Em Linhas Gerais

“A situação recomenda cautela. O governador sai de férias e ninguém sabe de nada” – por Gessi Taborda

TEMPOS BICUDOS

A situação recomenda cautela. O governador sai de férias e ninguém sabe de nada, nem para onde ele foi. Quem sabe Aruba, onde também descansa o Senador Romário. E também, segundo se informou, o vice não foi encontrado.

Então é isso: Rondônia começou o ano navegando num mar de incertezas. Sem falar na gravidade do cenário interno, lembremos que o momento é delicado até no mercado internacional, obrigando o Maduro (da Venezuela) a ir ao oriente pedir arreglo para salvar as petroleiras da bancarrota. Na Rondônia, a taxa de investimento desse ano será de quase nada. Se houver crescimento será muito baixo. Com isso desemprego à vista. E como se não bastasse, o escândalo praticado pelos personagens do palácio (onde até o governador está encalacrado) está afetando o estado na política e na economia muito mais do que se imaginava.

 SÓ POR AQUI

Um leitor qualificado decidiu fazer um baita elogio ao prefeito de Porto Velho que decidiu usar uma técnica mais invasiva para fazer com que os espaços dos pontos de ônibus nas vias sejam mais duradouros. Na verdade não se trata de nada muito inovador.

Simplesmente o prefeito decidiu cavar um buraco mais profundo nas paradas de ônibus para reforçar a base e não – como acontece agora – apenas colocar a capa asfáltica que não tem durabilidade. Não se sabe quanto isso está custando para o contribuinte e nem se isto vai mesmo aumentar a durabilidade do asfalto nesses locais, evitando o afundamento do solo e a criação de “bolhas” e “verrugas” nas paradas de onibus.

Porto Velho é assim: tem coisas que só acontece por aqui, verdadeiras bizarrrices.

 DEBAIXO DO SOL

Estamos no trópico úmido da Amazônia e nem por isso temos uma capital arborizada, com locais agradáveis para simplesmente passar momentos de descanso sobre a sombra de uma árvore numa praça pública. Nesse calor senegalesco os prefeitos (o de hoje o antecessores) se empenharam em construir espaços públicos com o domínio do cimento, sem árvores, sem jardins, fontes de calor. O prefeito atual, Mauro Nazif, foi capaz de gastar dia desses quase meio milhão para fazer um show com uma banda popular, a Calypso. E tudo isso no momento em que as praças do centro estão decrépitas, precisando do básico. É coisa de Porto Velho.

 TINHA DE SER AQUI

Onde encontrar uma obra milionária destinada ao lazer, como nome de “Espaço Alternativo”, no canteiro central de uma via expressa como uma espécie de academia a céu aberto, debaixo de um sol que na maioria das vezes provoca temperaturas de deserto? Claro, só aqui em Porto Velho.

Mas essa não é uma obra municipal. É um insulto à inteligência de qualquer urbanista que se preocupa com a qualidade de vida de quem mora nas cidades, praticado pelo governo estadual.

E não é apenas um insulto à inteligência. Foi – o que é pior – um meio de fazer escorrer pelo ralo o dinheiro público. A obra está paralisada por determinação judicial. Alguns ratos chegaram a ser presos, mas como é praxe, já escaparam. E o povo, como sempre, se tornou a grande vítima de mais (literalmente) conto do suadouro.

 CAMELÓDROMO

Onde o povo espera calmamente, sem reagir, as soluções para reaver logradouros públicos tomados por camelôs e vendedores de pirataria, desocupados, e todo tipo de representantes da “marginalidade”? Aqui, em Porto Velho.

É isso o que acontece com suas praças mais centrais, incluindo aquela em que fica o mais antigo fórum do estado.

E para justificar a transformação do centro da capital rondoniense numa espécie de muquifo, usam a desculpa da cheia histórica do Rio Madeira, com o fim do “shopping popular”. Mas isso é meia verdade. Os logradouros centrais sempre foram dominados pelo comércio ilegal e clandestino.

 BANCO DOS RÉUS

Rondônia é um dos poucos estados do Brasil onde quem está no palácio mandando é um governador apontado como chefe de uma quadrilha desarticulada pela Polícia Federal que segundo tais investigações agia dentro do próprio governo. Embora ocupe o principal gabinete do centro administrativo, o governador tem todas as chances de sentar no banco dos réus proximamente.

Não é nada elogiável o que escreveu a ministra Laurita Vaz, no inquérito 784/STJ sobre o governador Confúcio. A se levar em consideração as manifestações dessa ministra do Superior Tribunal de Justiça, existe toda perspectivas de uma sentença de mais de 10 anos de cadeia.

 INVERSÃO

Aqui em Porto Velho as coisas incomuns levaram o prefeito Mauro Nazif e seu secretário de Trânsito (que não entende nada da matéria) a serem multados pela “ideia luminosa” de inverter o trânsito da Sete de Setembro, no centro. Ideia “amalucada” que vai custar merreca de 5 mil reais para cada um. E eles, claro, se consideram muito inteligentes…

 SE PREPARANDO

Em Rolim de Moura o prefeito Cesar Cassol trabalha como nunca recuperando pontes nas estradas rurais e fazendo várias obras de melhorias na cidade. Com isso, mostra que não se abateu com a condenação do irmão Ivo Cassol – que está na iminência de perder o mandato de senador – e confirma todos os prognósticos de que vai continuar na vida pública. Cesar pode entrar na briga na próxima eleição para o senado (quando duas cadeiras estarão na disputa) ou até mesmo na conquista do governo do estado. E tudo isso bem descolado do irmão que desceu a ladeira.

 NO MURO

Pelo visto, o novo ministro da Fazenda vai fazer muito pouca coisa além de aumentar impostos. Ele gosta de distribuir gentilezas. Elogiou a política econômica de Fernando Henrique, elogiou a política econômica de Lula, elogiou o ex-ministro da Fazenda Antônio Palocci. Só esqueceu de Guido Mantega, a quem substituiu. Bom, mas ai também seria demais…

 COMO DIZIA MILLÔR

Objetivamente, o que se pode dizer é que a liberdade de expressão se tornou um direito universal da humanidade justamente para se dizerem coisas que possam ser desagradáveis para alguém que não quer ouvi-las. Para dizer amém, não é preciso garantias. E nem democracia. Como dizia Millôr Fernandes, um dos mais brilhantes humoristas brasileiros, morto em 2012, “imprensa é oposição. O resto é armazém de secos e molhados”.

 LATIFUNDIO

O Brasil é um país de latifúndio, mesmo a nova ministra da Agricultura, Kátia Abreu afirmando o contrário. Dados oficiais do Incra mostra que as grandes propriedades saltaram de 238 milhões para 244 milhões de hectares entre 2010 e 2014. Ou seja: cresceram duas vezes o estado do Sergipe. Aliás, a própria Kátia Abreu é uma latifundiária.

 LEIS IMPORTANTES

Tem muita gente que reclama do excesso de leis determinando quanto os governantes precisam investir em cada área, quanto podem gastar com cada coisa. São 25% para a educação, 12% para a saúde (no caso dos estados), 2% para ciência etc. E os limites para folha de pessoal também deixam ainda menos margem de manobra para que se possa fazer tudo de acordo com a vontade do governante.

No caso de Rondônia há reclamações de que o governo do estado não está conseguindo pagar em dia suas obrigações.

Agora o tititi circulante no meio político é que o governo do estado teria “maquiado” as contas públicas para fingir que cumpriu com a Lei de Responsabilidade Fiscal.Assunto que precisa ser investigado por órgãos como o TCE e o Ministério Público.

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