CENSURA PRÉVIA
Um telefonema a um editor de blog informativo determinou a exposição mínima da coluna, que tratava de qual será o papel do novo artífice da panela de feitiços palacianos para matar o que ainda existe de imprensa livre no estado.
O manto discreto da censura é fundamental para garantir a longevidade política de um governo desacreditado por sua comprovada participação – segundo investigações da PF – na (conforme inquérito do 784/STF) organização criminosa que atuou no governo (1º mandato) de Confúcio Moura.
Foi necessário buscar um personagem de fora do estado (numa clara confissão de que o governo não acredita nos profissionais locais) para fazer o papel de censor (em troca de um salário de marajá), protegendo a opacidade necessária para que no 2º governo os negócios eivados de espertezas possam continuar.
OLHAR DE LINCE
Se não houver um olhar extremamente vigilante dos órgãos de controle externo, qualquer laivo de liberdade de imprensa será punido. E com isso, tome porre de retalhamento sem ética da verba de publicidade, no continuado atentado ao tratamento isonômico de todas as mídias. O “telefonema amigável” que determinou a retirada do conteúdo da ELG do “corajoso” blog crítico foi a primeira manifestação clara da grave ameaça sobre a liberdade de expressão e de imprensa, transmitida pela face oculta do paraquedista caído aqui para exercer esse vergonhoso e criminoso controle da mídia.
SINAL DE DESESPERO
Ninguém está satisfeito com o que ocorre no Brasil de hoje. Tenho ouvido – até de jovens – com frequência o desejo de que “os militares” voltem ao poder para por o trem nos trilhos. Mas há uma nítida contradição: ninguém quer de volta a ditadura. Querem uma democracia masculada, que não dê colher de chá, por exemplo, para os ladrões da Petrobrás; que trate corrupto com bastante severidade.
É fácil ver um claro sinal de desespero e de fadiga no tecido social. E não é só contra os titãs da república, com assento em Brasília. A sociedade civil está cansada com a sucessão de escândalos mediáticos nas estatais, na justiça, na política, etc.
EM RONDÕNIA
Os partidos políticos estão cada vez mais desacreditados e a população está descrente e desiludida com os sucessivos governos. Pensa-se que no seio da classe política a corrupção é generalizada.
O simples anúncio do pensamento do prefeito em iniciar (ainda esse ano) a urbanização do outro lado do Rio Madeira, com a criação da “Maurolândia”, uma espécie de Porto Velho planejada com o “it” da vida urbana; deixa a população de cabelo em pé.
Convencida de que nada de bom se pode esperar do prefeito da capital rondoniense, essa população coloca suas esperanças nas ações dos órgãos de controle externo (MP e TCE) para impedir mais essa ideia nefasta para os cofres públicos.
SENSATEZ
Diante de um cenário assustador sinalizando para o aumento do desemprego, para a redução da chamada classe média emergente, a população esperava o anúncio de propostas sensatas, capazes de estimular reformas fundamentais sem as quais será impossível proporcionar crescimento sustentável da economia rondoniense.
Só mesmo a insensatez desses dirigentes públicos os mantém imunes aos apelos de mudança vindos da sociedade. Governar sem se aproximar do povo, sem dialogar, pode acelerar um processo de convulsões indesejáveis para o futuro desse jovem estado.
DEPUTADOS FAMOSOS
Eles são considerados celebridades. Aos 74 anos, Sérgio Reis tem 55 de carreira – a maior parte na musica sertaneja, mas seu sucesso começou ainda na Jovem Guarda, com o nome artístico de Johnny Johnson. Na Câmara, terá como bandeira a saúde, área com a qual já é envolvido, prestando apoio ao Hospital de Câncer de Barretos, outros hospitais filantrópicos e entidades sociais.
Celso Russomano, que foi o mais votado em todo o Brasil, com mais de 1,5 milhão de votos. Apresentador de TV dedicado ao tema da defesa do consumidor e advogado por formação, Russomano, de 58 anos, já é conhecido da Casa, pois cumprirá seu quinto mandato de deputado federal.
CORINTIANO
Outra celebridade é o ex-presidente do Corinthians, Andrés Sanchez, eleito com quase 169.834 votos pelo Partido dos Trabalhadores. Favorável a uma reforma política ampla, Sanchez diz que vai priorizar o esporte e a educação em seu mandato: “Obviamente eu vou me dedicar ao esporte, que eu acho que tem muito a fazer no Brasil. Não o futebol em si, mas o esporte em geral”.
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PALHAÇO VETERANO
Também originário do mundo do esporte, o ex-judoca João Derly chega à Câmara para seu primeiro mandato como deputado federal, mas já com a experiência de vereador em Porto Alegre. Bicampeão mundial de judô, ele se elegeu pelo PCdoB gaúcho com 106.991 votos.
E ainda o ex-goleiro do Grêmio Darnlei (PSD-RS), também reeleito.
Entre os famosos, há alguns veteranos, como o palhaço Tiririca (PR-SP), reeleito com mais de 1 milhão de votos e segundo colocado em São Paulo e no Brasil.
SEMPRE ATRASADO
Sejamos sinceros: O STF tem governado nos últimos anos porque o Congresso legisla errado e fora do foco dos interesses nacionais. Governa porque o Executivo anterior e o que tomou posse agora, em 2015, montou-se numa chamada base aliada que busca fortalecer cofres partidários, de grupos políticos, de políticos, e tornou-se refém de interesses escusos. Sem mencionar também o permanente desejo em elevar fundos partidários, reeleições e dominação.
Aqui é assim: o poder público fica para trás na sua obrigação de propiciar infraestrutura capaz de abrigar essa nova massa consumidora e torna o cotidiano de milhões de brasileiros um suplício nas ruas, estradas, aeroportos, hospitais, cinemas, restaurantes, portos, onde quer que se vá, por excesso de gente e ausência de condições de atendimento.
MOMENTO
O deputado José Hermínio, presidente da Assembleia Legislativa até o final desse mês, disse à coluna que não está pensando na eleição de 2016. “Os deputados eleitos em outubro passado nem tomaram posse e já tem partidos discutindo nomes para a disputa de 2016 e 2018”.
Para Hermínio é mais importante colocar na agenda os temas que deve interessar mais, nesse momento, ao conjunto da sociedade, como a ameaça de volta da inflação e o desemprego, especialmente em Rondônia onde o volume de investimentos tem sido muito baixo, especialmente na indústria da construção civil, a mais importante para garantir empregos às camadas mais pobres da sociedade.
LUTO
Bino de Alencar era motivo de orgulho para a intelectualidade rondoniense, especialmente para os músicos do estado. Partiu muito cedo. Deixa um vácuo maior na nossa música. Certamente vai se juntar lá em cima a outros nomes dignificantes da cultura no estado, como o também meu amigo Ruben Parada. Que Deus o escale na grande orquestra celestial.
Em Linhas Gerais
Gessi Taborda – [email protected]
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