Em Linhas Gerais

Sobra empregos. O que falta é qualificação – Por Gessi Taborda

FILOSOFANDO

“Fortes são aqueles que, apesar de julgados por serem quem são, não mudam só para agradar os outros!”. JORGE FRANCO, escritor laureado com o XVII Prêmio Alfaguara de Romance. Jorge mora em Bogotá mas nasceu em Medellin, em 1972.

EDITORIALZIM

No dia 11 de fevereiro de 2019 esse jornalista escreveu aqui nessa mesma coluna que não tinha motivo algum para desacreditar na gestão do deputado Laerte Gomes como um condutor de mudanças no legislativo estadual; altamente desgastado por um passado de dominação da verdadeira máfia de corruptos especializada em desviar dinheiro público para interesses pessoais dos próprios deputados e suas gangues.

Esse passado escandaloso tornou-se um calcanhar de Aquiles para os políticos locais, especialmente pela sucessão de ações criminosas dos parlamentares, culminando com a condenação na Justiça e até prisão de ex-presidentes da Casa. Nem todos os implicados foram presos. Um permanece até hoje foragido da Justiça, sabe-se lá a qual preço e por quais circunstâncias.

Conhecidas as aspirações políticas futuras do presidente Laerte, era de se esperar dele um notável serviço de faxina no legislativo estadual onde as quadrilhas nunca foram de fato extirpadas.

Para isso o deputado Laerte Gomes deveria demonstrar, já no princípio da gestão, uma coragem enorme de conduzir o destinos do parlamento de forma independente, escapando dos grilhões de pares mais espertalhões, contrários a qualquer mudança colocando em risco as mordomias dadas aos deputados sempre interessados em engordar suas contas bancárias.

E de repente, quem pensava que não ia ver mais operação policial vasculhando o prédio da Assembleia foi surpreendido com a Operação Feldberg, da Polícia Federal, entrando com tudo no suntuoso palácio legislativo, numa ação destinada a desarticular mais uma organização criminosa agindo naquele antro.

Esse foi o primeiro grande tropeço de Laerte Gomes, aquele no qual se depositou todas as esperanças de que as coisas estavam mudando.

A operação da PF foi realizada em conjunto com o Ministério Público rondoniense. O cumprimento de mandados judiciais de busca e apreensão foi feito por que a Operação Feldberg, como se informou, teria descoberto fraudes na eleição da presidência da casa, além da prática ilícita conhecida como “rachadinha”, na qual assessores “fantasmas” ou funcionários coniventes da ALE-RO repassavam mensalmente parte de seus vencimentos para as contas bancárias de investigados.

As esperanças que recaem sobre o trabalho de Laerte Gomes no resgate da moralidade ainda não terminaram de todo. O deputado anunciou em comunicado da própria Assessoria de Imprensa da Assembleia, distribuído ontem, que vai contratar (o data não foi anunciada) 40 novos servidores aprovados no último Concurso Público realizado pelo parlamento. É muito pouca coisa se levarmos em conta o número absurdo de servidores comissionados da Assembleia, próximo dos 2 mil.

São essas contratações feitas por baixo do pano que possibilitam os esquemas de “rachadinhas” e “gafanhotos”, e até da folha paralela que num passado recente levou para a prisão vários parlamentares e alguns ex-presidentes.

Nomear só 40 servidores aprovados é muito pouco diante o número aprovado no tal concurso, que teve a participação de mais de 60 mil inscritos. Mesmo assim é um sinal de que Laerte pode encontrar uma senda em que seja possível tocar a Assembleia no bom caminho.

OLHO NO LANCE

O governo rondoniense não tem nenhum motivo para reclamar das finanças do Estado. Isso é o que depreende de uma confissão feita ontem pelo presidente da Assembleia, Laerte Gomes, alertando para uma negociação entre o governo do estado e a empresa Energisa, responsável pela distribuição de energia aos consumidores rondonienses. Segundo ele, a empresa deve  1,7 bilhão de reais ao tesouro estadual mas só quer pagar 600 milhões. A Energisa exige por parte do governo a isenção de juros e multas. Em relação aos consumidores a malfada Energisa nem sonha em promover esse tipo de bondade.

BONDADE

Com o tamanho da fortuna existente no caixa da Assembleia bem que o presidente Laerte Gomes poderia substituir centenas de comissionados (muitos não passam de aspones) por servidores públicos aprovados em concurso. Segundo o próprio titular do parlamento o valor de dinheiro em excesso nos cofres da Assembleia é da ordem de 50 milhões de reais. Boa parte dessa reserva, sempre de acordo com Laerte, vai retornar ao governo do estado para investimentos em Saúde e organizações sem fim lucrativo (???).

CONTINUA

O gasto com publicidade pelas instituições públicas continua sendo um enorme escândalo público de gestores incapazes de agir com austeridade. Governo não precisa fazer propaganda. E nem o Legislativo. Ambos não têm concorrentes. Mesmo assim milhões do dinheiro dos pagadores de impostos acabam se escoando pelo ralo da publicidade, extrapolando todos os limites da ética e da seriedade.

O dinheiro serve para amestrar veículos da imprensa de todos os segmentos, inclusive nas redes sociais onde vários sites jornalísticos (??) vendem apoio e silêncio a estas instituições públicas e seus dirigentes.

