Ronnie recebeu a pena de 78 anos, 9 meses e 30 dias de prisão. Já Élcio foi sentenciado a 59 anos, 8 meses e 10 dias de reclusão
Mais de seis anos após o crime, os ex-policiais militares Ronnie Lessa e Élcio de Queiroz foram condenados pelo júri popular pelos assassinatos da vereadora Marielle Franco e do motorista Anderson Gomes, nesta quinta-feira (31).
A juíza Lucia Glioche leu a sentença. Ronnie recebeu a pena de 78 anos, 9 meses e 30 dias de prisão. Já Élcio foi condenado a 59 anos, 8 meses e 10 dias de reclusão.
A Promotoria denunciou os réus por duplo homicídio triplamente qualificado, pela tentativa de homicídio da assessora Fernanda Chaves e pela receptação do carro clonado usado no crime.
O julgamento terminou após dois dias de depoimentos emocionados de familiares, interrogatórios dos réus confessos por videoconferência e debates entre defesa e acusação.
No primeiro dia, nove das oito testemunhas convocadas — seis de acusação e duas de defesa — prestaram depoimento:
- Fernanda Gonçalves – assessora e sobrevivente ao ataque
- Marinete da Silva – mãe da Marielle
- Mônica Benício – ex-companheira da Marielle
- Ágatha Arnaus – viúva de Anderson
- Carlos Alberto Paúra Júnior – policial Civil
- Luismar Cortelleti Leite – policial civil
- Guilherme Catramby – delegado da Polícia Federal
- Marcelo Pasqualetti – policial federal
Em seguida, começaram os interrogatórios dos réus. O primeiro a falar foi Ronnie Lessa. Ele pediu perdão às famílias das vítimas e à própria família pelo crime.
Lessa disse que Marielle foi morta porque era “uma pedra no caminho” no loteamento de terrenos a milicianos.
O assassino confesso afirmou que lhe ofereceram uma recompensa de R$ 25 milhões para cometer o crime. “Eu fiquei cego”, disse Lessa.
Já Élcio de Queiroz declarou que foi chamado por Ronnie para dirigir o veículo no dia do crime. No entanto, ele disse que só descobriu que participaria de um homicídio quando chegou ao local do evento onde Marielle estava e viu o comparsa preparando uma submetralhadora.
Segundo dia de julgamento foi marcado pelo debate entre acusação e defesa
A Promotoria sustentou que a intenção dos réus era eliminar todos os ocupantes do veículo devido à atuação política de Marielle. Para comprovar a tese, foi mostrada a análise das trajetórias das balas.
Já a defesa de Lessa pediu que ele fosse condenado apenas pelos crimes cometidos, negando motivação política.
A advogada de Élcio tentou atenuar a culpa do cliente. A defesa disse que ele agiu a pedido de Ronnie, sem conhecer a vereadora.
O crime
A vereadora Marielle Franco foi alvo de um atentando a tiros na região do Estácio, central do Rio, no dia 14 de março de 2018. A parlamentar voltava de uma agenda na Casa das Pretas, na Lapa, quando teve o carro interceptado. Durante o ataque, o motorista Anderson Gomes também foi baleado e morreu. Já a assessora de imprensa Fernanda Chaves escapou sem ferimentos da rajada de tiros.
FONTE: R7.COM
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