Em Linhas Gerais

Velhas caras acossadas pela Lava Jato continuam enganando o eleitorado – por Gessi Taborda

DESAFIO

Na reta final das convenções e na proximidade da data final para registros de candidatura ainda é um desafio considerável fazer qualquer exercício de previsão sobre o desfecho final da disputa em Rondônia (aliás, em quase todos os estados brasileiros) e até em nível do país. E por isso a coluna dá mais um tempo para voltar a circular, esperando novidades no registro das chapas e nas prováveis impugnações. Isso pelo fato de não ser consequente fazer análise nesse cenário onde ainda prevalecem várias incógnitas.

ATENÇÕES

No nosso entendimento a atenção maior no estado de Rondônia será para a disputa dos cargos de governador, senador e deputados (federais e estaduais). Podemos até pensar assim sem esquecer a disputa pela presidência da república, num cenário também embaralhado e com ingredientes que nunca estiveram nessa corrida. Afinal, quem poderia imaginar que o personagem mais focado e mais discutido “como candidato” é um sujeito que cumpre pena por corrupção e desvios lá em Curitiba. Se o Brasil fosse um país onde as leis existissem para ser cumpridas, certamente isso não estaria provocando essa enorme confusão do pleito perante o eleitorado.

NO ESTADO

A situação é semelhante aqui no estado de Rondônia onde as principais candidaturas à sucessão estadual estão devidamente definidas nas fronteiras dos partidos. Ainda há especulações sobre certos nomes em relação ao risco de impugnações.

Se nesse momento é fácil constatar os dois nomes com maiores chances de vitória, caso de Expedito Júnior e Acir dos entraves na seara da Justiça Eleitoral. O senador Acir Gurcaz ainda pode ser impugnações. Há vários analistas do campo eleitoral imaginando que ele pode estar inelegível em virtude de sentenças condenatórias impostas pelo judiciário.

SUB-JÚDICE

Uma fonte com trânsito próximo ao senador empresário contou a esse jornalista a determinação de Acir Gurgacz ir até o final da disputa, mesmo concorrendo pelo modo sub-júdice. Se o caminho for por ai fica difícil até para os analistas mais argutos fazer uma previsão de onde poderá parar o “homem da cobra” nessa corrida.

Isso é um vídeo play de fatos ocorridos em disputas anteriores aqui em Rondônia. Embora o Brasil seja de verdade o país do balacobaco e do jeitinho (especialmente para os mais ricos), nos últimos tempos algo acontece na seara da Justiça derrubando a proverbial impunidade. Ivo Cassol – outro senador – que o diga, depois da decisão anunciada ontem (sexta feira, dia 3) determinando o imediato cumprimento da pena por pisada de bola ainda no tempo em que foi prefeito de Rolim.

ARTICULAÇÃO

Acir Gurgacz é um desses personagens sem vocação apanhados pela política que, em determinados momentos acabam subindo alguns degraus. Não tem carisma, não tem preparo ideológico e muito menos compromissos conhecidos para chefiar um governo de um estado da importância de Rondônia. Mas nesses últimos dias mostrou um lado surpreendente: o da articulação eleitoral.

 NO MESMO SACO

Quem poderia imaginar que os arqui-inimigos Cassol e Gurgacz poderiam se acertar para a corrida eleitoral? Cobra com jacaré é uma união completamente improvável, capaz de terminar na eliminação dos desafetos. A articulação foi anunciada e aparentemente é sólida. O ex-governador Cassol está inelegível. Dizem que articulação nasceu de sua vontade e não da iniciativa do clã da Cascavel. Foi a única maneira do senador de Rolim garantir espaço para seus protegidos entrar na disputa.

DOMINÓ

Rondônia é um estado novo e nem por isso a atividade política escapou dos trejeitos de esperteza das negociatas comuns em estados mais antigos. Para unir no mesmo palanque os clãs Cassol e Gurgacz, o senador Acir teve de receber como contrapeso Carlos Magno. Isso mesmo, o personagem envolvido na antiga operação Dominó. Certamente muita gente se esqueceu do Carlos Magno preso na cadeia do comando geral da PM em Porto Velho. O mesmo Carlos Magno foi (e é?) personagem das investigações de corrupção da PF, no mundo da distribuição de propina do país. Será que Acir acha normal ter do seu lado gente com esse currículo roto escrachado e repudiado pelas pessoas sérias, honestos, eleitores e contribuintes? Parece que sim…

DE RÉ

Rondônia também viverá uma eleição atípica. De um modo geral a população está consciente de que nossa economia está em marcha ré. Imagino que esse eleitor assustado com o desemprego crescente, com a insegurança. Por tudo isso e muito mais vai dar preferência para nomes mais populares, mesmo não sendo nenhum deles o estadista que nos falta.

Em política nada é definitivo. Mesmo assim é fácil compreender a impossibilidade dos candidatos nanicos ou folclóricos influenciar no resultado final. E dessa vez nem o PT consegue ter uma candidatura competitiva para a disputa governamental.

AVENTUREIROS

Diante de uma economia desfigurada dos tempos em que Rondônia era chamada de a “última fronteira do desenvolvimento” o que tem predominado nas decisões partidária são escolhas marcadas pela imprevisibilidade e, em certos casos, radicalismo. Dai surgem os aventureiros, gente sem um histórico de militância, de liderança popular, como é o caso do petismo no estado.

E assim, nesse cenário real da disputa é possível imaginar que os nomes acossados pela Lava Jato terão enormes dificuldades de ganhar o voto dos eleitores, mesmo apoiado pelas velhas máquinas partidárias do estado.

RENOVAÇÃO

Não dá para deixar de lado o pessimismo de que os resultados das urnas poderão ser decepcionantes. Mas não dá também para descartar a ideia de que os movimentos ocorridos Brasil afora contra a corrupção não terá efeito algum. Certamente alguma renovação virá com as urnas, especialmente na composição dos parlamentos, incluindo ai a disputa das duas cadeiras do Senado.

Haverá, sim, uma sadia renovação em termos de Assembleia Legislativa. Talvez não tenhamos mais o tipo de parlamentar caricato tentando enganar o povão com coisas do tipo “economiômetro” nas mordomias dos gabinetes, como se isso fosse um atestado de dignidade.

VELHAS CARAS

Com o cardápio das candidaturas que se tem nessa reta final das convenções é ingenuidade acreditar no conserto de todos os males desses anos tortos. Lamentavelmente a classe política rondoniense, mesmo quando acossada por ações da Lava Jato mostra que sabe se defender. As velhas caras que dominam a Assembléia Legislativa, a nossa bancada federal certamente terá suas votações diminuídas e mesmo assim poderão conseguir (meu Deus!) nova reeleição.

Quem ficar sem cacife para continuar mamando nas tetas certamente colocará parentes para ocupar suas vagas.

FALTA

O próprio eleitor pode conferir. Eu pelo menos acredito que todos os candidatos que buscam reeleição não têm projetos para o estado, para nós que aqui moramos. O que eles têm, o que eles defendem são projetos pessoais. Se assim não fossem as estradas do estado não seria a buraqueira de hoje, a segurança pública seria uma prioridade, a educação rondoniense poderia orgulhar o Brasil. Esse pessoal que ai está e fará tudo para continuar no legislativo, federal ou estadual, vão continuar procurando garantir benesses e nada mais. Certamente é a hora de valorizar caras novas.

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