Justiça

Câmara aprova decreto que reconhece calamidade pública no Rio Grande do Sul

Projeto enviado pelo Planalto abre caminho para reconstrução do estado gaúcho deve ser analisado no Senado nesta terça-feira (6)

A Câmara dos Deputados aprovou nesta segunda-feira (6) o projeto de decreto legislativo (PDL) que reconhece o estado de calamidade pública no Rio Grande do Sul. A matéria permite que os recursos para a reconstrução do estado não sejam contabilizados nas metas fiscais e no limite orçamentário que o governo deve cumprir em 2024, abrindo uma exceção na Lei de Responsabilidade Fiscal. O decreto também vai servir de base para permitir outras ações, como a edição de medidas provisórias para créditos extraordinários, negociações para suspender os pagamentos mensais das obrigações da dívida estadual com a União e incentivos para o setor produtivo.

A proposta foi enviada mais cedo pelo presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) ao Congresso, e a intenção é que o texto seja votado no Senado nesta terça-feira (7). A tragédia no estado já vitimou 85 pessoas e 110 estão desaparecidas.

Ao abrir a sessão para a votação da matéria, o presidente da Câmara dos Deputados, Arthur Lira (PP-AL), mencionou que a catástrofe no Rio Grande do Sul é “chocante” e pediu para que os deputados evitem “qualquer tipo de polarização política e ideológica, em respeito às vítimas”.

“É um momento de união nacional. É um trabalho [a reconstrução do estado] que não será pequeno e nem rápido, com consequências econômicas e pessoais com preço muito caro para aquele estado”, comentou.

Segundo o ministro das Relações Institucionais, Alexandre Padilha, o governo também deve liberar R$ 1,06 bilhão de emendas parlamentares para as prefeituras de municípios atingidos pelas chuvas no Rio Grande do Sul.

Para isso, o governo encaminhou uma proposta de emenda à Lei de Diretrizes Orçamentárias (LDO) de 2024 para viabilizar a antecipação do pagamento das “transferências especiais” no valor de R$ 480 milhões destinadas aos municípios afetados.

Rio Grande do Sul

O governo federal reconheceu calamidade pública para 336 municípios (2/3 do total) do estado no domingo (5). Diversas regiões gaúchas ainda têm pontos ilhados, estradas e pontes destruídos e moradores à espera de resgate. Há centenas de milhares de moradores sem luz e água.

Autoridades e meteorologistas mapeiam o avanço das chuvas e das enchentes ao longo dos próximos dias — a área mais crítica é a região metropolitana de Porto Alegre, segundo avaliação da MetSul. As inundações atrapalham os resgates, e o governo prevê mais chuvas nesta segunda-feira (6), principalmente no extremo sul gaúcho. De acordo com dados do Inmet (Instituto Nacional de Meteorologia), o volume total de chuva pode superar os 100 milímetros em 24 horas, com ventos acima de 100 km/h e queda de granizo.

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