NONATO: NOSSA FIGURA MAIOR
Avanço nessa semana aprofundando ainda mais esse sentimento triste de perda de mais um amigo inesquecível. A partida do artista plástico Raimundo Nonato Cavalcante na tarde da segunda feira constitui uma perda irreparável para Rondônia, especialmente para o povo da cidade de Porto Velho e para a genuína cultura rondoniense. O anúncio dessa tragédia me chegou quando já não tinha mais jeito de registrá-la na coluna de ontem.
Ao cumprir hoje esse ofício fúnebre faço questão de destacar a dimensão intelectual, artística, cívica e humana que faziam de Raimundo Nonato Cavalcante uma figura notável das artes plásticas de nossa capital que, sem ele fica ainda mais empobrecida de seus filhos mais singulares e mais talentosos.
SINGELEZA
Suas telas ficarão entre os admiradores das artes plásticas como marca impressiva das cenas mais fiéis dos recônditos da alma desse cenário mesclado de floresta, rios e singeleza do nosso povo primitivo. Era fácil identificar em todas as suas obras os valores mais positivos do bucolismo dessa terra, referenciados em cada pincelada de sua genialidade em captar as cores e a luminosidade com as quais a natureza expressou seu profundo respeito na composição da alma rondoniense.
O NOSSO LORD
Vai ficando cada vez mais difícil ter os bons momentos em que Nonato Cavalcante, Manuelão (o eterno general da Banda), Maracanã e nomes representativos dos mais variados segmentos de nossa cultura se reunia no Chaveiro Gold para falar das coisas mais importantes para o desenvolvimento cultural rondoniense.
Nonato sempre foi reconhecido no meio da intelectualidade portovelhense nosso personagem maior, o verdadeiro “Lord das telas” de inegável valor, como um dia registrou outro Teobaldo Monticello, outro saudoso membro daquela confraria, que também viajou para a outra dimensão antes do tempo combinado.
PERTINENTE
Sim, o artista que nos deixou agora – como cheguei a registrar numa reportagem – foi um artista único, que sabia reunir com suas pinceladas numa tela movimento e placidez. Trabalhava tão bem na composição de cores como apenas nas composições de sombras e semitons do preto e branco, como na tela “Ribeirinhos” onde a família parece navegar ao simples sabor das correntes do Madeira tendo a imponente e misteriosa floresta ao fundo. Tenho a sorte de ser o dono desse magnífico trabalho que representa um dos melhores capítulos desse artista que, como poucos soube fazer uma obra das mais pertinentes para Rondônia.
ILUMINADO E SIMPLES
Sempre vi nesse artista de Porto Velho um camarada iluminado e simples, autor de uma obra que fazia parte da paisagem natural de nossa terra. Estou muito triste com a morte desse representante da arte rondoniense, especialmente por ter testemunhado a falta de sensibilidade de nossos governantes (em nível de estado e do município) que nada fizeram para apoiar esse que foi um dos nomes mais expressivos de nossa cultura pictórica.
Se nossas instituições públicas com obrigação de fomentar a cultura e apoiar as artes fossem sérias e não servissem como simples cabides de emprego, estariam no mínimo demonstrando que a morte de Nonato deveria representar uma espécie de comoção estadual para quem sonha com um estado em que a cultura venha ser motivo de orgulho de todos nós.
Não sei se, em nossas casas legislativas, aconteceram algumas homenagens póstumas ao nosso “Lord da Pintura” e nem sei se haverá algum esforço dos dirigentes públicos em preservar sua obra e seu legado.
LUGAR TRANQUILO
De minha parte, um privilegiado que recebeu as alegrias de vê-lo muitas vezes na sua atividade de retratar tantas cenas e cenários agradáveis da expressão da alma rondoniense, sinto que sua morte leva um pedacinho da genuína arte pictórica rondoniense para o céu. E lá, a despeito de todo o preconceito sofrido aqui por parte de homens públicos incapazes de compreender a importância da arte, Nonato Cavalcante estará, num lugar reservado para gente de alma generosa, iluminada como ele, enquanto aqui ainda estará nas melhores coleções sua pintura hipnotizadora, retratando os seus múltiplos talentos.
NA LINHA DO MADURO
Eu manjo bem esse tipo de sujeito e não posso botar fé no sistema que sustenta o protagonismo dessa gente. Na verdade prá mim não chega a ser surpresa um Siba Machado (PT-AC) vir com essa conversa de que a CIA americana anda metendo o bedelho nas manifestações de rua do povo brasileiro contra o lamentável (des) governo dos Petralhas no Brasil. Ora, tá seguindo a mesma cartilha do bufão (Maduro) venezuelano que inventou essa conversa de uma provável invasão ianque em seu país.
Está mais do que provado: esses “líderes” do PT só podem estar interessados em alimentar a galhofa. Daqui a pouco vão começar a usar a mesma tática em Rondônia, atribuindo as crises em que se debate o governo a uma conspiração da Justiça Eleitoral, do MPF, da PF e até do STJ.
LISTA AUMENTADA
Aqui em Rondônia tem muito político se imaginando esperto por não ter tido seu nome vinculado à Lista de Janot. Mas podem estar comemorando antes da hora. A força tarefa da Lava Jato acredita em novas delações premiadas, que vão avançar as investigações sobre os esquemas do PT e do PMDB e de outros partidos da base governista. Por isso muita gente que não apareceu na primeira lista não está livre de ter sobressaltos, e alguns que tiveram os nomes divulgados e estão sendo investigados podem sofrer novas acusações. Muita água ainda vai rolar na Lava Jato. E essa água poderá chegar com mais força por aqui, até mesmo ameaçando ocupantes de conhecidos palácios.
BOMBA RELÓGIO
O governo rondoniense está na corda bamba e não gostou nada do anúncio de que várias categorias do serviço público estadual estarão fazendo uma paralisação nos próximos dias como um alerta do que virá pela frente, se o governo fugir da negociação da pauta dos servidores.
E enquanto passa por esse sobressalto, o governo estadual teme mesmo é a retomada dos esforços de deputados de oposição para abrir a tal CPI do DER. No palácio tem gente imaginando que essa CPI pode ter o efeito de uma bomba relógio capaz de implodir o deputado federal Lúcio Mosquini e causar enormes estragos na própria corte confuciana.
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