AS PERDAS DOS TRABALHADORES
As organizações sindicais rondonienses (onde as mais fortes representam segmentos dos servidores públicos) ainda estão longe de mostrar capacidade para grandes mobilizações.
Uma clara demonstração disso era o que se via ontem numa manifestação do Sintero, em frente a Assembleia Legislativa, com um punhado de gatos pingados para marcar o tal Dia Nacional de Luta. Então não chega a ser surpresa a passagem de mais um Dia do Trabalho sem mobilização mobilizações marcantes promovidas pelos sindicatos ou alguma programação político-cultural para refletir sobre a data, organizado por quem quer que seja.
Isso mesmo nesse ano de 2015 em que trabalhadores públicos e privados sofrem diversas ofensivas buscando enfraquecer os movimentos de classe e a erosão de direitos duramente conseguidos ao longo de anos de luta.
OS ATAQUES
O ano de 2015 começou com muitos ataques aos direitos dos trabalhadores. A aprovação no Congresso Nacional do PL 4330 que amplia o processo de terceirização no país e as medidas provisórias que retiram direitos dos trabalhadores, como o endurecimento do seguro-desemprego, ameaçam conquistas históricas.
Mesmo diante de protestos por parte de centrais sindicais e organizações populares, a Câmara dos Deputados aprovou, na noite de quarta, 22 de abril, o Projeto de Lei 4.330/04 que abre as portas para que as empresas possam subcontratar todos os seus serviços, incluindo a atividade-fim.
A má sorte para os trabalhadores só não foi consolidada graças à disputa entre Eduardo Cunha (presidente da Câmara dos Deputados) e Renan Calheiros (Senado), onde está o PL esperando tramitação pelas comissões para chegar ao plenário. E isso vai seguir o ritmo ditado pelo senador Renan.
BOA PARA PATRÕES
A nova lei da terceirização só é boa para o patrão, que vai terceirizar sempre que isso lhe trouxer uma redução de custos. A medida trará economia na folha de pagamento e nos encargos trabalhistas das empresas. Mas uma consequência direta dessa economia é a redução do valor pago ao empregado terceirizado, que terá sua situação precarizada. Ou seja, se o empresário gasta menos ao terceirizar, o valor pago à companhia contratada será menor, e o salário que essa empresa paga a seus funcionários será mais baixo do que o recebido antes.
FRAGILIZAÇÃO
Outra faceta negativa da terceirização para os trabalhadores é o enfraquecimento dos sindicatos, o que também afetaria negativamente os salários. O projeto de lei não garante a filiação dos terceirizados no sindicato da atividade da empresa, o que é muito prejudicial. Se antes o faxineiro de um banco fazia parte do sindicato dos bancários, que é forte, após a terceirização ele integrará a entidade de classe da empresa terceirizada.
Os terceirizados podem passar a ser representados por diferentes categorias, e perdem benefícios conquistados pelo setor, como piso salarial maior e plano de saúde, além de ver seu poder de barganha reduzido.
DEVERIA SER
O 1º de Maio deveria ser um momento importante de luta contra as políticas que retiram direitos dos trabalhadores, sejam essas medidas nefastas praticadas pelos governos federal, estadual, municipais ou pelo Congresso Nacional.
Aqui em Rondônia as organizações envolvidas na representação dos trabalhadores ainda não conseguiram mostrar capacidade de mobilização para a data pode hoje.
Até o horário do fechamento da coluna o cenário repetia o imobilismo de sempre. Nenhum ato político/cultural de trabalhadores para expor seu repúdio à falta de uma política de valorização do trabalho e até de aumento da oferta de empregos, entre tantas outras pautas que certamente são caras para o avanço da classe de trabalhadores.
MOTIVOS
No caso específico de Porto Velho essa sexta-feira (1º de Maio) deveria motivar quem trabalha a ir para as ruas reivindicar pautas que pelo visto continuarão por muito tempo abandonadas pelos dirigentes públicos.
Nesse sentido, a mobilidade urbana é um elemento fundamental. Políticas de transporte de massa e redução das tarifas desses serviços são fundamentais. Assim como uma política de segurança pública que garanta a vida nas periferias. Chega de criminalização da pobreza e dos movimentos sociais!
Num estado tão novo como Rondônia é necessário, devido aos equívocos de seus dirigentes públicos, construir uma política de segurança pública efetivamente transformadora baseada na prevenção e na defesa da vida.
1º DE MAIO x CORRUPÇÃO
É pena que o sindicalismo local não consiga mobilizar a classe trabalhadora para denunciar as mazelas por aqui existentes e que causam tantos prejuízos a quem tem de viver de salário.
Esta seria uma grande oportunidade para que os trabalhadores (especialmente do serviço público) fossem para a rua com o compromisso pleno de gritar e se comprometer no combate à corrupção, inclusive exigindo o confisco de bens de corruptos e corruptores.
Então é isso: não faltavam motivos para que esse 1º de Maio fosse um dia marcante na grande luta favorecendo o debate de ideias na defesa das bandeiras fundamentais para a consolidação de todos os sonhos da população do estado. Quem sabe ainda teremos um 1º de Maio em que os trabalhadores de Rondônia estejam unidos na luta pelo direito de todos.
MORTO VIVO
Uma revelação para servir de alerta a todos que imaginam um desfecho positivo para a campanha política do próximo ano, quando o eleitorado vai escolher quem será o próximo prefeito de Porto Velho. Nessa terra, onde reconhecidos corruptos conseguem manter-se influentes na vida pública (às vezes usando membros de sua própria família), conseguindo votos para manterem-se como bambambãs do pedaço, a revelação feita por um professor enfronhado nos escaninhos da política soa como um mau augúrio tremendo para a Capital.
SAINDO DA TUMBA
Disse esse professor que Roberto Sobrinho não está tão morto assim, como o zumbi que encontrou abrigo no gabinete do deputado Lazinho da Fetagro. “Ele está com pretensões de disputar, pelo PT, no próximo ano o retorno à prefeitura”, afirmou nossa fonte.
Enquanto esse personagem de triste lembrança pelo legado fatídico deixado para a população portovelhense continuar apenas “passeando” pelas manchetes de sabor policial, reservada para praticantes de corrupção e não receber a estaca necessária para matar zumbis, certamente o risco existe. Até porque o PT, incapaz de tomar simancol, pode dar a essa figura soturna da política dessa cidade, a chance de, como o próprio imagina, engatar um volta por cima.
NO CRAVO E NA FERRADURA
O Supremo Tribunal Federal não é parlamentarista, mas deu um voto de desconfiança as investigações do Paraná. E naturalmente, como consequência, outro voto, este de confiança, aos criminosos das empreiteiras, corruptoras e corruptas.
MINHA PREFERÊNCIA
Pedir o fim da Globo é daquelas besteiras fenomenais que movimentos sociais sem rumo, sem sentido, fora do seu tempo, propõem. Eu prefiro a Globo, e muito mais a Globo News.
COMPLICADA
A situação na máquina administrativa do estado, depois da cassação de Confúcio e Daniel é bizarra. O pior é que tudo ficou mais paralisado. Falta dinheiro para tudo (será que falta também para os estipêndios dos falcões governistas?) e fornecedores que não recebem estão suspendendo o fornecimento de praticamente tudo. Enquanto mais tempo durar essa situação bizarra, o buraco será cada vez mais profundo.
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