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TA NA COPA – Giro Esportivo dos principais fatos com Silvio Persivo

OS LEÕES VENCEM E FAZEM A FESTA

Hoje foi a terceira rodada dos grupos A e B. Como todos os quatros jogos são no mesmo horário somente dá para assistir dois deles. A opção natural foi de escolher, no grupo A, Senegal contra o Equador. Afinal não se duvidava, exceto se houvesse uma zebrona, que a Holanda passaria pelo Catar. O que, realmente aconteceu por um placar modesto: 2×0. Não foi, porém mais do que precisava, aliás, ninguém, seriamente, duvidada que a Holanda seria o primeiro lugar do grupo. E os holandeses jogaram com a tranquilidade de que teriam a vitória. Senegal, ao contrário, precisava vencer e foi com tal disposição que entrou em campo. O Equador, que sempre foi uma equipe de velocidade e perigosa, que também precisava apenas de um empate para se classificar, pareceu ter esquecido o que sabia. Não conseguiram criar nada. E o que se viu foi Senegal buscar, incessantemente, o gol. E, de tanto buscar, conseguiram um pênalti, aos 43 minutos,  quando Ismaila Sarr bateu e abriu o placar. Com o gol os equatorianos se viram obrigados a sair para buscar o empate e o jogo ficou lá e cá até que, aos 22 minutos, com um toque de lado, sensacional, Moises Caicedo deixou tudo igual. Não durou muito, porém a sensação de que o time equatoriano chegaria às oitavas de final. Logo dois minutos e meio depois o zagueiro Koulibaly apareceu, como se fosse centroavante, e fez o segundo. O final do jogo virou drama com a tentativa desesperada do Equador para encontrar o gol. O apito final transformou-se em festa senegalesa e choro dos equatorianos. No outra dupla de jogos da rodada, como o favoritismo da Inglaterra contra o Pais de Gales era indiscutível. E foi confirmado com uma tranquila vitória de 3×0, a escolha natural foi o mata-mata de EUA e Irã. Os Estados Unidos sofreram para se impor diante do Irã. Apesar de ter um time mais técnico, que sabe tocar a bola e um meio de campo, onde  Musah, Adams e McKennie fazem diferença e terem feito oito finalizações no primeiro tempo, o fato é que não conseguiam furar a defesa irariana. Só conseguiram, aos 37 minutos, depois de uma bela assistência de Dest para Pulisic, que até que enfim fez um gol, depois várias tentativas de levantar bolas sobre a área. Weah, numa jogada bem concatenada, ainda fez o segundo, mas o gol foi anulado por impedimento. O gol custou a saída, logo no começo do segundo tempo de Pulisic, que havia se chocado com o goleiro. Os Estados Unidos arrefeceram o jogo ou não suportaram o desespero do Irã que foi para cima com tudo. O técnico Carlos Queiroz fez o time ir para frente à força colocando meias e atacantes. A pressão foi forte tanto que Ghoddos perdeu duas boas chances. Também, individualmente, Taremi sem sucesso. O tempo passou e, apesar de reclamarem de um pênalti. Resistiram e vibraram de alegria no fim. Um jogo em que souberam garantir a classificação. Agora com os resultados, nas oitavas, a Holanda joga contra os Estados Unidos, no sábado, e a Inglaterra pega o Senegal, no domingo. 

