Em Linhas Gerais

Causou frustração nomes do suposto “staff” do prefeito eleito Hildon Chaves – por Gessi Taborda

FILOSOFANDO

As pessoas somente aceitarão na vida do outro aquilo que estiverem preparadas para aceitar em suas próprias vidas.JAMES BALDWIN (1924/1987), Escritor estadunidense nascido em Nova York. Foi o primeiro escritor a dizer aos brancos o que os negros americanos pensavam e sentiam. Era importante ativista negro na luta pelos direitos civis nos anos 60.

 FRUSTRAÇÕES

Para quem esperava uma espécie de “dream team” na composição do novo secretariado da prefeitura de Porto Velho, o vazamento dos nomes dos supostos membros do staff do novo prefeito foi motivo de frustração para quem via em Hildon a corporificação da “nova política” que prometeu durante a campanha.

 OTIMISMO

No entanto, mesmo com a relação onde os fracassados políticos como Sebastião Assef Valadares (que se julgava politicamente morto) são premiados com os cargos mais importantes da próxima gestão, Hildon vai começar seu governo envolto no otimismo da maioria dos portovelhenses, abatidos com os maus tratos com sua cidade, praticados por Mauro Nazif e pelo seu antecessor, o petista Roberto Sobrinho.

 CURINGA

Os eleitores que deram a vitória a Hildon Chaves acreditam, a pesar da relação vazada, que ele tenha métodos mais eficazes para extrair alguma coisa de útil de um Valadares, na Secretaria de Obras e, assim, melhorar a situação da cidade, embora se saiba que Tião não conseguiu fazer nada de marcante e grandioso quando foi prefeito e muito menos quando esteve a serviço da famigerada gestão petista. E olha que quando chefiou a administração municipal, Tião tinha total apoio do então governador, o Teixeirão.

 É O COSTUME

Nem parece que a Porto Velho de hoje seja um centro universitário importante, com jovens talentosos e preparados para atuar em numa gestão pública moderna. Ninguém dessa nova geração entrou na lista dos futuros secretários. Pelos nomes escolhidos parece ter prevalecido o costume de dar guarida exatamente aos medíocres, aos que já foram testados e reprovados como gestores públicos. O medo de inovar continua, pelo visto, sendo a tônica.

 MEDIOCRE

Quem poderia imaginar que Tião Valadares seria retirado do frio, como o personagem de John Le Carré para voltar à ribalta de Porto Velho? Ele foi prefeito (nomeado) medíocre, que deixou a cidade inchar com sucessivas ocupações urbanas e não resolveu nenhum problema estrutural da cidade. Se a moda se manter, quando o eleitorado mudar o governador, quem saber alguém vai chamar o Angelin (que ninguém sabe e ninguém viu) para ocupar um cargo importante, como se ele fosse a solução para alguma coisa.

 ARRANCADOS DO BAÚ

Na relação tem nomes palatáveis e nomes que não se coadunam com o compromisso assumido por Hildon de não colocar alguém com ficha enodoada no staff principal de sua gestão.

Aliás, os nomes vazados na composição devem ter sido recolhidos de um baú de reminiscências da fase em que Porto Velho vivia o auge do garimpo e das ocupações de áreas urbanas. Completamente diferente da complexidade dos tempos de hoje, quando a capital perdeu não só o seu bucolismo e ganhou problemas imensos nas áreas do desenvolvimento, da segurança pública, da saúde, do lazer e da cultura.

 ERA DAS INCERTEZAS

Não vai ser fácil inocular esperança no povo e animar a economia local com receitas que nem no século passado deram certo. Com esse punhado de gente que nem de longe lembra um “dream team” vai ser difícil por fim à era de incertezas em que as últimas gestões meteram a capital rondoniense em relação ao crescimento econômico, social, de geração de empregos e melhorias da qualidade de vida de seus moradores. Retomar o ciclo virtuoso do crescimento vai ser quase impossível embora o esperado papel de Hildon é o de dar o ponta pé inicial para esse avanço.

 IRRITAÇÃO

Os nomes dos supostos secretários da gestão de Hildon vazados na coluna de Robson Oliveira, irritou a casta tucana. Numa clara demonstração de que ela não participou e nem deu pitacos ao próximo prefeito na montagem do staff que tem vários nomes perfeitamente palatáveis, como o de Ocampo, para a Cultura, e outros inexplicáveis, como o de Vitachi, membro do MP que ficou conhecido como amigo muito próximo de Carlão de Oliveira, o ex-presidente da Assembleia que continua foragido da Justiça. Como até agora não houve uma manifestação pessoal do prefeito eleito, o assunto ainda é tratado no campo das especulações.

 IMPERDOÁVEL

Motivo de constantes denúncias dos defensores do patrimônio histórico rondoniense, a Praça da Estrada de Ferro Madeira Mamoré pelo total abandono a que foi relegada pelo prefeito Mauro Nazif que (Graças a Deus!) sai no final de dezembro, acabou sendo o cenário perfeito para a deterioração do que ainda resta propriamente dito da EFMM. Enquanto o “resto” desse patrimônio histórico vai sendo consumido pela ferrugem, a praça se transformou num enorme pasto, como se gritasse a plenos pulmões que “Porto Velho não tem prefeito!”.

 PASTO PRESERVADO

Como não conseguiu cuidar daquele espaço público que deveria ser um cartão postal da capital rondoniense, o prefeito que sai simplesmente decidiu gastar uma imensa soma de dinheiro numa cerca metálica para, quem sabe, preservar o pasto que, claro, não é nem mesmo aconselhável para quem espera encontrar ali um local apropriado para o happy hour. Em outras circunstâncias Mauro Nazif deveria terminar o mandato com um processo por tamanho descaso.

A (vá lá!) a Praça da EFMM tem árvores esparsas, mas carece dos equipamentos mais simplórios para cumprir as funções de um espaço público de convivência social.

 TRAPALHÕES SOLTOS

Nem dá para acreditar que ali foram gastos na gestão do PT mais de 20 milhões de reais. E não há qualquer marca mostrando que em algum momento o lamentável prefeito Nazif  teve alguma iniciativa para zelar daquele espaço público.

Ninguém sabe até hoje o que foi feito com mais 20 milhões de reais – advindos das compensações das hidrelétricas – que deveriam ter transformado o local num cartão postal capaz de orgulhar os moradores de Porto Velho. Tanto Sobrinho como Mauro estão livres, leves e soltos.

 FIM DO SONHO

A era Trump começa derrubando o sonho dos que viam no governo Temer o fim da crise política e o início de um ciclo de estabilidade no país.

 TEMOR

Aliado do governador Confúcio comentava numa roda política ontem que o chefe do executivo rondoniense mostrava-se apreensivo com a notícia da prisão dos ex-governadores do Rio (Garotinho e Sérgio Cabral) imaginando que esse padrão poderá ser utilizado em Rondônia, assim que a delação premiada da Odebrecht detalhar como era o relacionamento da empreiteira com políticos locais.

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