FILOSOFANDO
“Você nunca vai chegar ao seu destino se você parar e atirar pedras em cada cão que late”. Winston Churchill (1874/1965), Estadista britânico.
LADEIRA ABAIXO
A consideração pelo TCE sobre a normalidade das contas da prefeitura de Porto Velho no ano de 2014 não é como pode pensar os mais desavisados e, claro, os partidários do prefeito Mauro Nazif de que a situação da capital rondoniense é tranquila. Na verdade, dizem técnicos nesse assunto que o TCE apenas não identificou manobras mais abusivas ou absurdas para maquiar o balanço municipal.
Mas não há erro no vaticínio dos experts em economia pública quando apostam que se Mauro conseguir renovar o mandato ganhando mais 4 anos à frente do comando portovelhense a vaca vai de vez para o brejo.
DECADÊNCIA CRESCENTE
Falta menos de um ano para terminar o primeiro mandato de Mauro Nazif e o prefeito não fez rigorosamente nada. Fora as reformas em paradas de ônibus (algo até meio cômico), a tentativa de terminar a obra da rua Vieira Caúla (com todos os erros de uma coisa sem projeto), nenhuma das propostas de campanha que pudessem resolver a crise social, econômica e até de segurança em que o município vem se afundando cada vez mais não se fez rigorosamente nada.
Todos os setores econômicos do município de Porto Velho estão em crise, até a agroindústria. Nazif mais do que provou ser um governo inerte, não tem planos. Apresenta apenas promessas mirabolantes, eleitoreiras, como a garantia de que esse ano começa a construção da rodoviária e até o Ceasa (se o governo federal ajudar).
FIERO CHAPA-BRANCA
Então é isso: o cenário é recessivo e não será as contas aprovadas pelo TCE que irá muda-lo. Na realidade o que há até onde se espia nesse município é a desindustrialização, um fato inquestionável que a FIERO, mantendo sua postura chapa-branca, prefere ficar muda, sem coragem de cobrar alguma coisa dos governantes.
MIRABOLANTE
O governo de Mauro Nazif sempre teve dificuldades de se expressar na linguagem pátria. Mas nem por isso deixa de lado suas ideias mirabolantes, como essa de querer transformar o município num grande produtor de café. É por isso que faz alarde sobre a distribuição de quase 100 mil (será?) mudas de café clonal (?) a agricultores do Joana D’Arc. É balela. Nossas terras, dizem pesquisadores importantes, não são apropriadas para isso. Se tentasse a fruticultura, talvez obtivesse bons resultados. Café em Rondônia é o conilon cultivado para valer na região de Rolim de Moura.
O BRASIL É ASSIM
Até que enfim o Supremo resolveu se mover. Pior foi a engavetadoria, opa!, Procuradoria-Geral da República, que levou cinco anos para preparar a denúncia contra Renan, que é amigo do Rei (e da Rainha) e se tornou o maior exemplo da impunidade que reina no país. Renunciou para não ser cassado e depois se tornou novamente presidente do Senado. Que país é esse, Francelino Pereira?
OLHA ELE AI
Tem coisas fadadas a ficar sem explicação por anos a fundo. Como, por exemplo, o contrato de aluguel firmado pela prefeitura em favor daquele imenso prédio construído por um sujeito (Kaleb, para que se não se perca pelo nome) envolvido nas falcatruas da Assembleia na Jorge Teixeira, onde funcionou por alguns meses (que estranho!) um enorme shopping da construção.
SEM CONCORRÊNCIA
Agora o prédio, com seu aspecto singular, virou a Secretaria Municipal da Saúde. Não houve concorrência para o tal aluguel. O prédio (novo) recebeu reformas (que ninguém sabe e ninguém viu) a mulher do Kaleb (o homem tem dois nomes, duas identidades, dois CPFs) recebeu uma baba preta a título de antecipação dos aluguéis. E tudo isso, pelo visto, acontece graças a um personagem quase carnavalesco, que atua com tudo aqui em Rondônia.
MOSQUITO DA CORRUPÇÃO
Ele tem muitos nomes: intermediário, facilitador, lobista. Mas – em tempos de zika, dengue e chikungunya – pode ser chamado também de “Aedes corruptus”. Como um mosquito, ele é o vetor da corrupção. Vive de sugar o sangue alheio e espalhar o vírus “uma mão lava a outra”, o “toma lá dá cá” e o “15% é prô partido”.
ENDÊMICA
Seria muito bom que o MP e o TCE ficassem de olho bem aberto nesses tempos de Momo. De repente o “mosquito sugador” já está mudando a fantasia para virar o arrecadador de campanha. Se não tiver outro jeito, doa do próprio bolso, mas prefere passar o chapéu entre empresários. Assim, suga dois com uma picada só: fica com crédito junto ao hospedeiro e ainda prospecta futuros clientes.
Casos como os dos tubos de PVC apenas comprovam, mais uma vez, que a corrupção nesse pedaço do Brasil também é endêmica.
ACABANDO COM A FESTA
Depois do domínio dos petralhas na gestão do município, o comportamento de meter a mão no dinheiro do contribuinte passou a ser encarado como uma coisa normal. Mas os surtos são piores quando há troca em massa no poder, coisa típica do processo eleitoral. Que os órgãos de controle externo não se esqueçam da festa do “Aedes Corruptos” que está em pleno andamento.
ESTÁ NA CARA
O brasileiro ainda não se conscientizou do enorme abismo sob os seus pés e fica ainda discutindo abobrinhas sobre políticos que inegavelmente estão fazendo tudo, por mero capricho ideológico, para destruir o Brasil.
Os números divulgados todos os dias na mídia não deixam de revelar uma situação de catástrofe, de um futuro próximo de terror, de uma situação assustadora. E mesmo nesse cenário incontestável os homens que deveriam nos representar e fazer tudo para salvar o Brasil da desdita fica perdendo tempo com discussões idiotas sobre se o ex-presidente usou de seu cargo para ter um tríplex no Guarujá (que nessa prestidigitação não é dele), valendo o mesmo para um sítio cinematográfico de Atibaia.
DERRETENDO
Enquanto isso o Brasil vai derretendo. Basta ver o número crescente do desemprego para ter certeza disso. No ano passado, segundo o próprio governo, foram fechadas mais de 1,5 milhão de vagas no mercado de trabalho, das quais quase 600 mil no mês de dezembro.
Estamos vivendo uma crise semelhante à grande depressão ocorrida nos Estados Unidos em 1929. É só ler, é só pesquisar. E mesmo assim ainda somos obrigados a ouvir, com todos os ares de deboche, as manifestações dignas de hienas dos petralhas que resistem a largar os ossos.
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