BRASIL E PORTUGAL FAZEM O DEVER DE CASA

O Brasil fez uma boa partida, apesar da falta de criatividade do time. Vini Júnior, o jogador mais lançado, não fez uma boa partida. Foi um jogo bastante emperrado, com ambos os lados tendo paciência e precaução. Os goleiros, a rigor, não trabalharam. É fato que a única vez onde se viu um lampejo do futebol brasileiro foi no gol invalidado. A meu ver mal invalidado, de vez que o impedimento ocorreu muito antes e, como o jogo teve seguimento, não caberia mais. Há uns critérios meio esquisitos de arbitragem. Invés de beneficiar o ataque beneficia a defesa e o futebol mais feio. A Suiça foi Suiça. É um time organizado que joga por uma bola e difícil de levar dois gols. Com o Brasil jogou com determinação e obediência tática. Não teve a bola que desejava e na única vez que deixou chutar direto foi gol. Enfim, o Brasil fez o dever de casa. Não posso dizer que não gostei, mas, em compensação não há muito o que aplaudir. O Uruguai, por outro lado, tropeçou em Portugal. Por ironia foi um time criativo, porém não aproveitou as oportunidades que teve. O jogo teve muitas faltas e a temperatura subiu num determinado momento, mas o árbitro iraniano Alireza Faghani soube levar a partida a bom termo. Betancur, numa jogada, partiu pelo campo luso e, surpreendemente, driblou dois e saiu na cara do goleiro. Pena chutou em cima dele. O meio de campo rolava a bola e, no ataque, tanto Cavani quanto Darwin Nunes não estiveram num bom dia. Se Portugal teve mais força isto não apareceu nas finalizações. No primeiro tempo o Uruguai foi bem mais perigoso, embora não muito. Tudo parecia estar do mesmo jeito até que, numa jogada confusa, Bruno Fernandes cruzou para dentro da área em direção a Cristiano Ronaldo e a bola entrou. O gol chegou a ser atribuído a ele. Depois consertaram. O Uruguai precisando mudar o jogo colocou três em campo, inclusive Arrascareta, que deu maior velocidade e volume de jogo ao time. Máxi Gomez, aos 30 minutos, chegou a acertar a trave e Arrascareta acertou o goleiro, aos 34 minutos. Portugal suportou bem a pressão e foi beneficiado por um pênalti, daqueles esquisitos, pois o jogador estava caindo e a bola acertou o braço dele. Bruno Fernandes, que não tinha nada a haver com isto, fez 2×0. Com o resultado Portugal juntou-se à França e ao Brasil fazendo os seis pontos nos dois jogos. Como disse bem Cristiano Ronaldo “Fizemos valer a nossa força”. Um olhar retrospectivo sobre os jogos até aqui mostra que a França e a Espanha estiveram melhores com Brasil e Portugal seguindo seus passos, mas não se pode menosprezar os times da Argentina, Alemanha e da Inglaterra que são muito bons, apesar de não terem tido a eficiência que se esperavam deles. A Copa é uma competição de surpresas e não se pode pensar que equipes assim não possam jogar muito melhor. É cedo ainda para crer que haja favoritos. 

OS ARTILHEIROS DISSERAM PRESENTE

No Estádio Janoub, em Al-Wakrah, no Catar, jogaram Sérvia e Camarões. Ambos haviam perdido e não podiam perder. Objetivamente o favoritismo era da Sérvia, que partiu para cima com vontade, mas sem acertar e Camarões também buscou o gol sempre que podia. E, como quem não faz levam os  camaroneses saíram na frente, aos 29 minuto, Castelletto marcou o primeiro gol camaronês no jogo – 1×0. A Sérvia, no entanto, não desanimou e foi buscando, buscando até que Pavlovic, aos 46 minutos, empatou e no embalo o  meia Milinkovic-Savic fez 2 a 1. E tudo parecia caminhar para uma vitória tranquila, quando, logo aos 8 minutos, o artilheiro Mitrovic, que já havia perdido duas oportunidades, fez o seu primeiro gol na Copa do Mundo e o terceiro dos sérvios. A segurança da vitória desapareceu quando, lançado nas costas da defesa adversária, 18 minutos, o centroavante Aboubakar fez um dos gols mais bonitos de cavadinha. A seleção africana, empolgada, empatou dois minutos depois com Choupo-Moting, depois de um passe de Aboubakar: 3 a 3. A Sérvia tentou muito, mesmo de forma desordenada. Uma vez  Mitrovic parou no goleiro Epassy. Outra Sergej mandou por cima. Quase que Aboubakar apronta, aos 41, ao arriscar de fora da área. Foi um jogo eletrizante e de muitos gols e os dois continuam com chances. No outro jogo de hoje, também com muitos gols, Gana ganhou de 3×2 da Coreia do Sul, que, no primeiro tempo, teve a posse de bola sem criar boas oportunidades de gol e Gana começou a gostar  do jogo. Aos 21 minutos,  numa falta, o atacante Jordan Ayew levantou na grande área, a defesa cortou , e o zagueiro Salisu Karim abriu o placar. A vantagem animou ainda mais Gana, que partiu para o ataque. A Coreia se fechou bem, mas não conseguiu impedir que  Mohammed Kudus, um notável meia,  cabeceasse para fazer o segundo gol dos africanos. O problema é que os coreanos voltaram para a segunda etapa com uma disposição incomum e, em 15 minutos, igualaram tudo com dois gols de cabeça de Cho Gue-Sung. Aí, aos 23 minutos, brilhou de novo a estrela do arisco Kudus. Num cruzamento em que um dos atacantes de Gana furou a bola sobrou para que marcasse: 3×2. Depois do gol a Coreia se esforçou de forma desordenada abusando do jogo aéreo. Levou perigo e não deu certo. Quase que Kudus e Cho Gue-Sung fazem três. Duas partidas de muitos gols. 

