FESTA SEM EMOÇÃO
Esperei a festa de abertura da Copa para começar a escrever a coluna. Confesso não ter gostado, principalmente por lembrar eventos semelhantes das copas anteriores, como a da China (empolgante) e também a da África do Sul. O evento, que durou aproximadamente 25 minutos, exaltou o Brasil, por meio da natureza, da cultura e do futebol. Claudia Leitte, Pitbull e Jennifer Lopez interpretaram a música tema do Mundial sem conseguir empolgar o público.
A parte artística foi dividida em quatro atos. Na primeira, exaltação à natureza brasileira. Atletas da ginástica de trampolim se exibiram sobre uma cama elástica em formato de vitória régia. Entre as fantasias viam-se gotas d’água, araucária, arbustos e flores. Em ritmo lento, os figurantes formaram uma floresta em movimento, com direito a rio e duas canoas, cada uma com um índio.
O desenvolvimento artístico da apresentação deixou um gostinho de quero mais. Não foi nada que surpreendesse. Talvez se tivessem colocado lá o boi de Parintins ou uma escola de samba do Rio, houvesse maior empolgação. Foi certamente uma festa pobre, sem muita criatividade. Que não tenha custado, como é costume, os milhões arrancados dos cofres públicos.
COMO PODE?
Nunca havia escutado a expressão “oportunismo deslavado”, mas sim mentiras deslavadas, que, inclusive, é mais condizente com o discurso da presidente.
Mais uma vez o governo, desta vez, a própria Dilma Rousseff, vem dizer que “é balela” afirmar que a Copa tirou dinheiro da educação e da saúde. Numa analogia, é como se numa família, por falta de dinheiro, os filhos não pudessem frequentar uma boa escola e nem ao menos fazerem um necessário tratamento dentário. Mesmo assim, o pai compra um carrão novinho para impressionar os vizinhos. E argumenta que esse bem foi adquirido com recursos já provisionados para aquela despesa, não passíveis de ter outra destinação. É como o Brasil funciona!
ÚLTIMOS DIAS
Os partidos políticos têm menos de um mês para realizarem as convenções internas, destinadas a escolher os candidatos e as coligações que vão disputar as eleições de outubro. De acordo com a Lei das Eleições (9.504/97), as legendas têm de 10 de junho a 30 de junho para oficializar os nomes dos candidatos que vão disputar cargos eletivos.
DIREITO DE RESPOSTA
Após escolhidos nas convenções partidárias, os candidatos poderão entrar na Justiça Eleitoral com pedidos de direito de resposta contra declarações consideradas por eles como ofensivas por parte dos adversários da disputa eleitoral (candidatos, partidos e coligações). Após as declarações, a parte ofendida terá 48 horas para protocolar o recurso se a ofensa ocorrer na programação de rádio e TV e 72 horas, no caso de imprensa escrita.
INÍCIO DA CAMPANHA
A propaganda eleitoral, nas ruas e na internet, será liberada no dia 6 de julho e a campanha, no rádio e na televisão, começará no dia 19 de agosto. Nesse momento as emissoras de rádio e tv, por serem concessões públicas, estão proibidas de transmitir programa apresentado ou que tenha participação de candidato escolhido em convenção. Outra informação fundamental: o registro dos candidatos, que vai até 5 de julho.
NOVO MANDATO
Se tudo acontecer como está aparentando, o PMDB continuará mandando em Rondônia. É quase um contra senso: o filósofo de Ariquemes está perto de ganhar uma eleição, mesmo tendo praticamente tudo contra ele. Afinal, em sua gestão Rondônia não avançou. Ele não fez uma gestão que modificasse, para melhor, a vida dos rondonienses. Tanto no aspecto da produção, como da implantação da infraestrutura.
A vitória está quase garantida pela falta de concorrentes. Só a presença de Expedito na disputa complicaria o desejo do atual governador. Sem ter de enfrentar o tucano Confúcio sonha em vencer no primeiro turno.
APREENSIVO
Na polêmica levantada em torno do assunto elegibilidade, o ex-senador (cassado por compra de voto) está apreensivo. Para alguns, Expedito Júnior terá todas as condições de registrar sua candidatura ao governo rondoniense. Esse não é o entendimento de vários outros analistas. A própria coluna entende que Expedito está inelegível para o pleito desse ano.
A insegurança jurídica em torno do projeto político de Expedito afasta os financiadores de campanha. E certamente – se decidir concorrer sub-júdice – deixará com um pé atrás os eleitores que já sofreram esta experiência, quando votaram nele nessa mesma circunstância na disputa eleitoral anterior.
COISAS RUINS
Política é, a meu ver, ciência e arte. As coisas estão ruins para o PT em Rondônia. O partido acabou sendo a grande vítima da péssima (e nebulosa) gestão do prefeito Roberto Sobrinho, em Porto Velho. Sem seus ideólogos (todos mortos) o PT entrou na rota da imprudência a agora, quando precisa definir a aliança para a disputa eleitoral, não tem muitas opções.
Ou se deixa levar pelo canto da sereia aceitando a hipótese de se humilhar para o PMDB de Confúcio e Raupp, ou acerta logo os ponteiros com o grupo do senador (ainda) Ivo Cassol. O remelexo daqueles que ainda veem em Fátima Cleide uma liderança popular e, por isso, se opõe a tendência do padre Ton apenas aumenta a fadiga do partido, provocando um cansaço que será muito prejudicial para aqueles interessados na disputa proporcional. Está falta analista de qualidade e artista dentro do partido da estrela.
O TON CERTO
Embora seja difícil de compreender, o padre Ton está certo. Um partido construído em Rondônia por homens de valor, não pode mesmo se contentar em viver agarrado ao líder (e partido) dominante, em troca do direito de ficar catando migalhas depois. Com a aliança aparentemente alienada ao grupo cassolista, certamente o padre Ton prevê a possibilidade de participar do banquete, se o time ganhar o jogo.
DÁ PARA ENTENDER
Até dá para entender, embora não justificar, a atitude de partidinhos viverem como encosto de partidos maiores. É assim que buscam espaço de sanguessugas no governo da vez. Se o barco onde estão fizer água, viram a casaca sem nenhum constrangimento. Estamos cheios de exemplos disso na política rondoniense.
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