RONDÔNIA NA CONTRAMÃO
Estou, pelo visto, vivendo o ápice da mistificação proporcionada pelo marketing eleitoral aqui no nosso estado de Rondônia. Esse marketing pago a preço de ouro pelo governo que disputa a reeleição usando todas as armas tem procurado vender ao rondoniense (e parece ter muita gente pronta para comprar essa lorota) uma fantasia, onde se afirma, entre outras coisas, que o estado vai bem economicamente, que o governo faz muitas obras, e tudo isso com austeridade e probidade.
A realidade é bem diferente. Uma análise fria mostra como o estado vai se mantendo na contramão do desenvolvimento, até mesmo se considerar apenas a região. O eleitor – dizem alguns cientistas políticos – gosta de se enganar e disso aproveitam-se marqueteiros contratos para ressuscitar personagens que, até recentemente, eram defuntos políticos.
Fatos registrados em documentos oficiais mostram como se mente (de forma deliberada) ao povo. O relatório de gestão fiscal e o demonstrativo de disponibilidade de caixa oriundo da vigilância do Tribunal de Contas rondoniense de agosto desse ano revela que o (des) governo de Confúcio só tinha 87 milhões de reais em caixa para uma dívida de 274 milhões. Quebradeira à vista.
INDUSTRIALIZAÇÃO
Expedito Júnior, concorrente que busca desalojar Confúcio do palácio, tem se ocupado do tema da industrialização. E esse é só mais um aspecto da incapacidade do atual governo em colocar Rondônia numa rota de desenvolvimento. Não é preciso muito argumento para mostrar a inexistência de uma política de industrialização durante o governo desses (vá lá!) filósofo de Ariquemes. É só constatar que no tal Distrito Industrial de Porto Velho as “indústrias” que lá estão não surgiram em seu governo, especialmente aquelas de médio porte. E não chegam a 10 unidades fabris.
Essa percepção de que praticamente nada se fez nesse governo para industrializar Rondônia é colhida também no interior do estado onde não há nenhum polo de industrialização, nem mesmo da agroindústria. Agora, o que existe é a promessa eleitoral de que, num segundo mandato isso seria feito. Quem pode acreditar nisso?
FUNDAMENTAL
A industrialização é fundamental para gerar empregos de qualidade. Estudiosos constataram ser muito mais difícil gerar empregos em escala e com salários médios mais elevados sem a presença da manufatura. Se o governo de Confúcio não fez nada de expressivo para a industrialização no estado, é muito difícil acreditar que num hipotético novo mandato era fazer esse dever de casa.
Rondônia tem uma localização geográfica invejável, mas o ambiente institucional de negócios é hostil ao empreendedorismo e à competitividade. Tirando segmentos e indústrias aqui instaladas antes de Confúcio (caso da Votorantin), as demais indústrias são afetadas pela crescente perda de competitividade.
Nem mesmo iniciativas antigas que deveriam aproveitar-se da chamada Zona Franca prosperam, assim como não foi adiante a tal zona de livre comércio de Guajará Mirim.
Por isso, entendemos que o próximo governo precisa priorizar a capacidade do estado de concorrer no comércio global, incluindo uma forte política de atração de investimentos industriais. E para isso terá de investir de verdade na implantação da infraestrutura que só existe na propaganda e na ação de marketing eleitoral da campanha de reeleição.
EXIGÊNCIAS
Investidores têm exigências para arriscar seu capital, tais como a segurança jurídica, a redução da burocracia, tudo isso aliado a um ambiente de gestão pública de qualidade, com demonstrações de que o custeio da máquina pública obedeça de verdade os preceitos da austeridade e da eficiência.
A inserção de Rondônia no cenário do fortalecimento da indústria brasileira não se dará sem o advento de grandes unidades de produção, capaz de fornecer a varejistas locais e da região, inclusive participando do comércio globalizado dos tempos atuais.
