FILOSOFANDO
“Nunca somos nós mesmos quando há plateia”. Milan Kundera (1929), escritor nascido e Brno, na República Checa. Autor de A Insustentável Leveza do Ser, envolveu-se na Primavera de Praga em 1968, antes da invasão soviética com o exército do Pacto de Varsóvia.
NO DOS OUTROS
Gleisi e o PT consideraram absurda a operação de busca no apartamento funcional. Quando houve o mesmo com o senador Fernando Collor, o partido não soltou uma letra.
PELA METADE
O alcaide portovelhense está jogando todas as fichas para conseguir realizar seu maior desejo, que é conquistar um novo mandato de chefe do município da capital rondoniense. E assim fará nesse sábado mais uma festança para transformar a antiga promessa da cidade de digital (coisa anunciada ainda no tempo em que foi deputado federal) como o feito do século, numa “inauguração” com poder de lançar seu nome nos píncaros da disputa eleitoral desse ano. Mas a “cidade digital” (??) anunciada pelo prefeito não chega nem mesmo a ser um bairro.
ELEITOR INEBRIADO
O que Mauro Nazif e sua galera lançam hoje numa área restrita da zona leste é apenas um arremedo da antiga promessa dos tempos em que foi parlamentar e vivia anunciando a liberação de recursos orçamentários, de dotar a capital rondoniense do acesso gratuito à internet por sua população. A propaganda feita para inebriar o eleitorado não diz que um número ínfimo, muito reduzido, da população que terá essa possibilidade de acesso. A grande maioria da população continuará refém das operadoras que faturam milhões e entregam um serviço de baixíssima qualidade.
GESTÃO? DE QUE?
Se não criar cortinas para mascarar a realidade, Nazif chegará às urnas desse ano bombardeado por uma realidade reveladora de sua incompetência e da aridez desta coisa que alguns insistem em chamar de gestão, diante do cenário bizarro de uma cidade onde sequer as praças públicas receberam qualquer tipo de cuidado, onde nem mesmo seu patrimônio natural mais importante foi aproveitado por projetos de reconstrução, modernização e melhorias urbanas tão necessárias para quem mora em Porto Velho.
SUPERFICIALIDADES
O (des)governo de Mauro Nazif, exercido aparentemente nos moldes das “famiglias” da “Cosa Nostra” fez muitos promessas ao longo desse desastre administrativo, mas todas envoltas em meras superficialidades como, só para exemplificar, o segmento do Turismo. Chegou-se a ribombar nas manchetes da imprensa domesticada a realização de seminários e eventos desse jaez, enquanto também se anunciava burradas como a construção de cerca à praça da EFMM, marco histórico totalmente destroçado e decadente, evidenciando a efetiva falta de prefeito nessa capital.
ATIVO INESGOTÁVEL
É fato. Porto Velho, a partir de sua área central até aos vários distritos, tem um ativo inesgotável para a atividade do Turismo. Mas não será com um prefeito da marca de Nazif que esse segmento será competitivo em relação a outras regiões do Brasil. Só se a cidade ganhar a partir do ano próximo uma prefeito de visão acurada, de capacidade de gestão inovadora e de vontade política para transformar o município haverá condições de projetar a capital rondoniense como um destino turístico.
QUESTÃO DE VISÃO
Porto Velho precisa mais do que nunca de um gestor capaz de fazer melhor do que Nazif e seus antecessores fizeram no comando da administração municipal. Enquanto a cidade for comandada por políticos mequetrefes, nem suas mais fortes marcas escaparão dos métodos fossilizados das recentes administrações.
Continuaremos tendo um rio maravilhoso como o Madeira banhando a cidade, mas não teremos uma avenida beira rio ou um complexo turístico.
Precisamos de outra visão para o vastíssimo patrimônio (i)material que temos. A cidade precisa de um prefeito capaz de concretizar uma política de governo para o setor, com a realização de obras de infraestrutura e também estratégia de promoção do que somos.
NOS LIMITES
Como Nazif se mostrou tão ruim quanto seus antecessores, até eventos emblemas do município deixaram de existir. Exatamente o contrário do que aconteceu (só para argumentar) com a pequena cidade de Parintins, aqui praticamente acabamos com eventos distintivos como o Flor do Maracujá, o carnaval das tradicionais agremiações de samba. Gostem ou não os cardeais da prefeitura, com Nazif acabamos definitivamente com os “city-braks” que mantinha o turismo pelo menos nos limites territoriais.
RECOMPENSA
O prefeito ainda não aprendeu a triste realidade: ninguém vai se deslocar para a nossa capital numa viagem de turismo se não tiver garantias de que será recompensado pela viagem. E aqui na capital, por absoluta irresponsabilidade e falta de competência do prefeito, os pontos fundamentais ao turismo estão cheios de indesculpáveis pontos negros.
Quem visita Porto Velho com a intenção de fazer turismo não é estimulado a voltar exatamente pela falta de atrativos de uma cidade suja, sem praças bem cuidadas, sem centros culturais ativos, sem tradições (até mesmo religiosas) ímpares.
NÃO É TALHADO
A pergunta de fundo está ai, inteirinha e recorrente. Nazif não é o nome talhado para cumprir promessas para resgatar a vida urbana e econômica da capital. Não fará revolução em nada, muito menos no turismo, mesmo promovendo seminários sobre o assunto.
Esse prefeito vai terminar o mandato esse ano deixando a cidade com uma imagem ainda mais bolorenta do que antes de chegar à prefeitura. Sua única grande marca (que certamente sonha em ver eternizada) dessa gestão (??) será essa geringonça da sinalização horizontal poluindo visualmente a pobre Porto Velho.
DINOSSAUROS
Não será, convenhamos, uma memória eufórica para os portovelhenses. Como um autarca tão inábil na construção e modernização da cidade pode ser reeleito?
No longevo tempo de vivência política o autarca de hoje soma vários mandatos (sendo o primeiro de vereador), ainda conta com vários fieis seguidores, tem tiques de autoritarismo que paralisaram quem no princípio parecia ser de oposição, inibiu o desejo de participação de quem poderia promover a rotatividade do poder, tudo isso num cenário em que “as oposições” ainda não demonstram estar prontas para corrida eleitoral. Assim é perfeitamente entender como ainda hoje continuam crescendo os dinossauros da política rondoniense.
HORIZONTE CARREGADO
Rondônia sente como nunca os reflexos da política agrária do Brasil. No sul do estado são cada vez maiores as áres de plantio de grãos. No longo prazo vislumbra-se um risco.
Os altos preços do feijão no paraíso da soja servem de alerta para os riscos constantes da concentração demasiada da economia em commodities, como ocorreu na Venezuela com o petróleo e começa a ocorrer no Brasil com alimentos e minérios.
Se o Brasil não se cuidar, pode enfrentar (de novo) o drama da fome, apesar de ser um dos maiores produtores de carnes e grãos.
AVALIAÇÃO
A prisão de Paulo Bernardo, marido da senadora paranaense integrante da tropa de choque da presidente afastada fortaleceu o impeachment embora as chances de Dilma sempre tenham sido muito remotas. Pelo menos enfraquece o movimento de alguns senadores que veladamente sinalizavam que poderiam votar contra o afastamento da presidente em busca de vantagens do governo Temer. E de quebra enfraquece também a resistência petista abalada por mais essa bomba. Depois dessa afirmação de que o PT tomava dinheiro de servidores públicos, até o senador Acir Gurgacz já teria desistido de mudar o voto em favor de Dilma Roussef.
Add Comment