FILOSOFANDO
“Em presença de imbecis e loucos, há somente um caminho para mostrarmos nossa inteligência: não falar com eles.” SCHOPENHAUER (1788/1860). Depois de assistir o debate (??) da Record entre os candidatos à prefeitura de Porto Velho, nada melhor para a reflexão do que este ensinamento do filósofo alemão do século XIX. O pessimismo de Arthur Schopenhauer continua valendo para os dias atuais.
NADA DE NOVO
Para quem tinha esperanças de ver a campanha eleitoral de Porto Velho terminar com debates mais limpos, mais propositivos, aquele realizado pela Record (SIC) rondoniense no domingo não trouxe nada de novo.
O que se viu foi a total falta de espírito público do candidato do PTB. Ficou claríssimo: seu único objetivo nessa campanha, depois de ficar marcado como perdedor nas pesquisas de intenção de votos do Ibope (no primeiro e segundo turnos), foi o de desqualificar o adversário Hildon Chaves.
GROTESCO
No debate do último domingo o espetáculo grotesco apresentado pelo pupilo de Nilton (leia-se “Escândalo das Ambulâncias”) Capixaba, o presidente do PTB rondoniense, chegou às raias do absurdo de utilizar casos retirados do baú do tempo do império (sem a menor importância no contexto atual) para desqualificar o tucano que, de acordo com o Ibope, lidera com uma grande vantagem a preferência do eleitorado.
GRUPELHOS
Como diziam observadores políticos com trânsito no legislativo estadual, “até os grupos de negociatas” que estavam claramente apostando suas fichas no candidato moço, estavam desconcertados com o modus operandi do seu preferido. Os observadores começavam a admitir que desse jeito, ele nunca chegará ao comando do município. “Ele se esqueceu do compromisso assumido no encontro da OAB, de fazer uma campanha limpa, dentro da ética, começando a baixaria quando não terminou o primeiro turno na liderança”, disse uma fonte com trânsito no gabinete o jovem deputado do PTB.
PEGOU MAL
Pesquisas realizadas por especialistas demonstram que, naturalmente, 75% do eleitorado, aproximadamente, rejeita político que fala mal do adversário só por estar interessado em ganhar de qualquer jeito e não ter proposta. Se quem coordena a campanha de Leo levasse isso a sério, possivelmente a disputa pela prefeitura da capital rondoniense não teria descambado para esse espetáculo degradante, seria mais sadia, didática e propositiva.
De acordo com o estudo sobre esse estilo na disputa eleitoral, só um segmento pequeno assimila positivamente esse comportamento agressivo de insultos constantes ao concorrente. Se a tática se repetir no último debate (o da Globo) o jovem candidato pode motivar uma debandada ainda maior dos seus (ainda) simpatizantes.
ALTERNÂNCIA
Até aqui, o resultado eleitoral apenas confirma o balizamento colocado pela coluna ainda antes da definição dos candidatos a essa corrida pela sucessão municipal. Quem é leitor de Em Linhas Gerais sabe de há muito que a população de Porto Velho estava ansiosa para promover a alternância da gestão municipal. E de preferência que ela acontecesse (como tudo indica que vai acontecer) sem a presença dos políticos tradicionais, ou de candidato cercado por grupos e nomes rechaçados pela vontade popular.
CANSAÇO
Cansada das gestões incapazes e subservientes aos grupos econômicos, e políticos sempre agarrados nas tetas do erário, a maioria da população não perderia mesmo a oportunidade de colocar na prefeitura alguém novo, com um perfil mais apropriado para por um ponto final caminhada de caranguejo, sustentada pelos prefeitos anteriores e pelo atual, Mauro Nazif. É isso que colocou Hildon Chaves como o mais votado no primeiro turno e líder no segundo turno, em pesquisas do Ibope.
AVALANCHE
Finalmente três dias antes da eleição do domingo termina a propaganda eleitoral no rádio e na TV. Com isso a população vai se livrar do festival de ataques promovidos pela campanha do candidato do PTB ao tucano Hildon Chaves.
REFRESCO
Como a Justiça Eleitoral decidiu punir o jovem deputado Leo pelos excessos de ataques (simples truques de madame) ao seu concorrente líder das pesquisas, o eleitor possivelmente será poupado do espetáculo vergonhoso em que se transformou o espaço da coligação comandada pelo PTB no horário eleitoral a partir de hoje.
Mas não há garantias de que no último debate, que será realizado pela TV Rondônia (Rede Globo) o telespectador não seja mais uma vez assistente desse teatro do absurdo com sua avalanche de ataques que deixará Leo Moraes aclamado como “o candidato da baixaria” eleitoral, como nunca se viu antes na política rondoniense.
RECOLHENDO OS FLAPS
Marqueteiros que estavam imersos na campanha do PTB pela disputa da cadeira onde (ainda) está sentado Mauro Nazif, já estão dando “stop”, convencidos de que a eleição de domingo já está definida a favor do candidato tucano. Aparentemente esse é o clima. Todavia em política nunca há certeza definitiva, principalmente levando-se em conta que há um índice grande de eleitores que só decidem seu voto horas antes de ir para as urnas.
REFLEXOS
Uma suposta derrota de Leo Moraes na disputa pela prefeitura de Porto Velho terá potencial para encurtar a carreira de alguns caciques políticos do estado. Afinal, máquinas partidárias que sustentam nomes como o de Valdir Raupp, Ivo Cassol, Nilton Capixaba entre outros menos votados estão dando apoio ao jovem político, oriundo do forte nicho eleitoral do segmento da Segurança. O sonho de voltar (ou, se preferir, continuar) ao domínio do poder estadual corre o sério risco de não acontecer em 2018.
CADÊ OS NOMES
O governador Confúcio Moura tem a obrigação moral de nominar os políticos que incentivam o crime ambiental no estado e não ficar apenas em afirmações genéricas feitas no seu blog pessoal. Se ficar calado em relação a isso pode ser tido como conivente. Aliás, na qualidade de chefe da administração estadual, o governador tem obrigação de tomar providências contra os tais incentivadores desse crime nefasto.
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