Sem nenhuma acusação direta ao ex-presidente dos Estados Unidos, companhia nega qualquer culpa no processo
A empresa imobiliária de Donald Trump foi condenada nesta terça-feira (6) por um esquema criminoso de mais de 15 anos para fraudar as autoridades fiscais, em mais um caso que se soma a outros problemas judiciais que o ex-presidente dos Estados Unidos enfrenta.
A Organização Trump — que opera hotéis, campos de golfe e outros imóveis em todo o mundo — será multada como resultado da condenação. O valor exato será determinado pelo juiz que supervisiona o julgamento no tribunal do Estado de Nova York em uma data posterior.
A empresa se declarou inocente. O próprio Trump não foi acusado no caso.
Embora não se espere que a multa seja significativa para uma empresa do tamanho da Organização Trump, a condenação por um júri pode complicar a capacidade da companhia de fazer negócios ao assustar credores e parceiros.
O caso centrou-se em acusações de que a empresa pagou despesas pessoais como aluguel de casa e aluguel de carros para altos executivos, incluindo o ex-diretor financeiro Allen Weisselberg, sem reportar a renda, e ainda fez pagamentos de bônus a executivos como se fossem contratados de forma independente.
“O festival de benefícios é projetado para manter seus altos executivos felizes e leais”, disse o promotor Joshua Steinglass aos jurados durante argumento final na sexta-feira (2).
A Organização Trump enfrenta separadamente um processo de fraude movido pela procuradora-geral do Estado de Nova York, Letitia James.
Weisselberg, de 75 anos, depôs como a principal testemunha do governo como parte de um acordo judicial com os promotores que lhe permitirá passar não mais do que cinco meses na prisão.
A Organização Trump argumentou que Weisselberg executou o esquema para se beneficiar pessoalmente. Ele está de licença remunerada da empresa e testemunhou que recebeu mais de 1 milhão de dólares (R$ 5,2 milhões) em pagamentos de salários e bônus este ano.
“A questão aqui não é se, como subproduto, a empresa economizou algum dinheiro”, disse Susan Necheles, advogada de defesa, em argumento final na quinta-feira (1º). “A intenção (de Weisselberg) era beneficiar a si mesmo, não à empresa.”
Trump escreveu na plataforma Truth Social em 19 de novembro que a família “não obteve nenhum ganho econômico com os atos praticados pelo executivo”.
O republicano, que em 15 de novembro anunciou a terceira campanha à Presidência dos EUA, chamou a investigação de uma “caça às bruxas” com motivações políticas. Tanto o promotor distrital de Manhattan, Alvin Bragg, quanto o antecessor, Cyrus Vance, são democratas.
Weisselberg, que se declarou culpado em agosto de ocultar 1,76 milhão de dólares (mais de R$ 9,21 milhões) em receita das autoridades fiscais, testemunhou que o próprio Trump assinou os cheques de bônus de Natal e pagou pessoalmente centenas de milhares de dólares em mensalidades de escolas particulares para os netos do executivo.
FONTE: REUTERS
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