APODRECIMENTO
A inclusão de apenas dois nomes (até agora) de políticos rondonienses na chamada lista de Janot para ser investigados como supostos beneficiários na distribuição de propinas arrancadas da Petrobras dá a clara dimensão do apodrecimento da representação política brasileira, da qual nem mesmo um estado jovem como o nosso escapa dessa práxis de devassidão.
Para quem, como eu, tem longos anos de vida e de jornalismo, as notas explicativas assinadas por Raupp e por Magno só servem para tranquilizar os tolos e ingênuos. Os que não perceberam até hoje a dimensão real desses políticos, irão vê-los agora despidos da fantasia de mocinhos e do glamour criado pelos marqueteiros políticos.
Se o eleitorado rondoniense permanecer anestesiado diante dos fatos decorrentes dessa investigação da Lava Jato, gente como Raupp e Magno continuarão vencendo pleitos, em buscas de milhões e milhões para ampliar magistralmente suas riquezas.
PREJUDICIAL
Só quem tem visão caolha sobre a política rondoniense se sentiu surpreso com a inclusão de Valdir Raupp na lista dos políticos que serão investigados por determinação do STF. Em relação a Carlos Magno (pela sua insignificância no cenário político regional e nacional) até se justificaria uma certa surpresa, principalmente no meio onde nomes de maior relevância na passarela da corrupção (caso, por exemplo, do escândalo da ambulâncias) ficaram de fora da relação.
Em se tratando de Valdir Raupp, a inclusão de seu nome nessa relação da vergonha é um demonstrativo de que seu projeto político começa a descer a ladeira.
O barbudo de Rolim foi um nome verdadeiramente prejudicial para o estado de Rondônia desde o momento em que virou governador. Até hoje o estado paga caro pela débâcle do Beron e pela influência de outros escândalos (Frangogate) e da destruição de ativos importantes do estado, como era a própria Ceron.
PROPINA HUMANITÁRIA
A levar em consideração as explicações do doleiro Alberto Youssef para justificar a liberação de vultosas propinas ao então deputado do PP, Carlos Magno, sobressai na história um lado muito humano do distribuidor do dinheiro roubado da Petrobrás: “era para pagar as vacinas e garantir do tratamento do ex-parlmentar, que sofria com uma Hepatite C”.
Magno antes de se tornar deputado federal passou uma temporada na Cadeia, preso na mesma operação da PF que também colocou no xadrez o ex-presidente da Assembleia, Carlão de Oliveira. Se tivesse levado em consideração o provérbio antigo de que “gato escaldado com água quente tem medo de água fria”, Carlos Magno não entraria na bananosa que terá de enfrentar agora por determinação do STF.
EM NADA
Exatamente por ter escapado ileso de todas as investigações de mal feitos em sua gestão, correligionário próximo de Raupp comentava ontem que no clã do barbudo ninguém sequer pestanejou diante desse episódio: “Pelo tamanho da lista Janot, não resta dúvida sobre qual será seu final: uma tremenda duma pizza que nem mesmo deverá reduzir o tamanho do eleitorado de Raupp no estado!”.
EXAGEROS
Certamente o Valdir Raupp de hoje não tem nada a ver com aquele pobretão de 3 décadas que vivia na região de Rolim. Ele exterioriza riqueza. Mas daí a acreditar-se que o mesmo está prestes a iniciar um negócio de fabricação de pneus com uma parceria de capital da China é, certamente, uma mera fantasia… Nem se realmente personificasse o mitológico Midas.
CONFUSÃO
Há fortes evidências de que um novo movimento paredista vai acontecer no estado com o intuito de revelar a pouca importância que o governo da aos setores fundamentais como Educação, Segurança e Saúde, principalmente por manter uma política de não valorização dos servidores públicos, especialmente daqueles com a responsabilidade de educar nossa juventude.
Nossos governos — comodamente — insistem em confundir educação com ensino formal. A questão é muito mais extensa. O ensino formal é complementar à educação, devendo, ambos, caminhar paralelamente. Não será por saber aritmética que um homem terá uma educação digna. Ele está dentro de um caldo de cultura complexo demais para ser cuidado por políticos.
Como os nossos professores — desprestigiados, mal remunerados — podem orientar crianças e adolescentes sem noção de civilidade, de convivência?
NO CAOS
Acredite ou não, Rondônia está mergulhada no caos. E não apenas no caos político, mas também no econômico. É por isso que cada vez mais o noticiário do cotidiano é mais violento, mais sangrento. E cada vez mais escolas são alvos de bandidos, de ladrões.
A gestão pública rondoniense perdeu seus referenciais, pontos de apoio. Professores mal pagos e desprestigiados não tem como orientar nossas crianças e nossa juventude para dar-lhes uma forma superior de vida. Educar é como cultivar uma planta: a semeadura, os cuidados, o crescimento, a adolescência, a maturidade.
NAUFRÁGIO
Então é isso: o tempo passa, o tempo voa e nossa cultura vai naufragando numa boa. Antes a justificativa era a falta de teatro, de locais apropriados para espetáculos. E agora? E agora? Temos teatro, temos “casa de cultura” e não temos nenhum calendário de eventos de cultura que mereça registro. Os governantes (no nível do estado e do município) é uma mera enganação do cacique e do pajé.
Nunca antes poder-se-ia imaginar que num curto período de gestão pública conseguiriam arrasar, em tão pouco tempo, uma cultura florescente como a que havia em nossa capital, com suas manifestações folclóricas, musicais, de artes plásticas, etc. Os efeitos devastadores das lambanças desses governantes no segmento da cultura, chegaram até ao que no passado era tido como o museu da EFMM.
Tudo isso é decorrência da crise moral e ética desses governantes que não mentem apenas para ganhar eleições, mas também para ir governando na tática da enganação.
COLHEITA
Uma tortura o pronunciamento de dona Dilma por ocasião do Dia Internacional da Mulher. Ouvir a mulher me levou à seguinte reflexão: Lula colheu o que o FHC plantou e Dilma colheu o que o Lula plantou. O sucessor de Dilma não deverá colher nada porque as sementes plantadas, de má qualidade, não germinam.
MULHERES
Não bastam comemorações, é preciso ir além, visando um mundo melhor para essas guerreiras, que galgaram lugares de destaque na sociedade depois de anos de batalha, mas que ainda podem conquistar muito mais, pois são poderosas e não temem os desafios. Ainda há muito a ser buscado nas áreas sociais, políticas e econômicas, e muito que combater no que diz respeito a discriminações e violências a que muitas mulheres ainda estão sujeitas.
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