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Pastor responsável por ‘jejum mortal’ será processado pela Justiça do Quênia

Após obedecerem às ordens de líderes religiosos, 109 seguidores da seita morreram de fome e asfixia

Um tribunal do Quênia anunciou, nesta terça-feira (2), que processará o pastor Paul Nthenge Mackenzie sob a acusação de “terrorismo” após a morte de 109 pessoas em uma floresta no sudeste do país, onde membros de sua seita se reuniam.

O homem é acusado de ter exortado seus seguidores, da Igreja Internacional das Boas Novas, a morrer de fome “para encontrar Jesus”, na floresta de Shakahola, um caso que comoveu o religioso país do leste africano. 

O autoproclamado pastor compareceu a um tribunal na cidade de Malindi nesta terça-feira (2), com outros oito réus. Ele vestia uma jaqueta esportiva rosa e preta e parecia calmo, segundo um jornalista da AFP. 

Após a audiência, ele foi transferido para Mombaça, a segunda maior cidade do Quênia, onde há “um tribunal habilitado a julgar casos que dependam da lei de prevenção ao terrorismo”, disse a promotora Vivian Kambaga. 

Outro pastor, Ezekiel Odero, um dos mais famosos do país, deve comparecer a um tribunal de Mombaça ainda nesta terça.

A autoridade judicial deve decidir sobre o pedido da Promotoria para mantê-lo preso por 30 dias, tempo necessário à investigação de seu possível envolvimento no chamado “massacre na floresta de Shakahola”. 

Segundo a acusação, “existem informações confiáveis que ligam os corpos exumados” nesta floresta a “vários fiéis inocentes e vulneráveis” da Igreja Nova Vida, de Odero. 

A polícia estabeleceu que alguns assassinatos podem ter ocorrido nas instalações do culto de Odero, disse a Promotoria. 

Os investigadores querem verificar se os corpos foram “preservados em um necrotério particular” antes de ser “transportados e enterrados na floresta de Shakahola”. 

O televangelista Odero é acusado de assassinato, suicídio assistido, sequestro, radicalização, crime contra a humanidade, crueldade contra crianças e fraude e lavagem de dinheiro.

A descoberta de mais de 100 corpos, na maioria de crianças, na floresta de Shakahola chocou o país. O número não é definitivo, porque a exumação das valas comuns ainda não terminou. 

Muitas das vítimas parecem ter morrido de fome. Mas as primeiras autópsias realizadas na segunda-feira, em uma dúzia de cadáveres, também revelaram duas mortes por asfixia. 

O escândalo reacendeu o debate sobre a regulamentação de cultos no Quênia, um país predominantemente cristão em que 4.000 “igrejas” coexistem, segundo dados oficiais. 

O presidente William Ruto prometeu agir contra aqueles que “usam a religião para promover uma ideologia obscura e inaceitável” e os comparou a “terroristas”.

FONTE: AFP

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