Em Linhas Gerais

O “tour” dos deputados estaduais na Bolívia: o resultado para Rondônia é zero- por Gessi Taborda

FILOSOFANDO

“Mergulhamos na história do gênero e na política das bicicletas enquanto falta quimioterapia no SUS. O Brasil é mesmo um país ridículo”. Luiz Felipe Pondé, filósofo brasileiro.

PORTUNHOL

Deputados reunidos ontem no plenarinho da Assembleia buscavam justificar a viagem de recente caravana parlamentar à Bolívia, onde participaram de encontro na cidade de Trinidad, capital do Beni, com a presença de Evo Morales. Um deles, empolgado com o “tour” fazia esforço para mostrar os ganhos da “missão” para a economia de Rondônia.

De tão empolgado acabou abrasileirando o nome da cidade boliviana para “Trinidade”, uma agressão a ultima flor do Lácio e até ao portunhol. Ora, no idioma pátrio o máximo que se poderia aceitar seria “Trindade”.

Com referência à importância do “tour” o resultado, pode anotar, é zero. Certamente, negócios com a Bolívia não é prioridade na balança comercial do Brasil e muito menos para vender carne ou comprar sal. Os deputados rondonienses não são os “embaixadores econômicos” mais apropriados para o governo brasileiro.

NO LIMITE

Tá todo mundo tentando entender os motivos pelos quais o governador meteu a lenha, em postagem de seu blog, nos servidores comissionados rondonienses, pessoal contratado em sua maioria pelo próprio Confúcio. Uma fonte bem informada nas cercanias do Palácio comentava que isso pode ser o efeito de alerta feito ao gestor peemedebista sobre a necessidade de apertar o cinto nas despesas com pessoal tendo em vista o risco de infringência aos limites estabelecidos na Lei de Responsabilidade Fiscal. Assim, o “desabafo” do filosofal governador pode ser a sinalização para guilhotinar um grande contingente de quem entrou na folha do estado sem ter prestado concurso público.

SEM ÁGUA NO URSO

Na passagem por Porto Velho no final da semana passada membros do Ministério Público Federal, integrantes da 7ª Câmara de Coordenação e Revisão, constataram que apesar do acompanhamento trimestral de comissão especial da corte da Organização dos Estados Americanos, as violações a direitos fundamentais dos presos continuam acontecendo na penitenciária Urso Branco, onde presos estão tendo restrições a água potável, sendo mantidos com sede nas celas daquela unidade prisional do governo rondoniense. O diretor-geral do Urso Branco, Célio Lima, culpou a Caerd pela falta no fornecimento de água ao presídio.

Fora o racionamento de água, a superlotação e a precariedade no atendimento de saúde e assistência jurídica aos presos também foram relatados durante a visita dos integrantes do MPF.

MEQUETREFE

A gestão de Mauro Nazif é tão ruim que tudo serve de matéria prima para a confecção de factoides. Ontem o mais sintomático deles anunciava a constituição de uma força-tarefa para limpeza e recuperação de “peças perdidas na cheia” (sic) histórica do Madeira. Autêntico truque de madame que nem merece comentário. Mas para dourar a pílula eles alinhavaram: “a intenção é transformar em um espaço fechado, com horário para visitação, no intuito de garantir a segurança do patrimônio e dos visitantes”. Quem perderia tempo “para visitar” as “peças perdidas” na cheia, cara-pálida.

PREÇO ALTO

As emissoras de rádio AM que desejam migrar para a frequência FM deverão pagar entre R$ 8,6 mil e R$ 4,4 milhões pela adaptação da outorga. Os valores foram apresentados na terça-feira (24) pelo governo, no Palácio do Planalto, e levaram em conta fatores como abrangência, potência das emissoras e indicadores econômicos e sociais dos municípios onde estão instaladas.

PRÊMIO

Amizael Gomes da Silva, ex-deputado estadual, ex-vice-prefeito de Porto Velho teve uma trajetória política sem mácula e contribuiu para consolidar o poder legislativo rondoniense. Por tudo o que representou, o professor Amizael, que nasceu no Maranhão, poderá dar nome a um importante prêmio para distinguir personagens do mundo político rondoniense.

DE ALMA LAVADA

Entre os argentinos que moram em Porto Velho, Alejandro Bedotti é certamente o mais rondoniense de todos. E em nome dele a coluna parabeniza com todos os argentinos que agora estão de alma lavada, com a vitória de Macri estabelecendo o fim do Kirchenerismo. Finalmente uma luz no fim do túnel na América Latina. Que seja apenas o início da libertação do bolivarianismo-comunista-socialista que provoca atrasos em vários países do continente (inclusive aqui!).

EM COMUM

A Argentina tem muito em comum com o Brasil. Foram 12 anos de uma mistura de populismo, heterodoxia econômica e tentativas de controlar Judiciário e imprensa. A “nova matriz econômica”, mais gastos públicos para fazer a economia crescer, resultou num desastre: 25% de inflação e déficit fiscal de 6% ao ano; e 40% da população recebe uma pensão, salário ou benefícios do Estado.

SEM PLANEJAMENTO

Uma tragédia similar à vivida em Minas com o setor de mineração também aconteceu (e possivelmente ainda acontece) aqui em Rondônia, exatamente pela postura omissa das autoridades públicas. Se lá o rompimento da tal barragem de rejeito está provocando uma tragédia ambiental atribuída principalmente à falta de fiscalização pelo DNPM, o que não dizer do desastre que a atividade mineração causou ao meio ambiente do estado como é visível no “Garimpo Bom Futuro”?

QUEM SABE?

Aliás, alguém por aqui já ouviu falar em alguma ação do DNPM na fiscalização da exploração mineral rondoniense?  Lá em Minas, a direção do DNPM justificou-se diante da tragédia de Mariana com a conversa da falta de infraestrutura para cumprir com suas responsabilidades. E no caso do Bom Futuro, alguém foi responsabilizado pela devastação? Alguém está fazendo alguma coisa para recompor a enorme área?

CORRUPÇÃO FORTE

O Juiz Federal Sérgio Moro não deixa de ser realista em relação ao cenário de corrupção endêmica do Brasil. Ele sintetizou seu pensamento sobre a falta de iniciativa contra a corrupção numa frase pronunciada nessa semana: “A Operação Lava Jato parece uma voz pregando no deserto”.

RECESSO

Tem muita gente no Congresso de olho no calendário. O recesso parlamentar está previsto para começar em 22 de dezembro e terminar em 2 de fevereiro. O problema é que 5 de fevereiro é carnaval. A aposta é que todos estarão pensando nas festas de Momo e o Brasil só deverá começar depois disso. O que não chega a ser novidade.

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