ENTRA EM CAMPO O SR. INESPERADO DE ALMEIDA 

Que futebol são onze contra onze todo mundo sabe. E que é sempre possível que um time mais fraco ganhe de um mais forte também. A questão gira em torno das probabilidades. E daquele detalhe essencial: o gol. Porém, se ninguém, ou quase ninguém, acreditava numa vitória do Japão sobre a Alemanha, muito menos, parecia provável que, depois de um humilhante 7×0 aplicado pela Espanha em Costa Rica, que não jogou nada, seria possível ganhar dos japoneses. E foi o que aconteceu: o sr. Inacreditável de Almeida entrou triunfantemente no Estadio Ahmed bin Ali. O  técnico Luis Fernando Suárez da Costa Rica, como é comum quando se perde, mexeu na sua equipe colocando o zagueiro Waston para dar mais solidez na defesa e procurou ser mais ofensivo com Gerson Torres. O Japão, é verdade, dominou o jogo, com mais posse de bola (56%), 11 finalizaçôes contra apenas 3 e 5 escanteios sem conceder nenhum. E daí? Só uma bola entrou no gol. E, por ironia, aconteceu com os japoneses o que aprontaram com a Alemanha: dominaram a maior parte do jogo e sofreram o gol. Os japoneses não tiveram os mesmos  que espaços que os alemães deram, desta vez encontraram um adversário fechado em bloco baixo e diante da necessidade de criar o espaço não souberam. As poucas vezes que chegaram na meta encontraram em Navas um paredão. O jogo, ao fim do primeiro tempo, cheirava a 0x0 porque ninguém acertava o gol. O técnico Moriyasu viu que precisava mudar e colocou Asano na vaga de Ueda e Hiroki na lateral-esquerdo no lugar de Nagatomo. Com isto, a seleção japonesa passou  a jogar com três zagueiros, repetindo a estratégia que deu certo com a Alemanha.  Funcionou bem, pois o time teve duas chances com apenas dois minutos, uma delas com Asano. Em ambas, Keylor Navas impediu o gol. Nos primeiros 15 minutos foram seis finalizações. Aos 16, depois de uma jogada individual, Endo foi derrubado por Borges próximo da área. Doan cobrou a falta, mas mandou por cima do gol de Navas. Costa Rica trocou dois jogadores para tentar equilibrar o jogo sem sucesso. O Japão continuou superior, mas sem efetividade. A retranca costariquenha desenhava cada vez mais o placar mudo. Até que, aos 35 minutos, o inesperado apareceu. Costa Rica conseguiu dar seu primeiro chute a gol nos dois jogos desta Copa. Fuller, que recebeu na entrada da área, finalizou colocando a bola nas redes de Gonda, que chegou a tocar na bola sem conseguir impedir o gol. O Japão foi para cima com tudo sem sucesso. Já nos acréscimos, Mitoma, depois de invadir a área e cruzou e a bola ricocheteou dentro dela até que Navas conseguiu defender. A vingança alemã veio de Costa Rica. O Japão pagou na mesma moeda: dominou e não fez os gols que precisava. 

Quem teve isso foi Costa Rica. Aos 35 minutos, na sua primeira finalização no alvo na Copa do Mundo,

a seleção costarriquenha chegou ao gol. Destaque contra a Alemanha, o goleiro Gonda falhou no chute de Fuller que garantiu o 1 a 0 para a Costa Rica, um duro castigo para os japoneses, que até tentaram reagir, mas não conseguiram vencer Keylor Navas.

