Em Linhas Gerais

Em Linhas Gerais: Sem nomes alternativos, PMDB vai de Confúcio rumo à reeleição

CONTRADIÇÕES POLÍTICAS

O que verdadeiramente pesou no desfecho da confirmação de Confúcio Moura como o candidato do PMDB à reeleição, na festa preparada pelo partido em Ji-Paraná, não foi a crença de que Confúcio seja o melhor nome para mais um mandato de governador. Foi, pode se dizer, a praxe das contradições políticas servindo cada vez mais como ingrediente natural das chamadas grandes decisões.

O PMDB do cacique Valdir Raupp não tinha outro nome para dispensar Confúcio. O “barbudo de Rolim” tentou mais não conseguiu um nome para substituir o queimadaço governador. Tentou fazer de Mário Português o nome para carregar a bandeira do partido, mas a manobra não colou. Aliás, a consequência disso foi dar ao (ainda) governador munição para exercer uma espécie de charme, quando andou espalhando seu desejo de desistir da disputa eleitoral, assustado com o tamanho de sua rejeição popular.

 

CONVIVÊNCIA RUIM

É importante lembrar que embora o senador Raupp e governador Confúcio sejam membros históricos do mesmo partido, os dois não estavam convivendo muito bem; ou seja: cada um tinha, até recentemente, sua própria cuia de tacacá. Confúcio, agora incensado por Valdir Raupp como o nome capaz de reerguer o estado de Rondônia, vinha sendo alvo de farpas até de “companheiros” como Amir Lando, ao debutar como deputado federal substituindo Natan Donadon, que chamou Confúcio de “governo inerte e incompetente”.

Coube ao próprio Amir Lando, na festa para a confirmação do nome de Confúcio, ser o arauto de um pedido de união partidária em torno do candidato à reeleição. É uma união difícil de ser consolidada. Boa parte dos peemedebistas não tem motivação para estar de novo ao lado daquele que no primeiro mandato preteriu os “companheiros” para articular sabe-se lá o que, já que nunca foi consenso dentro de seu próprio partido.

 

CONVERSA FINAL

O deputado Maurão de Carvalho pode sacramentar no dia de hoje seu projeto de disputar o governo do estado com o apoio do grupo liderado pelo (ainda) senador Ivo Cassol. Ontem não se falava de outra coisa nos bastidores da Assembleia: – Logo mais Ivo Cassol e Carlos Magno (deputado federal) estarão conversando com o Maurão de Carvalho para reafirma o apoio à sua postulação de enfrentar a corrida para o Palácio Getúlio Vargas.

Numa conversa com o colunista Maurão não escondeu a empolgação de poder entrar nesse páreo difícil. “Estou preparado para esse enfrentamento, com a certeza de que temos condições de construir o melhor consenso no estado, pela capacidade de articulação do senador Ivo Cassol e seu grupo”, disse.

Carvalho fez também uma revelação: “Tenho a palavra do Senador de que eu serei seu candidato”. Por isso “sigo firme nesse projeto”.

 

SÓ NA MAJORITÁRIA

Maurão de Carvalho já foi prefeito e deputado estadual por três mandatos. Se por qualquer motivo não conseguir emplacar a candidatura majoritária não será, como disse, “candidato a qualquer parlamento”.

Para o deputado do PP, “o quadro está fechado quanto à disputa pelo governo”. Ao tratar do assunto, ele deixou vazar que “o Senador ao convidá-lo a se articular para a mais importante candidatura majoritária” colocou o nome de dona Ivone Cassol, como uma espécie de plano B, no caso de indefinição do próprio Maurão.

 

DEPUTADO DE NOVO, NÃO.

Maurão teria – na opinião de muitos analistas do cenário rondoniense – reeleição garantida como deputado estadual. Ele prefere, como diz, enfrentar pedreira da disputa pelo governo, porque não se sente mais estimulado a exercer um novo mandato na Assembleia, onde é, hoje, vice-presidente.

E para concluir, o deputado Maurão explicou a motivação para colocar o nome na disputa: “nós entendemos ser necessário renovar a administração do estado com novos métodos e com coragem para fazer as mudanças necessárias para colocar, de novo, Rondônia no rumo do desenvolvimento”. Tenho – acrescentou – todas as condições, pela minha experiência na vida pública, de disputar de forma digna esse novo pleito eleitoral, terminou.

 

MOTIVO

O verdadeiro motivo por trás da decisão do filosófico governador rondoniense de disputar a reeleição (considerada por ele mesmo, dias antes da festa do PMDB, como um bicho de sete cabeças) foi o de garantir, durante a campanha, a defesa de sua desastrada gestão. Ninguém melhor que o próprio Confúcio para fazer esse papel. Confúcio entende também, que mesmo diante das inúmeras dificuldades que enfrentou e como recebeu o Estado, desenvolveu muitas ações que precisam ser mostradas.

 

RUINAS

Cesar Cassol, prefeito de Rolim de Moura, bem que queria disputar o governo. Foi aconselhado pelo próprio irmão, o senador e ex-governador Cassol a não se meter nessa empreitada. Ivo considerava que o mano estava mal colocado perante a própria população de Rolim e isso poder refletir negativamente na campanha.

Cesar decidiu concluir o mandato de prefeito. Mas revelou muitas mágoas contra o mano, dando a ideia de que a família Cassol vive um perigoso nível de stress, que pode desaguar num rompimento imprevisível. Cesar acusou o irmão (que não poderá disputar – como queria – o governo rondoniense nesse ano) de “perseguir o poder como uma cadela”.

Cesar está contra o irmão desde a última eleição de governo, quando preferiu ficar ao lado de Expedito e, no segundo turno, apoiar ostensivamente Confúcio. Eta família do balacobaco!

 

OPOSIÇÃO FAJUTA

Nenhum membro da Oposição (se é que exista) rondoniense fez qualquer comentário crítico ao pronunciamento do governador Confúcio, na festa do PMDB feita em Ji-Paraná confirmando sua decisão de disputar a reeleição. É certamente o que se pode chamar de “oposição de araque”.

 

RACHAS

Com a proximidade das eleições, lideranças políticas  estão em polvorosa diante do cenário eleitoral que se desenha no Estado. O clima de alianças e coligações tem causando verdadeiros rachas nos partidos aqui em Rondônia.  O caso mais emblemático acontece dentro PSD. A sigla que chegou a anunciar como decisão final a candidatura própria, já se vê na possibilidade de ter que aderir à candidatura dos tucanos, onde o chefe do PSD pode ser candidato ao Senado, se a Justiça esquecer-se da aplicação da Lei Ficha Limpa.

 

LADROAGEM

Pelo visto, além da prisão do pessoal da Superintendência Regional do Trabalho e Emprego, a ladroagem que existia ali ainda não resultou na demissão dos larápios. Pelo menos é o que depreende da informação de que o MPF expediu recomendação ao ministro do Trabalho e Emprego para que, entre outras medidas, apure fraudes na Superintendência Regional do Trabalho e Emprego em Rondônia (SRTE/RO).

A investigação apurou que as próprias dirigentes da Superintendência – Ludma de Oliveira Correa Lima, superintendente, e Maria Alzinete de Jesus e Silva, superintendente substituta – estão envolvidas nas irregularidades. Segundo o MPF, as duas e o servidor Pedro Oliveira Sá foram os que mais se beneficiaram com o recebimento indevido de diárias. Os três foram presos na Operação Trama. Ludma é a bela mulher de um prócer político do PDT. Até agora o partido se manteve calado diante do escândalo.






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