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Visão Periférica – Presente de grego: Marcos Rocha manda Cavalo de Troia financeiro aos professores de Rondônia – Por Vinicius Canova

Agora, o calcanhar de Aquiles da incompetência administrativa de sua gestão ficou exposto, e quem está mirando a região vulnerável é o próprio governador

O governador de Rondônia Coronel Marcos Rocha, do PSL, é uma espécie de Aquiles às avessas: não é herói, está longe de alçar status mitológico nem nasceu na Grécia antiga. Aliás, para compor determinado personagem com a manta do heroísmo é necessário haver ligação umbilical dos atos praticados no cotidiano com a justiça.

E aqui eu vou explicar como o governo cometeu uma grande injustiça ao colocar a culpa dessa patacoada histórica nas costas de uma pessoa que não tem nada a ver com o assunto.

Confira o artigo da professora Val Barreto sobre o assunto clicando aqui

Entretanto, prosseguindo a analogia crítica relacionada a Aquiles, pode-se dizer que Rocha pelo menos conserva o ponto fraco no calcanhar exposto às flechas da própria incompetência administrativa.

Incompetência que não vem só, está casadíssima com a irresponsabilidade gerencial inadmissível a quem ocupa as rédeas do Palácio Rio Madeira.

E o presente de grego concedido à educação é a prova cabal de que sua mira está sempre afiada para sabotar inclusive as pretensas boas intenções do Executivo.

O presente de grego

Com aquele sorriso forçado que tensiona sua têmpora criando fissuras na testa, o mandatário do Palácio Rio Madeira gravou um vídeo dando boas notícias aos docentes de Rondônia.

A boa notícia era, na realidade, uma obrigação forçada por lei e outrora pavimentada pela entidade sindical representativa: nada de mais, embora o discurso efusivo tenha sido recheado por falseada impulsão espontânea.

CONFIRA O ANÚNCIO MALFADADO

No próximo 15 de outubro nós deveríamos comemorar o Dia do Professor junto com todos os profissionais da área. Qualquer cidadão em sã consciência reconhece a importância deles na formação tanto do caráter quanto da evolução intelectual, e tudo isso passando paralelamente ao fomento da ética postural que deve nos definir pelo resto da vida.

Não há o que celebrar, no entanto.

As tabelas de Marcos Rocha: o cavalo está em Troia

Na segunda-feira (07), foi publicada no Diário Oficial do Estado a nova tabela salarial do magistério. Tecnicamente, apenas colheita das batalhas travadas pela categoria durante a greve árdua e cansativa de 2018.

Porém, o documento em si trouxe desconfiança à ala cética do professorado enquanto outros docentes, desatentos ou ingenuamente confiantes demais, infelizmente, passaram a gastar por conta.

Do mesmo dia 07 exsurgem relatos de profissionais que planejaram férias extensas, com compra adiantada de pacotes, e até mesmo o de determinado servidor muito animado, às raias do pico da emoção, que contraiu dívida por pelo menos quatro anos ao financiar um automóvel zero bala.

O dia 08: e os gregos saem do cavalo

Menos de 24 horas após a boa notícia, descobre-se, sem aviso prévio ou anúncio oficial, que a tabela divulgada no dia anterior continha valores equivocados. Muito, mas muito maiores do que a nova realidade econômica dos professores tão exaltada pelo discurso animado do homem da testa franzida de alegria.

Até ali, os funcionários públicos contavam, em média, com um reajuste de pelo menos R$ 900,00 em seus respectivos contracheques; quando acordaram, já no dia 08, se depararam com a verdade. Em suas contas, nada mais do que uma magricela garoupa da República, ou seja, cem míseros reais a mais como a tradução dessa “enorme” dedicação do novo governo propalada em vídeo pelo próprio Marcos Rocha. E os outros R$ 800 do dia 07? Nunca existiram senão na primeira tabela com indicativos mentirosos.

A alteração, por óbvio, causou revolta e enjoo coletivo. E é mesmo de enojar que o Executivo tenha patrocinado uma das maiores delinquências institucionais já praticadas na história rondoniense contra os professores – e justamente no mês onde relembramos a importância dos componentes da cátedra. Como ele mesmo se apresenta na condição de professor, pior ainda.

Um herói que pratica injustiças?

Não fui autorizado nem desautorizado a expor a pessoa que recebeu em suas costas – de maneira terceirizada –, o peso dessa cagada.

E agora eu peço perdão pelo palavreado chulo, mas no Dicionário convencional não existe vocábulo que possa expressar o cenário com exatidão mais precisa do que a veemência de um palavrão utilizado em circunstância alheia às exigências do coloquialismo redacional.

Marcos Rocha, o Aquiles às avessas, não agiu com heroísmo em relação a essa pessoa dedicada e, se pretende mesmo contribuir com a destruição da reputação profissional dessa educadora, o único registro que lhe caberá na história será o da vilania deliberada.

Um homem honrado reconhece os seus erros. Publicar tabela nova no dia seguinte mantenho as notícias institucionais do dia 07 da maneira em que foram concebidas, é covardia: é varrer a própria sujeira para debaixo do tapete. Silenciar sobre isso é aterrador: culpar alguém pelo imbróglio sem mais nem menos, é, aí sim, rebaixar-se à condição de necrochorume político.

Faça a coisa certa, governador. Use o mesmo rosto que expõe com vaidade na hora de fazer propaganda também nos momentos – ainda inexistentes –, de reconhecer os passos trôpegos da Administração Pública sob sua regência malfadada. Por ora, é só flechada no próprio calcanhar.

A PRIMEIRA TABELA (07/10)

A ANULAÇÃO DA TABELA 01 (08/10)

A NOVA TABELA (08/10)

AUTOR: VINICIUS CANOVA –  JORNLAISTA

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