Em Linhas Gerais

Em Linhas Gerais – As urnas precisam produzir novas Lideranças – por Gessi Taborda

 

ESTEREÓTIPO

urnaFaltando pouco, muito pouco, tempo para as eleições de outubro, tudo indica que o resultado das urnas confirmará os estereótipos cultivados pelos brasileiros dos demais estados sobre a nossa Rondônia. E não poderemos culpar os eleitores pela perda da grande chance que são as eleições para mudar nossa imagem, jogando por terra os epítetos que nos envergonham, como aquele da “Roubônia”.

Vai ser difícil para o eleitor rondoniense encontrar um sujeito com capacidade e interesse em mudar essa imagem negativa chegando ao governo do estado.

Sem bons nomes (ilibados, ficha limpa, preparados, etc) competitivos. O eleitor, sem melhores opções, pode tender a manter na chefia rondoniense um governante pronto a continuar gerindo sem planejamento, com dificuldades de cumprir o que foi combinado e, como se tornou praxe, convivendo e tolerando muito bem as altas doses de corrupção.

 

GRANDE BAGUNÇA

marketing politicoEnquanto as urnas rondonienses não produzirem lideranças capazes de romper com o feudo antigo, capaz de ganhar respeitabilidade e vigor político sem as ações de marketing que, atualmente, consome milhões de reais dos cofres públicos, o saldo da refrega eleitoral dificilmente será positivo.

Que a coluna se esteja totalmente errada, mas pelo andar da carruagem, pelos atores até agora definidos nesse teatro do absurdo, a imagem de Rondônia como “uma grande bagunça”, pode até ser fortalecida.

Nós queremos fazer as coisas certas, nos queremos mudar para melhor. Mas os dirigentes partidários (sempre agindo em função de interesses pessoais e paroquiais) não nos dão as opções necessárias. Conseguiremos?

 

QUE VERGONHA

nepotismoNão sei se isso acontece. Mas se o colunista fosse membro do Ministério Público estaria morrendo de vergonha diante da decisão macunaímica do prefeito de Porto Velho em demonstrar que não irá respeitar a lei que proíbe o nepotismo, dando uma verdadeira banana para “recomendação” do promotor de Justiça, Alzir Marques. É como disse aqui em coluna recente. Um prefeito não pode ser simplesmente recomendado a cumprir a lei. Certamente, em lugar da recomendação, deveria ser proposta uma ação contra o prefeito que, num desafio direto à instituição dos promotores públicos, decidiu continuar passando por cima da lei.

 

VAI TER RESPOSTA?

nepostimoE agora: qual será a resposta do MP. Haverá tolerância continua para com o prefeito (ou qualquer outra autoridade do executivo) no sentido de que ele continue descumprindo outras leis sem sofrer qualquer tipo de punição pelo delito?

Aqueles parentes do prefeito premiados com cargos regiamente pagos, serão obrigados a devolver tudo o que receberam por exercer cargos aos quais estão impedidos em função da relação de nepotismo?

E a Câmara Municipal? Vai ficar de joelhos aceitando a decisão do prefeito de tratorar uma lei aprovada pela edilidade? Desse jeito, com tamanha tolerância à prática delituosa, ficará difícil ao MP propor ações contra aqueles que se julgam intocáveis na administração pública, adotando pose imperial, totalmente antirepublicanas.

 

LIMITES

expeditoA notícia de que o pré-candidato dos tucanos em Rondônia, Expedito Júnior (que perdeu o mandato de senador por condenação de compra de votos) já está respondendo a uma nova ação por propaganda eleitoral antecipada mostra que ele, como tantos outros políticos da terrinha, não tem ninguém para orientá-lo a respeitar os limites da legislação. Político sem uma assessoria de qualidade (pelo menos jurídica) acaba metendo os pés pelas mãos e vão enfrentar um desfecho que pode parar na cadeia. Estamos cheios de exemplos por aqui, como os Donadons e o irmão Valter. Esse pessoal sempre se considerou intocável.

