Em Linhas Gerais: “esquema de extorsão e propina era comandado diretamente por Confúcio Moura - por Gessi Taborda

TÁ SUSPENSO

A câmara municipal – onde o prefeito sempre teve maioria para fazer o que bem quer – está se posicionando agora contra o prefeito Mauro. É uma espécie da ressaca eleitoral, quando a maioria dos vereadores foi reprovada nas urnas. Estão contra – dessa vez – à contratação provisória de uma empresa para a coleta de lixo da capital.

Muito mais séria é a decisão que deve acontecer no Tribunal de Contas do Estado, determinado a suspensão da ação para essa contratação que, claro, não precisava ser emergencial. Ora, num estado onde a administração pública sempre se mete em esquemas suspeitos constantemente, não dá mesmo para confiar que nesse negócio do lixo não haja algo mal cheiroso.

GOVERNO DESMASCARADO

Não há melhor momento para citar um batido pensamento que diz: “toda maquiagem sai, toda máscara cai e toda mentira se revela”.

Comparando com os mais recentes escândalos, inclusive aquele em que se envolveram deputados dessa legislatura com a quadrilha do “irmão Valter”; o esquema de corrupção e propinas montado no governo de Confúcio Moura – conforme as revelações de José Batista da Silva, o ex-subsecretário da Saúde do governo que chega (graças a Deus!) à sua desastrada gestão, Confúcio Moura, é muito maior e asqueroso.

Batista decidiu pela delação premiada esperando reduzir o tamanho de sua pena pelo crime praticado. A delação foi feita à Polícia Federal e ao Ministério Público. As revelações do ex-homem forte de Bianco escolhido, como disse, pelo governador para atuar no esquema de extorsão de empresas (e empresários) que faziam negócios com o governo do estado.

O CHEFÃO

“O que os deputados andaram desviando com a atuação da quadrilha chefiada pelo irmão Valter era esmola perto daquilo que a quadrilha criada no governo de Confúcio arrecadava com propinas e extorsões”, comentou uma fonte que conhece parte do que já foi investigado.

E dessa vez, o governador não poderá dizer que a denúncia colocando-o como o grande chefe da quadrilha desmontada pela Polícia Federal, levando para a cadeia além do Batista o próprio afilhado do governador, Rômulo da Silva Lopes, é coisa da Oposição interessada em impedi-lo de conseguir um novo mandato. Afinal, o engenhoso “esquema de extorsão e propina era comandado diretamente por Confúcio Moura, para arranjar o dinheiro (púbico) necessário ao pagamento de dívidas de campanha eleitoral”, revelou Batista na sua delação ao MP e à Polícia Federal.

IMPRENSA AMESTRADA

Certamente essa revelação que joga por terra, de vez, a máscara da ética, da honestidade de um governante em plena campanha eleitoral deveria ser a manchete principal dos jornais impressos de Rondônia no dia de ontem. Todavia, a imprensa domesticada tratou de esconder esse fato. Apenas e tão somente o Alto Madeira, jornal próximo de seu primeiro centenário, não escamoteou o assunto. Esse foi o seu principal título de ontem.

Os jornalões sempre agiram com exagerada subserviência ao governo, então é compreensível essa tática da camuflagem.

As televisões não são diferentes. Quem se informa por esse tipo de veículo não viu o assunto ser tratado nas edições de ontem.

NÃO É BLEFE

As revelações feitas por José Batista da Silva não é um blefe. Se assim fosse estaria jogando contra o próprio destino.

Alguém numa situação-limite dessas não ousa blefar. A delação premiada convém lembrar, parte de uma confissão: o delator se reconhece como infrator. Portanto tudo o que diz tem alguma credibilidade, que nem por isso deixa de ser rigorosamente conferida.

Na sua delação Batista arrolou os nomes de Francisco de Assis Oliveira, cunhado do governador, Wagner Luiz de Souza, ex-secretário adjunto da Sefin, Pastor Ribeiro (talvez escolhido para “abençoar” o fruto da corrupção), Alexandre Árabe (Delegado da Polícia Civil), João Tagino, Newton Schiran (ex-deputado estadual e advogado), Isabel Luz, ex-Secretária da Educação. Batista relacionou a inda como participantes do esquema de desvios e fraudes os seguintes nomes: Elder (braço direito de Assis), Vilma (Assessora de Confúcio), Ricardo Sá (ex-chefe da Casa Civil), Gilvan Ramos (ex-presidente da Junta Comercial), Cira Moura (irmã de Confúcio), Jair Montes (vereador), Lindolfo Júnior (ex-deputado do Paraná e ex-namorado de uma irmã de Confúcio), entre outros nomes menos importantes.

COLOSSAL

Agora, a expectativa é quanto aos nomes “de cima”. Já se sabe como funcionava o esquema, quais empresários foram extorquidos, quem além do próprio governador se beneficiaram das propinas e extorsões e até o nome de quem foi parceiro no funcionamento dessa quadrilha.

Foi preciso que gente “do esquema” – como o Batista – entrasse em cena, em situação-limite, para que a colossal maracutaia começasse a ser desvendada. Os tucanos só agora parecem ter despertado para a necessidade de não assistir passivamente a mais um estupro aos cofres públicos.

ACORDA RONDÔNIA

Parece existir uma espécie de letargia em parte da população rondoniense em reagir, sem dó e nem piedade contra esses líderes políticos de fancaria que, por acreditar na impunidade promove um estupro desse tamanho aos cofres públicos.

É preciso quem está com a bandeira da Oposição na mão despertar o povo que não pode assistir passivamente gente com a máscara de “defensor da ética, da transparência e da honestidade” esmerando-se em desmontar economicamente o estado para o enriquecimento ilícito de seus amigos.

PÂNICO

Se Confúcio tiver a dimensão do significado dessa delação premiada deveria chamar logo seu pai de santo preferido para tentar salvar seu pescoço do cadafalso. Pode ganhar (será???), se empossar, ser diplomado, e ainda responder pelas acusações. Nesse caso, o pânico é só de Confúcio, nada a ver com o adversário, Expedito Júnior.

ESCOLA PERDE TUDO

A falta de uma gestão de qualidade na educação, até mesmo no item da segurança escolar, levou a escola da rede estadual Eloisa Bentes Ramos, localizada no antigo Bairro Calama (agora chamado de Flodoaldo Pontes Pinto) a sofrer seu oitavo assalto.

Foi na noite do dia 14 que mais uma vez ladrões entraram no prédio da escola e furtaram praticamente tudo, além de provocar depredações. Na verdade esse é o reflexo da decisão do governo que acabou com a vigilância escolar em todo o estado. Roubo a equipamentos de toda ordem e até da merenda escolar se tornou rotina na rede pública estadual. A escola Eloisa Bentes foi a escolhida pelos marginais para receber esse prêmio do Dia dos Professores.

É no que dá ter uma Secretaria de Estado da Educação chefiado por um sujeito que não entende bulhufas do assunto, visto que seu negócio é hotelaria.

NOVO ROUND

Como se diz na linguagem das corridas Confúcio e Expedito estão disputando cabeça a cabeça no 2º turno. Esta eleição de governador é a mais imprevisível desde que Rondônia passou a escolher pelo voto seus governadores. São várias reviravoltas. Amanhã à noite tem mais um round programado entre Expedito e Confúcio no debate da Candelária. Dizem que o governador jogou a toalha e não vai aparecer. Tudo pode acontecer e o não comparecimento do governador ao evento certamente terá peso negativo em sua participação na disputa.