O BRILHO DAS ESTRELAS FEZ A DIFERENÇA 

No primeiro tempo, apesar da seleção francesa ter sido sempre superior e criado  oportunidades não conseguiu furar a retranca dinamarquesa. Só num contra-ataque a Dinamarca foi perigosa. Mesmo com a grande diferença de 12 chutes contra apenas dois para a Dinamarca, o que foi realmente importante é que só uma finalização foi certa, o que dava a impressão de que o jogo podia não ter gols. Depois as coisas ficaram diferentes porque, logo no início do jogo, Mbappé apareceu, tabelou e fez a diferença.  Por um momento a  Dinamarca sentiu, todavia  respondeu na sequência, empatando numa jogada muito bem trabalhada. O 1 a 1 não interessava a nenhum dos dois times e, por causa disto, ambas as seleções partiram para a ofensiva. O jogo ficou aberto, porém o domínio do meio de campo dos franceses foi decisivo. E com a pressão exercida as falhas do time australiano se tornaram mais constantes ate que, novamente, brilhou a estrela de Mbappé para fazer justiça ao melhor desempenho dos franceses: 2×1. Depois a França foi quem teve mais perto de fazer outro. Contra o México a Argentina entrou imensamente pressionada. A derrota inesperada na partida contra a Arábia Saudita obrigava o time a ir para cima e foi sem muita criatividade. O jogo foi fraco, na etapa inicial, e o México só teve  a melhor oportunidade na cobrança de falta com Alexis Veja que  o goleiro Emiliano Martínez defendeu. Também só Lautaro Martínez conseguiu criar perigo com uma cabeçada que saiu pela linha de fundo. No segundo tempo a Argentina, com algumas modificações, tomou conta do meio de campo e encurralou o México. Messi se movimentou mais e cobrou uma falta, por cima da meta. Era seu sinal de que estava vivo. E o gênio apareceu, no ataque seguinte, Di María serviu o camisa 10 na entrada da área, e o craque finalizou como somente um craque faz: a bola passando por um mar de pernas e indo se aninhar no cantinho, aos 18 minutos. Com o alívio surgiu o apoio maciço da torcida da Argentina nas arquibancadas do Lusail empurrando o time. E neste ritmo só uma vez o México teve chance de fazer alguma coisa. Tudo indicava que a partida teria somente um gol até que, aos 41 minutos, o volante Enzo Fernández recebeu um passe do lado esquerdo da área depois de  uma cobrança curta de escanteio, driblou o marcador e chutou com perfeição no ângulo oposto. Ochoa se esticou todo, mas não teve como evitar o golaço que recuperou o mundial para os albicelestes. Depois tudo virou festa e o fantasma da desclassificação parece ter sido afastado. É verdade que terão pela frente a Polônia, um osso duro de roer, todavia, cheios de confiança, os argentinos passaram a depender de si próprio e podem se classificar até com um empate dependendo dos resultados da última rodada. O fato é que tanto Mbappé, pela França, como Lionel Messi, pela Argentina, brilharam e mostraram porque são respeitados: sem eles, dificilmente, suas equipes estariam na situação que se encontram. Decisivos. 

O MASSACRE VERMELHO 

A Espanha começou o mundial, no Estádio Al Thumama, pela primeira rodada do Grupo E, passando sem nenhuma dificuldade sobre Costa Rica. O time espanhol, para se ser exato, passeou em campo. Depois de duas investidas perigosas já, aos 10 minutos, Dani Olmo, depois de receber a bola com categoria encobriu a Keilor Navas, com um toque e abriu o placar. A superioridade era muito grande e, no velho estilo espanhol do tique-taque, os jogadores costariquenhos assistiram a bola passar sem condições de manter sequer a posse de bola por muito tempo. Nos trinta primeiros minutos o placar apontava um 3×0 e, para piorar, os espanhóis, segundo apontavam as estatísticas, detinham 85% do tempo de bola. Navas, um goleiro excepcional, de 35 anos nada conseguiu fazer, além de defender o que conseguiu- que não foi pouco- todavia, convenhamos, Costa Rica tem um time extremamente fraco e, pelo que mostrou, deve sair como entrou, apenas tentando não levar mais gols. O segundo tempo não foi diferente do primeiro. Assim foram enfileirados os gols. Depois do primeiro de Olmo, Asensio fez mais um, Ferran fez dois, Gavi, Soler e Morata completaram a maior goleada da Espanha em todas as copas e a maior, até agora, deste mundial para liderar o seu grupo. Não se tem o que dizer sobre o jogo, exceto que foi um massacre. E que, sem dúvida, foi a partida ganha com maior facilidade entre todas as já disputadas. Para fechar o quarto dia da Copa aconteceu o jogo entre Bélgica e Canadá que foi, no mínimo, um jogo ímpar. Se considerado o retrospecto seria de se esperar que a Bélgica, com um time de nomes muito melhores, fosse ter o domínio da partida. Não foi o que se viu em campo, de vez que coube ao Canadá ter sido um pouco melhor e mais efetivo. Poderia até mesmo ter saído na frente porque, aos 10 minutos do primeiro tempo, depois de uma pressão do ataque canadense a bola bateu na mão do defensor belga e foi marcado pênalti. Alphonso Davies, jogador do Bayern de Munique, bateu e desperdiçou. É verdade que foi mesmo defendido por Courtois, que foi eleito o melhor goleiro do mundo nesta temporada, e, deveria ter sido o melhor em campo, mas estranhamente escolheram De Bruyne. Até seria melhor se dessem o prêmio a Batshuayi, que, no fim do primeiro tempo, marcou o único gol da partida. O certo é que o Canadá não conseguiu nem de pênalti marcar. E ainda lamentou um lance polêmico em que, aos 12 minutos da primeira etapa, Hazard se enrolou e tocou para trás, e, um jogador do Canadá, Buchanan recebeu na entrada da pequena área e foi derrubado. A questão é que assinalaram impedimento, o que muitos analistas consideraram uma decisão equivocas, mas o VAR também deixou passar. A Bélgica com o resultado assumiu a liderança de seu grupo, porém não começou bem. O que pode não ser nada quando, no fim, venceu que é o que importa. 