 

EMPURRANDO

herminioJosé Hermínio deve ter descoberto o péssimo negócio que fez ao trocar o PT pelo PSD. No início tinha garantias de disputar a prefeitura de Porto Velho, com chances reais de vencer. Foi convencido a esquecer o projeto em favor da candidatura tucana da ex-vereadora Mariana.

E agora, pelo que se ouve, está sendo empurrado para disputar uma cadeira na Câmara dos Deputados. Primeiro melaram sua aspiração de disputar o governo, como o mais legítimo candidato de Oposição. Ele estava praticamente definido a renovar o mandato de deputado estadual. Se mexerem os pauzinhos, não restará ao combativo Hermínio tentar uma cadeira na Câmara.

 

ABISMO

ivo-cassolTermina amanhã o prazo para o senador (ainda) Ivo Cassol apresentar embargo no Supremo contra a ação penal 565, pela qual foi condenado a quatro ano e quase nove meses de prisão, além do pagamento de multa no valor aproximado de R$ 134 mil. Se o embargo for entendido como meramente protelatório, Ivo Cassol poderá ser obrigado a cumprir imediatamente a pena. Se isso acontecer, o ex-governador rondoniense corre o risco de perder o mandato de senador.

Cassol parece não acreditar muito que está próximo do abismo, cavado com seus próprios pés. Continua dando as cartas na formação da aliança da terceira via para as eleições desse ano.

Ao preferir soluções familiares para manter o poder com o carimbo cassolista, corre o risco de ver seu capital eleitoral vai para o beleléu. Mas, certamente, não acreditará, nisso; como não acreditou nas sinalizações de que o seu inferno astral poderá ser imenso se não conseguir ficar longe da cadeia.

 

SUMIÇO

tonQuem anda meio sumido (após forte exposição) do noticiário político rondoniense é o Padre Tom, presidente regional do PT e lançado como pré-candidato do partido à sucessão estadual. Um recente encontro entre Lula e o “big-boss” do PMDB rondoniense, senador Valdir Raupp, deixou o padre (que, convenhamos, não é competitivo no estado para díspar o governo) amuado.

O encontro entre o cacique peemedebista e Lula da Silva deixou a impressão que Padre Tom não é um candidato prioritário para as articulações do PT nacional. Pode ser que a constatação da falta de empenho de Lula pelo “companheiro” de Rondônia seja a justificativa para o sumiço do “cura”.

 

É PARA PREOCUPAR

graficoLi, em matéria do Estadão, que entre 2010 e 2014 o Brasil perdeu 16 posições no ranking de competitividade global, saindo do 38.º para o 54.º lugar entre 60 países, segundo a pesquisa anual da escola suíça de negócios IMD e da Fundação Dom Cabral. Foi o pior desempenho desde 1996, notou o responsável pela pesquisa no Brasil, Arruda. Pelo ranking de 2014, o Brasil ficou à frente apenas de países mais pobres e com dificuldades maiores: Eslovênia, Bulgária, Grécia, Argentina, Croácia e Venezuela. Destes, a Grécia quebrou na crise de 2008, a Venezuela está inadimplente e a Argentina – com a economia cada vez mais fraca – atrapalha-se com o declínio político de Cristina Kirchner, em fim de mandato.

Essa realidade dos números não me agrada mais não me preocupa. Estou entre aqueles que têm mais passado do que futuro. Porém (e sempre tem um porém) para quem é jovem e espera viver num país com condições reais de garantir um futuro adequado, esse negócio é de preocupar qualquer cristão.

Quando algum político começar a pintar um futuro seguro, maravilhoso, de melhorias da qualidade de vida de nossa gente, lembre-se que oBrasil está em 58.º lugar pelo critério de eficiência do governo – ou seja, entre os 5% piores da mostra.

 

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