PARA REFLETIR
Vivemos um ambiente político onde a coerência cedeu lugar ao oportunismo. De um país cujo governo, quanto mais fala em ajuste fiscal mais torra o dinheiro do povo. De um parlamento em que o líder do governo defende uma posição e o líder do partido desse mesmo governo defende outra. E como se o país tivesse se transformado na terra das baratas tontas.
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FALTA ESTRATÉGIA
Nem todos gostaram da crítica registrada na coluna da semana que passou sobre a inapetência de nossos políticos em fazer oposição. Mas esta é uma verdade apavorante na medida em que nos aproximamos de mais uma ano eleitoral sem poder apontar esse ou aquele nome como alternativa de mudanças ao que temos hoje no plano do município (e também do estado). Hoje, mais do que nunca, falta uma estratégia nas oposições. A sociedade e as chamadas forças vivas da cidadania estão na orfandade. Oposição de verdade apenas nas redes sociais, que pecam por ser trabalho de amadores e esse jogo é para profissionais.
Então, em termos de Porto Velho, estamos naquela situação em que o prefeito finge que tem projetos, que governa, enquanto a oposição finge que combate o marasmo e o desperdício de recursos públicos do prefeito. E com isso, se não ocorrer uma mudança de fato, a situação vai ficar muito mais grave. É preciso fazer das eleições do próximo ano a ponte para retornarmos aos tempos mais áureos de Rondônia.
É DO BARALHO
Uma clara constatação de como a representação popular em nossas Câmaras chega às raias do ridículo. Ontem a Câmara Municipal reuniu-se ainda influenciada pelo bizarro mundo dos espíritos. Pelo menos foi o que se pode depreender da Ordem do Dia enviada à mídia por sua assessoria de comunicação. O que pensar, por exemplo, de mais uma caríssima sessão legislativa, paga pelo cidadão-contribuinte-eleitor, em que o plenário teve de analisar o parecer da CCJR rejeitando o projeto de lei de autoria do enorme vereador Delso Moreira com uma “ideia do baralho” que, claro, ninguém sabe como foi gestada. Não, não é piada. O ex-pastor da Universal tomou a iniciativa de criar uma lei proibindo (pasmem, leitores) “o descarte de aves” no âmbito do município. E pensar que esse cidadão ganha um baba preta paga com o dinheiro do contribuinte para defender esse tipo de ideia estapafúrdia. Agindo assim, ele vai conseguir renovar o mandato?
OUTRO DISPARATE
Do mesmo personagem – esse Delso certamente poderia se tornar humorista – que integra a “valorosa Câmara Municipal” outro projeto (constata-se a existência de uma motivação bem espalhafatosa para tanta “criatividade”) rejeitado pela CCJR “institui a realização de pesquisa de opinião sobre serviços públicos”. É claro que Delso deveria saber que fazer ou não fazer pesquisa de opinião é competência exclusiva do Executivo, que, claro, não precisa de autorização do legislativo e nem de lei municipal específica para isso. Na verdade, esse edil simplesmente tentou aplicar aquilo que nas quebradas do mundaréu se reconhece como truque de madame. Na questão das aves, a coluna ficou embatucada: será que é para o descarte de pardais ou sanhaços?
TENHA PACIÊNCIA
Mas ontem na passarela da Câmara o povo pagou pelo desfile das ideias estrambólicas e sem qualquer importância para vida do município. Do tal vereador Junior Siqueira, a grande e revolucionária ideia era a de aprovar um projeto de resolução criando o Título de Cidadão Honorário (pasmem!) da Educação Municipal. Com ingredientes dessa qualidade, a sessão deve ter sido alguma coisa como as realizadas em Guaiquica, um vilarejo na hinterlândia do sertão brasileiro.