CANDIDATO

Oficialmente o prefeito Hildon Chaves não anunciou se vai ou não ser candidato à reeleição. Para Lindomar Carreiro, um dos tucanos mais emplumados na capital rondoniense não há dúvidas: Hildon será candidato acrescentando que “as movimentações políticas estão sendo aceleradas desde o princípio do ano”, confessou.

Segundo o dirigente tucano Lindomar Carreiro, “o prefeito Hildon Chaves sofre o desgaste natural do cargo” mas isso não tira dele “o maior potencial eleitoral” pelo fato de que “a grande maioria do eleitorado da capital reconhece que Hildon foi o melhor prefeito que a cidade teve até agora”.

Com números apurados em pesquisa sobre o desempenho da gestão de Hildon Chaves “há chance dele ocupar pela segunda vez a prefeitura”, opina político que frequenta o gabinete do prefeito e faz parte de seu staff principal.

Hildon disputou “o segundo turno de 2016 com Léo Moraes (PTB) e ganhou com 65,15% dos votos. Ele e a mulher comandam o Grupo Athenas, que possui faculdades em Rondônia, Acre e Mato Grosso.”

QUALIFICAÇÃO

Cinco em cada dez indústrias brasileiras têm dificuldade em contratar mão de obra por causa da falta de trabalhador qualificado. A vaga existe, mas, muitas vezes, a empresa não consegue preenchê-la.

Essa é uma das barreiras para reduzir o desemprego que afetava 11,6 milhões de trabalhadores em todo o País no fim de 2019. Isso foi o que revelou pesquisa sobre a falta de trabalhador qualificado, feita pela CNI.

AFETADOS

O estudo mostra que a escassez de mão de obra qualificada afeta principalmente a indústria de biocombustíveis, no qual 70% das empresas dizem ter dificuldades com a qualificação dos trabalhadores. Em seguida vêm as indústrias de móveis (64%), de vestuário e de produtos de borracha (empatadas com 62%), têxtil e de máquinas de equipamentos (60% cada).

SAIU DAS CINZAS

O nosso amado estado de Rondônia é um local verdadeiramente premiado pela natureza por sua ampla riqueza mineral, pela enormes bacias hidrográficas, etc, etc. É terra de um povo generoso que busca com ardor melhorar sua capacidade cultural e sua ascensão econômica. Mas também é lugar de acontecimentos bizarros, quase sempre promovidos pela sua classe política bisonha.

Não faz muito tempo uma biblioteca pública estadual foi fechada. Ficou assim muitos anos e seu prédio passou a ser usado como sede de órgãos do governo.

Finalmente a Biblioteca Pontes Pinto saiu das cinzas, quando já estava no esquecimento e ressurgiu no seu local original. Mas não causou nenhum alvoroço. Certamente muitos ainda nem sabe que ela está ali, ao lado da escola Carmela Dutra.

PROTAGONISMO

Enquanto isso temos um governador que de repente se torna protagonista de uma história de condenação da literatura, convalidando a ação de seu secretário de Educação. Brincando de Torquemada colocou no altar da ignorância oficial obras de autores nacionais e estrangeiros que deveriam ser retirados da rede das escolas estaduais . Depois do vexame, vieram ambos tirar “o seu da reta” com desculpas esfarrapadas. E tudo isso numa terra onde lemos pouco e por isso a biblioteca ressuscitada continua às moscas!

FEVEREIRO

O mês de fevereiro marca o retorno das atividades escolares em praticamente todo o país. O início do ano escolar faz com que a rotina das famílias e das cidades se modifique. Assim, todas as manhãs poderemos contemplar milhares de crianças e adolescentes caminhando pelas ruas rumo à escola, bem como os engarrafamentos provocados pelo tráfego de carros nas portas e ruas próximas das escolas.

Francamente, a sensação que tenho é de que não acreditamos de fato que é através de uma educação de qualidade que poderemos reverter nossas mazelas sociais. Podemos até ter escolas, mas ainda estamos longe, muito longe, de ter educação, no sentido mais profundo do vocábulo.

FRACOS

É de conhecimento público e notório, que lemos pouco ou quase nada; que somos considerados fracos nas disciplinas pilares: português e matemática; que temos um sistema educacional que não consegue avançar. Não temos uma diretriz, um norte real, toda hora as coisas mudam de ordem, se alteram sem se modificar de fato, mudam-se os nomes para se referirem às mesmas coisas, como se isso fosse a grande inovação.

E assim, a educação finge que é feita em nosso país. E assim, as pessoas fingem que estão estudando. E assim, os governos propagam seus feitos com ares de grandiosidade. E o que de fato interessa fica renegado ao último plano: educação de qualidade. Queremos escolas, diplomas, formaturas, índices, mas ainda, dizemos não ao ato de aprender. E quem quer o contrário, que não são muitos, vê-se remando contra a maré.

AUTOR: GESSI TABORDA –  JORNALISTA –  COLUNA EM LINHAS GERAIS

Comentar

Print Friendly, PDF & Email

COMPARTILHE

BAIXE NOSSO APLICATIVO

RESENHA POLITICA

TEIA DIGITAL

TEMPO REAL

PUBLICIDADE

Instagram

Instagram has returned empty data. Please authorize your Instagram account in the plugin settings .
WP2Social Auto Publish Powered By : XYZScripts.com