É decisivo para a promoção da industrialização rondoniense que o estado tenha um governante que se comprometa com a correção necessária e rápida dos problemas de gestão dos últimos tempos, especialmente na saúde, na segurança, na educação e na implementação da infraestrutura.
DEBATE ACIRRADO
Será hoje, na TV Candelária, o segundo debate entre Confúcio Moura e Expedito Júnior, às 20h30. A princípio Confúcio chegou a cancelar sua participação. Ele reconsiderou sua decisão inicial e, agora, promete que estará a postos para esse confronto.
A guerra entre os marqueteiros de Confúcio e Expedito Júnior está acirradíssima, o que vemos no momento são acusações e acusações em cada inserção do horário eleitoral nas redes de rádio e televisão.
Até o momento, salvo melhor juízo, a gente tem de reconhecer que o programa do candidato oficial mente à vontade e melhor, procurando desfazer a imagem de um governo que rendeu grandes manchetes de corrupção e que chegou a ser acusado de incompetência até por importantes companheiros de partido, como Amir Lando, só para citar um.
No debate de hoje certamente Expedito Júnior terá de ser mais ofensivo contra Confúcio, destacando o lado da corrupção no governo, inflamada agora com a delação premiada de Batista, exatamente aquele Batista que promoveu a execução da demissão dos 10 servidores (no governo Bianco) e foi, no princípio da gestão de Confúcio o subsecretário da Educação.
FINGIMENTO
Será com a exploração do tema corrupção que Expedito poderá desestabilizar a imagem que Confúcio vai vendendo, de ser “totalmente ficha limpa”.
Confúcio não demonstra interesse em responder questionamentos dessa natureza. Ainda não explicou nem mesmo a condenação explorada por Expedito nas inserções dos intervalos da propaganda eleitoral no rádio e na TV. Buscando valorizar a maquiagem preparada pelos marqueteiros para “as obras” de seu governo, Confúcio sempre finge teatralmente destacar temas importantes (como a miragem de uma indústria pesqueira de porte nacional), sem indicar um caminho concreto para realizá-los.
Dessa vez, para popularizar seu rival como envolvido nas tramoias e maracutáias reveladas pelo Batista, o candidato Expedito não pode cair na armadilha de deixar esse debate de hoje ser o nada X nada. Tem que mostrar que o debate é coisa séria e não a farsa em que acaba se convertendo, garantindo o descompromisso do governador com a situação de penúria em que se debate essa Rondônia completamente endividada.
NÃO FOI A OPOSIÇÃO
Os petistas demonizaram o ministro Joaquim Barbosa porque foi um juiz corajoso e pôs os mensaleiros na cadeia. Agora, pretende fazer o mesmo com o juiz federal Sergio Moro, responsável pela Operação Lava Jato. Convém lembrar aos petistas que não foi a oposição a responsável por trazer à tona a forma vil de governar do PT, mas exatamente o ex-diretor da Petrobrás Paulo Roberto Costa e o doleiro Alberto Youssef, que estão dando conhecimento ao Brasil de qual o caminho da corrupção.
TÁTICA COMUM
Ao ver, na TV, a presidente Dilma esbravejar contra a corrupção, não pude deixar de fazer uma analogia com o gatuno que, ao roubar uma carteira, sai correndo e gritando “pega o ladrão!”. Esse estratagema, além da vítima, confunde os cidadãos transeuntes e até mesmo a polícia. É inacreditável o cinismo dessa triste e dissimulada figura condenando os malfeitos que são, além de seus, de seu próprio desgoverno, como se nada lhe dissesse respeito. É patético.
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ESCOLHA
Dilma diz que com vinte e poucos anos Aécio foi nomeado funcionário de um banco público. O que Dilma não diz é que com a mesma idade ela assaltava bancos. Temos duas opções: eleger um ex-bancário ou uma ex-terrorista.
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Em Linhas Gerais
Gessi Taborda – [email protected]
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