROSA COMO SEMPRE
Só pode ser pela falta de um assessoramento com visão de longo alcance que o deputado de primeiro mandato Luizinho da Fetagro acolheu em seu gabinete o ex-prefeito de Porto Velho, o condetestável petista que deixou a cidade em petição de miséria, marcada por uma manada de elefantes brancos.
Ribamar Araujo que também é petista, mas tem muito mais tempo de vida pública não caiu nessa arapuca. Deve sentir que ter no seu perímetro político um sujeito por ele mesmo classifica de um dos mais corruptos que já passou pela prefeitura não seria bom para a sua imagem de homem público inimigo da corrupção.
Mas há outro aspecto a se considerar quando se constata que a corja de maus políticos envolvidos com a corrupção que ainda estão distantes da cadeia. É que a Justiça brasileira continua morosa, como sempre foi.
DIFERENÇAS PONTUAIS
Quem se beneficia dessa morosidade são exatamente personagens como o ex-prefeito (só passou uns dias na cadeia), como o ex-deputado e ex-presidente da Assembleia, Carlão de Oliveira; o senador condenado Ivo Cassol (que vai empurrando para as calendas o cumprimento da pena); o próprio governador Confúcio Moura (que continua governador, mesmo com o mandato cassado) e vai por ai afora uma longa fila de gente que defraudou o erário, pisoteou a legislação e nem por isso estão sendo penalizados ou vendo o sol nascer quadrado.
E mesmo com todas essas evidências de que nosso judiciário não mudou e até está longe disso, a motivos para alimentar esperanças num tempo de mais combate à corrupção, graças a diferenças pontuais visíveis, inclusive no estado de Rondônia.
ESFORÇO CONJUNTO
O esforço conjunto do Ministério Público (estadual e federal), do Tribunal de Contas (estadual e federal) da Polícia Federal e de alguns integrantes do Tribunal da Justiça, tem levado nomes de peso da política do estado (inclusive o próprio governador Confúcio) aos indiciamentos constantemente noticiados.
Há probabilidade de condenações que cheguem a centenas de anos, e o resgate de milhões de reais sangrados dos cofres públicos para o enriquecimento ilícito dessas figuras danosas ao desenvolvimento social e econômico de Rondônia.
No burburinho das conversas do mundo togado, apostam-se na tendência de surgir por aqui também juízes com a coragem e a determinação de um Sérgio Moro, para promover o “indiciamento” dos políticos de variadas espécies integrante da corja identificada nas várias operações policiais de combate à corrupção e à ladroagem dos recursos públicos.
AGILIDADE
É exatamente isso que os cidadãos-contribuintes-eleitores esperam. Que os (ex) parlamentares pegos com a boca na botija (ou, melhor dizendo, com dinheiro na cueca, nas meias, etc) respondam por seus crimes com maior rapidez.
Mas não é só da Justiça que a população espera um tratamento mais severo contra os corruptos. Espera-se também que o próprio parlamento ponha fim à complacência com a corrupção e com seus membros acostumados a ferir o decoro. O parlamento tem de trabalhar na melhoria de sua imagem
POUPAR CORRUPTOS?
Os deputados eleitos pela primeira vez não deveriam ter razão para poupar corruptos, nem sendo do mesmo partido do parlamentar.
Quanto mais houver limpeza melhor, porque a imagem do parlamento e da classe política rondoniense é uma das piores, incapaz de ser mudada com a mídia nem sempre inteligente feita por agências sem qualificação reconhecida, embora cobrando pequenas fortunas para isso.
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