FILOSOFANDO
“Pensamos de mais e sentimos de menos. Precisamos mais de humanidade que de máquinas. Se temos necessidade de inteligência, temos ainda mais necessidade de bondade e doçura. Sem estas qualidades, a vida será violenta e tudo estará perdido.” Charles Chaplin (1889/1977), ator inglês, comediante imortal do cinema mudo.
É HOJE
Dia 2 de outubro. Para os cidadãos de Porto Velho é uma data mais do que especial. Além de ser o dia de escolher nas urnas os novos vereadores e os dois candidatos que se enfrentarão no segundo turno, nesse domingo a cidade de Porto Velho completa seus 102 anos de fundação. E todo esse tempo não foi o bastante para a cidade resolver problemas primários para garantir melhor qualidade de vida aos seus moradores. Então, que o eleitor exerça a sua cidadania com responsabilidade, pensando na coletividade, na possível transformação dessa cidade mais que centenária é exemplo concreto de orgulho para todos os que nela vivem e para as futuras gerações.
O VOTO
O direito ao voto a todos os cidadãos está garantido pela Constituição de 1988. Na história brasileira, no entanto, nem sempre foi assim. Na época da Colônia e do Império, havia restrição de voto para pessoas que não tivessem um padrão “aceitável” de renda. Com o advento da república, em 1889, o sufrágio passou a ser realizado por um universo maior de pessoas, excetuando os analfabetos – que formavam grande parte da população da época – e pasmem: as mulheres.
Foi um ditador, Getúlio Vargas, quem deu direito às mulheres (por volta de 19130) de votar. E Vargas instituiu, em 1937, o Estado Novo – um regime autoritário que restringiu a participação política dos cidadãos, período que durou até o fim da Segunda Guerra Mundial, em 1945.
ELEIÇÃO DIRETA
Com o fim da ditadura, voltaram as escolhas diretas, nas quais foram eleitos os presidentes Eurico Gaspar Dutra, o próprio Vargas, Juscelino Kubistchek e Jânio Quadros. Em 1964, mais uma vez um regime de exceção foi instalado, com fechamento de partidos políticos. As eleições diretas para presidente e demais cargos executivos foram proibidas.
Nessa época, surgiu o bipartidarismo para as eleições de membros do legislativo.
ELEIÇÃO DIRETA
Com a abertura política, em 1979, os partidos voltaram a se organizar e, após a promulgação da Constituição de 1988, os brasileiros puderam escolher novamente o presidente. O primeiro a ser eleito foi Fernando Collor de Mello, em 1990. O alagoano foi também, dentro do processo de redemocratização, o primeiro presidente cassado. Dois rondonienses tiveram papel preponderante nessa história: os ex-senadores Amir Lando e Odacir Soares. O primeiro foi o relator do processo que tirou Fernando Collor da presidência. E Odacir figurou como comandante-mor da tropa de choque que defendia Collor da cassação.
CIDADANIA
O voto representa, portanto, um ato de cidadania. Temos de escolher com critério as pessoas que vão elaborar e executar leis que interferem diretamente em nosso cotidiano. Neste domingo, mais uma oportunidade que a democracia nos dá: o poder de escolha nas mãos do povo.
Por isso, é importante conhecer as propostas e a história pregressa dos candidatos. E lembrar que além de prefeito, o mandatário da cidade, temos de escolher os novos membros da Câmara Municipal. Os vereadores são responsáveis por elaborar leis municipais e fiscalizar sua execução – peças, também, fundamentais para a nossa democracia.
ELEIÇÃO DIFERENTE
A eleição desse ano é diferente das anteriores. As mudanças geraram críticas, mas produziu também mudanças qualitativas no processo. Com as enormes restrições e sem as doações de campanhas como acontecia antigamente o que se tem, principalmente na escolha de vereadores é outro tipo de eleição. O eleitor é menos pressionado na sua decisão de escolher o seu representante.
AMBIENTE EUROPEU
Com as ruas vazias de propaganda e de máquinas eleitorais, o ambiente é de uma eleição europeia. O eleitor nesse ano tem mais liberdade para refletir, pois não é pressionado a cada metro pela propaganda de outros candidatos. Agora ocorre uma inversão do processo de formação do voto, ou seja, da decisão do eleitor. Antes, esse processo vinha de cima para baixo. Desde a propaganda massiva dos candidatos em direção, e sobre os eleitores, avassaladoramente.
Com as ruas sem a coreografia e a cenografia eleitorais, é o eleitor que procura o candidato, que procura a informação eleitoral. Nesse sentido, o processo de decisão do voto passa a se dar de baixo para cima.
DISTRITAL
A tendência desse tipo de eleição será caminharmos para o voto distrital ou voto em lista, ou misto. Fazer campanha proporcional -vereador- nas maiores cidades, nas capitais, em toda a sua extensão, só para nomes conhecidos em grande parte da extensão da cidade, dos bairros. Ou seja, para poucos.
É essa característica que exigirá uma reforma eleitoral em direção ao voto distrital ou voto em lista ou misto. E outra característica: o descolamento parcial das candidaturas a vereador/deputado, das de prefeito/governador.
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