CALADOS
Enquanto isso, os tais vereadores permanecem completamente mudos diante de degradação do centro da cidade, da zorra que é a praça da Madeira Mamoré e de todo o dinheiro jogado pelo ralo na idiota decisão de se transformar a nossa pobre cidade na capital do excesso de sinalização semafórica, como sinais em esquinas sucessivas, a um preço que ninguém sabe e ninguém viu.
DISTRIBUIÇÃO EM CURSO
Os cargos de 2º e 3º escalão do governo federal começaram a ser distribuídos pelo governo federal com o claro objetivo de evitar o impeachment da presidente Dilma. Rondônia, por sua representatividade quase nula no cenário nacional pode ficar no final da fila dessa distribuição. Quem deve estar ávido são os personagens ligados aos caciques do PMDB e PDT rondoniense, especialmente por que tais nomeações não leva em consideração qualquer competência dos candidatos. O que vale mesmo é o “QI” e com isso a tendência é mais ineficiência e mais erros.
OS EXEMPLOS
Como o negócio é salvar o mandato, mesmo mandando para o beleléu aquela a fama de “gerentona” da presidenta, aqui em Rondônia os critérios deverão ser os mesmo do que anda ocorrendo em outras partes do Brasil. Na Paraíba, por exemplo, quem vai cuidar dos trens (CBTU) será um corretor de imóveis, na Bahia a gerência da Funasa foi dada para um técnico em turismo. Então já se viu como o monstrengo das instituições do governo federal no estado deverá ser montado. E, claro, Rondônia deve se preparar para sofre mais com esse novo “Frankstein” em órgãos importantes em setores de saúde, estradas, energia e vai por ai afora.
MICHOU
Dizem as fontes: Williames Pimentel, secretário de Saúde lançado recentemente com estardalhaço pelo PMDB de Porto Velho como a grande arma para a disputa da sucessão municipal já é tido como “nome superado” para o confronto do ano próximo. Chegaram à conclusão que mesmo despejando milhões em publicidade na mídia para alavancar o nome do robusto “homem de confiança de Raupp” seria impossível evitar o presumível efeito Titanic com seu nome “peso-pesado”. Sempre de acordo com fontes, o PMDB continua discutindo se vale a pena arriscar com Lindomar Garçom, agora integrante do diretório estadual do partido.
CANDIDATO PRÓPRIO
É claro que o PT terá enormes dificuldades para eleger prefeitos e vereadores no estado de Rondônia, após os vários escândalos registrados em investigações e operações policiais nas gestões do partido da estrela. Isso sem levar em conta o comprometimento da sigla em virtude dos grandes escândalos nacionais, como o petrolão. Mas mesmo assim o PT deverá ter candidato próprio a prefeitura de Porto Velho e das principais cidades do estado, por exigência do comando partidário nacional. O objetivo é utilizar o espaço da campanha para difundir as ideias do PT, mantendo-o vivo com vista ao pleito de 2018. Então as especulações em torno do nome de Sobrinho como candidato poderá ser um fato, se o Judiciário não criar obstáculos para o ex-prefeito que deixou o cargo com a alcunho de Bob Ali-Babá Sobrinho.
DECEPCIONADO
Se não for mera intriga palaciana, a situação do coronel Carlos Guttemberg de Oliveira Pereira (é uma rima, mas não é uma solução) poderá ter uma definição inesperada até o final do ano. Ontem foi possível ouvir um bochicho sobre a substituição do comandante da Secretaria Municipal de Trânsito (Semtram). Sobre Guttemberg a reclamação é geral, indo dos operadores do transporte urbano, a mototaxistas e até de agentes de trânsito.
Vereadores e até deputados cada vez mais reclamam para o prefeito que nada funciona nos limites da Semtram. Depois do fiasco da “solução emergencial” para a troca das empresas de ônibus coletivos até o prefeito já não esconderia mais sua decepção e arrependimento com o milico naquele cargo. O prefeito sabe que com aquela secretaria aparelhada como ficou vai ser difícil evitar uma enorme quantidade de perda de votos
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