PESQUISA
Assunto que dominou o final da semana e permanece como o mais importante nas conversas políticas dessa semana: a pesquisa do Ibope sobre as eleições em Rondônia, contratada e divulgada pela TV Rondônia. O empate técnico entre o governador Confúcio (28%) e Expedito Júnior (27%) na corrida sucessória certamente está causando uma multiplicação de problemas para os coordenadores da campanha oficial que, supunha-se, teria um favoritismo garantido nessa altura do campeonato. Até quem se gabava de uma vitória garantida do governador mudou as expectativas preferindo, nesse momento, destacar a presença de Confúcio como garantida, mas para um segundo turno.
TERCEIRA VIA
O candidato oficial nunca contou em seu séquito com analistas políticos confiáveis. Se esses analistas enxergasse um pouco mais do que óbvio, certamente estariam preocupados com outro dado da pesquisa, aquele que coloca Jaqueline Cassol em 3º lugar, com 15%, superando o deputado Padre Ton, candidato do PT.
Ora, Jaqueline nunca teve um mandato eleitoral e nem tinha qualquer experiência em disputar votos. Começa portanto muito bem e com esse índice demonstra que pode crescer muito mais daqui até o dia do pleito.
REJEIÇÃO BAIXA
Ao ostentar esse índice vê-se agora que o grupo político do ex-governador Cassol tinha razão para defender a candidatura da moça e não a o deputado Maurão de Carvalho.
Não é impossível que Jaqueline se credencie para uma disputa em segundo turno. A seu favor está a baixa rejeição, menor mesmo do que a do Padre Ton, o candidato do PT. Na rejeição baixa, Jaqueline está empatada com o Pimenta de Rondônia, com 14%.
DETALHE
O que chama a atenção nos dados é a quantidade de pessoas que ainda estão indecisas. Na consulta espontânea, 49 não avaliaram ou não souberam responder em quem votariam, enquanto 11% afirmaram que vão votar em branco ou vão anular o voto.
PESSIMISMO
Os últimos acontecimentos não têm sido nada alvissareiros para o (vá lá!) Senador Acir Gurgacz. Primeiro foi a impugnação de sua candidatura, determinando a retirada do nome de seu próprio pai (Assis Gurcacz) da vaga de 1º suplente, tendo em vista sua condenação por improbidade.
Mas a urubucubaca não parou ai: a pesquisa do Ibope mostrou outra pedreira no caminho de Acir. A noviça Ivone Cassol, lançada candidata ao Senado pelo PP está – mesmo sem nunca ter disputado qualquer eleição – tecnicamente empatada com o miliardário Senador e dono do grupo Cascavel. E pelo visto a simpatia de Ivone tem tudo para crescer ainda mais junto ao eleitorado, tendo o efeito da “bala de prata” para confirmar as previsões pessimistas em relação as pretensões existente no ninho da cascavel.
DILEMA
Este repórter lembra a resistência da cúpula do PMDB, um pouco antes de se começarem a definição de nomes interessados na disputa do governo do estado ao nome de Confúcio. Foi com aval de Raupp que se buscaram nomes como o de Mário Português para ser o salvador da horta do PMDB. E lembra também as próprias confissões públicas de Confúcio sobre sua vontade de não concorrer, reconhecendo sua baixa aprovação popular como governo.
E agora, com essa pesquisa, vem o dilema: não há mais 100 por cento de garantia de que Confúcio estará no segundo turno com certeza absoluta de reeleição.
DESTINO
Juntos os candidatos ao governo de Rondônia apresentaram uma previsão de gastos de campanha que chega aos 80 milhões. Confúcio e Expedito tem um orçamento idêntico de 25 milhões cada um. Jaqueline Cassol, a terceira colocada na pesquisa do IBOPE também tem o terceiro orçamento, 20. Padre Ton, o candidato do PT fez uma previsão mais modesta: R$ 10 milhões, enquanto Pimenta de Rondônia (PSOL) previu que só gastará 500 mil reais.
Mesmo assim, somando-se estas previsões de gastos, é forçoso reconhecer que a “democrática” escolha do próximo governador rondoniense custará uma “baba” preta. Isso justifica a pergunta: para onde vai toda essa bufunfa?
DE ONDE SAI
O que é gasto pelos candidatos é doado por empresas privadas (que ou vão caprichar nos preços ou buscar mais benefícios, que a-l-g-u-é-m terá de pagar) ou entidades oficiais – o maior doador, até agora, é um grupo privado em que um terço do capital pertence ao BNDES, o banco de desenvolvimento ligado ao Governo.
PROGRAMA DE TV
Acontece, cara-pálida, que aquela chatice produzida para você ver na televisão a partir do dia19, o tal “horário eleitoral gratuito” não é gratuito coisa nenhuma. É a produção daqueles programas que consome a maior parte do dinheiro previsto por cada candidato para sua campanha.
Então é isso ai: quem ganha de verdade nessas eleições são as agências de publicidade e as produtoras contratadas para desenvolver as campanhas no rádio e na TV.
EMISSORAS
Aliás, nem na veiculação do “horário gratuito” as emissoras de TV e rádio deixam de ganhar. Têm bom desconto de impostos calculando o preço pela tabela cheia (que só existe para isso: os demais anunciantes têm grandes descontos). Afinal, as emissoras perdem audiência com o programa insuportável; ouvintes e telespectadores, se ganham tempo para ir ao banheiro sem perder nada importante, são obrigados a tolerar o atraso da programação normal por causa do besteirol dos candidatos-promessinhas.
QUEDA
As consultas para vendas a prazo, que sinalizam o ritmo do movimento no comércio, repetiram o comportamento de baixa das demais datas comemorativas deste ano e caíram 5,09% na semana do Dia dos Pais. Os dados são calculados pelo Serviço de Proteção ao Crédito (SPC Brasil) e pela Confederação Nacional de Dirigentes Lojistas (CNDL). O resultado no período é o pior dos últimos cinco anos. Nos anos anteriores, as expansões foram de 3,78% (2013), 4,75% (2012), 6,86% (2011) e 10% (2010).
SÓ FACTÓIDES
O prefeito Mauro Nazif vai consolidando a imagem de quem “não faz nada” para mudar a qualidade de vida em Porto Velho. E na falta de obras impactantes, a prefeitura vai obrigando sua Coordenadoria de Comunicação Social e agir como verdadeira fábrica de factoides, tentando transformar em notícia qualquer fato da rotina administrativa, mesmo sem o valor de uma ação que possa repercutir na qualidade de vida da população.
E ai tome porre sobre pavimentação ou encascalhamento de vias públicas, daquelas que ninguém sabe e ninguém viu, existentes nas periferias.
Enquanto isso, temas verdadeiramente importantes, como transporte coletivo, saúde, segurança, lazer, cultura e vai por ai afora, nada a anunciar. Nazif parece estar conformado com a possibilidade de encerrar sua vida pública no mesmo panteão de antecessores que viram o fim de sua carreira política após ocupar o paço municipal.
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