O ALENTO
Na sexta feira, como se fosse uma alma penada, o ex-prefeito de Porto Velho, Roberto Sobrinho, podia ser visto no primeiro corredor da Assembleia Legislativa. Flanava pelo prédio do poder como se não fosse aquele personagem que deixou na cidade, como marca de desonra e a manada de elefantes brancos apelidada de viadutos (na verdade, meros elevados) e muitos outros esqueletos de obras inacabadas.
Mas também ontem quem dá duro nesse Brasil, trabalhando honestamente, teve mais um motivo de alento para acreditar que quem fez gato e sapato da gestão pública, visando o enriquecimento ilícito, acabará na cadeia. Afinal, não foi isso que aconteceu com a notícia de que Pizzolato vai ser devolvido pela Itália para cumprir, finalmente, sua condenação no Brasil?
NO PETROLÃO
Enfim, a condenação dos oito primeiros implicados no escândalo da Petrobras. A expectativa é de que outros sigam o mesmo rumo, em especial os altos dirigentes das empreiteiras e os políticos envolvidos. E também os políticos rondonienses do tipo desse prefeito petista que deixou a nossa capital em petição de miséria. Não é possível que essas figuras sombrias continuem andando livremente pelas ruas e entrando em instituições como a Assembleia como se dissessem que são intocáveis, se transformando no exemplo de que o crime compensa.
Responsáveis pelas grandes lambanças praticadas contra o estado ou contra seus municípios precisam receber sentenças compatíveis com seus crimes. Tomara que os Juízes rondonienses ajam nos moldes do Juiz Sérgio Moro, que mesmo sendo da primeira instância tem dado o exemplo de que assaltar as instituições públicas não é tão fácil como acreditaram homens públicos como Bob Ali-Babá, Carlão de Oliveira, Zequinha Araújo e tantos outros que ainda andam pelas ruas com a mesma desfaçatez de antes.
REFORMA POLÍTICA
Um assunto que a coluna tem discutido muito pouco, pela simples escolha dos assuntos locais como prioridade durante a semana. Então, aproveitando esse sábado, vamos colocar hoje como ponto principal a tão reclamada reforma política, que vai produzindo aos poucos mudanças para serem aplicadas já na próxima eleição.
Esse é o caso do “distritão” que está em fase final de tramitação no congresso e que mudará não só a maneira de escolha dos candidatos à vereança e, claro, o próprio comportamento dos eleitores. Se a mudança não sofrer transformação até sua apreciação final, essa eleição proporcional vai se transformar numa majoritária, com a eleição dos mais votados por cada distrito.
PARA INGLÊS VER
No Brasil, corrupção infelizmente se confunde com a própria história do País. Mas, com as recentes denúncias a população mostra-se cada vez mais impaciente e desacreditada com a classe política. Para alguns, a solução para acabar com os malfeitos na administração pública seria uma reforma política. A tese, que vem sendo explorada há muito tempo, ganhou muitas adesões e agora deverá ser analisada pelo Congresso Nacional.
Mas é preciso ter cuidado. O maior problema é o mais óbvio: o que esperar de uma reforma política que está sendo feita pelos próprios políticos? Dá para esperar melhorias de uma reforma gestada no colo de deputados e senadores acusados de corrupção, numa proposta pensada e consentida por caciques partidários que estão no poder há muito tempo e não pretendem sair?
Fica claro e só não observa quem não quer: se tiver prosseguimento, será uma reforma política para inglês ver.
SEMPRE ULTRAPASSADOS
A bancada rondoniense no Congresso não se pronuncia sobre a “reforma” em andamento. Não será, portanto, deputado ou senador rondoniense que fará alerta para os rondonienses sobre os perigos existentes com as propostas que vão sendo encaminhadas em Brasília; talvez por acreditarem que o assunto não interessa à população de nosso estado e muito menos a quem pretende aventurar-se nas disputas eleitorais, com vistas a uma carreira política.
Pelo visto, a proposta de reforma que vai avançando no congresso vai beneficiar os candidatos endinheirados.
PIOR DO QUE O SONETO
Da forma como está sendo discutida a tal reforma vai facilitar a vida dos candidatos que gastarão muito dinheiro e dificultará a vida dos líderes comunitários e políticos que se elegem com votos de bairros e pequenas cidades. Não seria de se esperar outra coisa: o atual congresso, que nós elegemos, com políticos profissionais, gente acusada de corrupção, caciques políticos, não faria uma reforma que facilitasse a chegada do povo ao poder. Eles parecem estar aproveitando o clamor da sociedade por uma reforma para emplacar algo que os beneficie. Como sempre.
O fato é que a população deve ficar atenta ao que está sendo discutido no Congresso no que concerne à reforma. Como é costume no Brasil, a emenda pode sair pior que o soneto. E olhe que o soneto já é bem ruim.
MEDO DO PANELAÇO
Nesse ano o povo brasileiro deverá ficar livre da conversa de praxe, em rede nacional de rádio e TV, da Presidenta (assim que ela faz questão de ser tratada) Dilma, por ocasião do Dia do Trabalho. A governista do PT está cada vez mais convencida que falar agora aos trabalhadores do Brasil pode provocar novo panelaço e estimular outros protestos como aconteceu no pronunciamento do Dia Internacional da Mulher.
Enquanto isso, as centrais sindicais vão aproveitar os atos do 1º de Maio para protestar contra os deputados que votaram a favor da terceirização. Entre os deputados rondonienses que ficaram do lado da terceirização, os mais destacados foram Lindomar Garçom e Nilton Capixaba.
CRESCENDO
A prova está nas manchetes policiais da mídia no dia de ontem. Ganharam destaques a tentativa de atropelamento de um oficial da PM; adolescentes tentando incendiar um ônibus escolar, orientados pelo PCC; execução de um apenado a pauladas e tiros; sitiante cobrando dívida e esfaqueando o devedor, e vai por ai afora.
A escalada da violência vem crescendo seguidamente atingindo níveis insuportáveis. É uma guerra. Mas para o governo do estado a segurança (é do baralho) está melhorando.
E enquanto isso tiroteios diários aterrorizam moradores de várias regiões. O policiamento de rua continua reduzido, a bandidagem está cada vez mais ousada. Como o governo está num de seus piores momentos de fragilidade e de fazer qualquer coisa, sobra uma constatação: Estamos perdidos no meio da bandidagem e da insegurança.
HIPERTENSÃO
De acordo com o Sistema de Informação da Atenção Básica (SIAB), atualmente o Município de Porto Velho tem em média 7.896 usuários hipertensos cadastrados e 7.559 usuários acompanhados nas Unidades de Saúde da Família.
ODACIR NO PMDB?
Tem gente grande da política rondoniense trabalhando para levar Odacir Soares para o PMDB, disse ontem uma fonte. A intenção é ter alguém com muita experiência política como candidato próprio na disputa pela prefeitura da capital. Odacir já andou afirmando sua decisão de disputar o cargo, mas não foi encontrado para falar sobre essa suposta mudança de partido. Há quem acredite que o ex-senador tem grandes chances, embora nesse momento o nome com maior favoritismo para a disputa é o da deputada Mariana Carvalho, do PSDB.
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