SAMURAIS AZUIS APRONTAM EM CIMA DA ALEMANHA

Silvio Persivo 

Marrocos e Croácia fizeram um jogo modorrento no estádio Al Bayt, em Al Khor. Esperava-se mais da Croácia, que foi vice no último mundial que tem craques como Modric, Kovacic, Perisic e Hakimi e não é que não tenham se imposto, pois tiveram o controle da bola quase todo tempo, no entanto, embora não se possa deixar de reconhecer a marcação cerrada da defesa marroquina, faltou criatividade para superar o ferrolho. Nas poucas vezes que chegaram ao gol o goleiro Bono cumpriu seu papel. Pode-se dizer que foi um jogo onde faltaram os ataques e tinha que acabar como acabou: no terceiro 0x0 deste mundial. Modric esteve bem, porém sozinho não resolve. A Alemanha entrou em campo como uma das seleções favoritas contra o Japão. E entraram com vontade de mostrar que havia razões para isto controlando a posse de bola de início e oferecendo pouco espaço aos japoneses. Estes, disciplinado e velozes, mesmo assim chegaram, aos 7 minutos, as redes, com Maeda, mas o gol foi anulado por impedimento. Os  alemães não deram bolas para o fato e voltaram a se impor seu futebol tocando a bola e procurando o gol. Até que Raum foi derrubado na área por Gonda, o goleiro japonês, e o juiz apitou o pênalti. Gundogan, aos 32 minutos, bateu deslocando goleiro japonês e abrindo o placar. E tudo indicava que a Alemanha faria o segundo, o que somente não ocorreu, no final do primeiro tempo, por quatro defesas de Gonda, que seria batido, aos 48 minutos, por Havertz. Gol anulado também por impedimento. De volta do intervalo, de novo, a Alemanha voltou a se impor sem marcar. Hans-Dieter Flick, incomodado fez as trocas na Alemanha, aos 21 minutos, Goretzka e Jonas Hofmann nos lugares de Gündogan e Thomas Müller. Não foi muito feliz porque o autor do gol foi um dos melhores jogadores da partida. Já o técnico japonês Hajime Moriyasu fez duas alterações visando tornar seu time mais incisivo e aproveitar melhor os contra-ataques. Deu certo: Doan, logo ao entrar no lugar de Ritsu, aproveitou um rebote do goleiro alemão e enviou a bola para as redes empatando a partida. A Alemanha não pareceu sentir, de vez que criou inúmeras oportunidade de gol.  O problema é que não acertou as redes e, o famoso castigo veio, como quem não faz, toma, Asano controlou uma bola difícil numa  falha de posicionamento da defesa alemã, e livre, no lado direito, e chutou, sem perdão,  para vencer Neuer. Depois, por mais tentasse, a Alemanha acertou menos ainda. Festa da torcida no Estádio Internacional Khalifa e mais um favorito ficando em situação difícil. O Japão fez história. Sua primeira virada em mundiais foi uma vitória da disciplina tática. 

AUTOR: SILVIO PERSIVO –  COLUNA TA NA COPA

  • A opinião dos colunistas colaboradores são de sua inteira responsabilidade e não reflete necessariamente a posição da Folha Rondoniense

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