Liminar concedida por Kassio Nunes Marques será avaliada pelo Plenário do Supremo (STF) no segundo semestre de 2021
Imagine um Brasil onde boa parte entre os políticos considerados fichas sujas tenha condições legais de concorrer a quaisquer cargos em 2022.
Imaginou? Aterrador, não? Pois a questão trazida neste editorial não está atrelada à ficção: o tema é real, urge, e reside nas mãos, obviamente, da mais alta Corte do País, qual seja, o Supremo Tribunal Federal (STF).
E o pontapé inicial foi concedido pelo ministro Kassio Nunes Marques, o primeiro indicado pelo presidente da República Jair Bolsonaro, em decisão liminar proferida no final do ano passado.
Essa decisão abriu parcialmente a portinhola da impunidade – eleitoralmente falando –, e, analisada pelo Plenário provavelmente daqui a pouco no segundo semestre, sacramentará a tolerância aos desmandos.
Tudo gira em torno das sequelas legislativas voltadas ao período de inelegibilidade e sobre quando esse efeito passa a contar.
“Individualmente, às vésperas do recesso do Judiciário, Nunes Marques declarou, no sábado, inconstitucional um trecho da legislação que fazia com que pessoas condenadas por certos crimes ficassem inelegíveis por mais oito anos, após o cumprimento das penas.
A ação foi proposta pelo PDT há apenas cinco dias, contra um trecho da Lei da Ficha Limpa, que antecipou o momento em que políticos devem ficar inelegíveis. Antes da lei, essa punição só começava a valer após o esgotamento de todos os recursos contra a sentença por certos crimes (contra a administração pública, o patrimônio público, o meio ambiente ou a saúde pública, bem como pelos crimes de lavagem de dinheiro e aqueles praticados por organização criminosa).
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