FILOSOFANDO
“Há uma gota de sangue em cada poema.” MÁRIO DE ANDRADE (1893/1945), poeta, escritor, crítico literário, folclorista, e musicólogo brasileiro, autor de “Paulicéia Desvairada”, a mais importante obra da poesia moderna brasileira.
REFLEXÃO
O noticiário desse final de ano – falo do noticiário de todo o estado de Rondônia – nos remete à reflexão de quanto ainda precisamos de instituições (as do controle externo) mais atentas e mais dispostas a apurar com redobrado rigor (até nos detalhes) todos os casos de corrupção que – particularmente nesses últimos anos – vem ocorrendo até nos cafundós de nosso tão jovem e querido estado rondoniense, lamentavelmente dirigido por gestores incompetentes e políticos descompromissados com a ética republicana e com os preceitos fundamentais da democracia.
Quem é leitor habitual da coluna é testemunha de como ela cumpre seu papel de alertar as autoridades para esses fatos deformadores da conduta política do estado, na esperança de que a faxina contra quem não honra a representação popular chegue, um dia, ao nível ideal.
DEVASSA
Agora, com as notícias sobre a transformação de políticos de todos os matizes em réus; alguns notórios (como Alex Testoni, o prefeito de Ouro Preto, e Daniela Amorim, ex-prefeita de Ariquemes), fica mais clara ainda a necessidade de devassas profundas nas administrações públicas do estado, em todos os níveis.
É triste, mas temos de admitir: ainda prevalece o mando de gestores viciados em direcionar recursos públicos para quem busca apenas o enriquecimento rápido e fácil. Em última análise, podemos dizer que mesmo nas bibocas mais perdidas no nosso mapa estão presentes gestores pendurados em todo tipo de suspeitas.
PRESOS
A prisão não pode ser exclusividade de um Rover (prefeito de Vilhena) apenas. Gente como Testoni e vários outros ordenadores de despesas na gestão pública representam um risco real para os cidadãos-contribuintes-eleitores enquanto estiverem soltos, exercendo qualquer tipo de poder na administração pública. Manter esse tipo de “político” escroque é dar a eles espaço para novas tentativas de saques do erário.
ENFERRUJADA
Se o nome da ex-prefeita de Pimenta Bueno, Inez Zanol, for confirmada como importante integrante do gabinete de Hildon Chaves, o prefeito que assumirá o comando da administração de Porto Velho no novo ano, certamente vai dificultar compreender como o prefeito tucano vai reinventar a gestão pública da capital rondoniense, vítima de 12 anos de decomposição política e de eficiência no trato com a coisa pública.
Quem, afinal, está bancando esta indicação? Inez, como se sabe, foi importante nome ligado à esquerda no passado, quando fazia parte do PSB, o mesmo partido chefiado até agora pela “Turma do Quibe”, liderada por Mauro Nazif.
AJUSTES
Será que na capital do estado (com quase meio milhão de habitantes), núcleo importante de formação universitária, não existia nem um nome para ocupar a função reservada à Inez Zanol que, em tempos idos, já fez parte até o governo de Valdir Raupp?
Se o caminho da montagem do futuro “staff” for por ai, vai ser difícil imaginar uma reinvenção no modo de governar a cidade, de modernizar sua administração, de garantir mais agilmente os resultados de que tanto carece a economia local para reaquecer-se gerando novas oportunidades, empregos e (no mínimo) esperanças. Certamente os ajustes de que tanto se falou na campanha podem ficar comprometidos.
SUPERFATURAMENTO
Estamos (ainda bem!) no final de um longo período de gestão municipal em várias cidades rondonienses e, sobretudo em Porto Velho em que predominou os desvios de conduta responsáveis pela triste realidade do estado, com suas obras paradas e prejuízos visíveis para a população que paga impostos.
Em se tratando da capital rondoniense o superfaturamento (de acordo com denúncias ao MP) foi de obras e serviços (até na contratação de artistas populares). Também houve denúncias de tráfico de influência, fraude em licitações e outras vigarices que se tornaram uma triste realidade, responsável certamente pela derrota acachapante do prefeito que tentou a reeleição e não conseguiu nem ir para o segundo turno.
REOORDENAMENTO
O prefeito eleito conseguiu cativar os cidadãos-contribuintes-eleitores exatamente por se comprometer a fazer os ajustes da máquina pública da capital sem a interferência de grupos políticos ou econômicos, provocando a descontinuidade desse sistema perverso de castas e de atendimentos paroquiais.
Para isso verdadeiramente ocorrer o prefeito Hildon Chaves – um ex-promotor de Justiça e bem sucedido (hoje) empresário do setor educacional – teria de iniciar sua gestão com um novo desenho da máquina pública, cortando o que é claramente simples acessório para barganha política, tanto em órgãos da prefeitura ou em empresas do tipo Emdur.
SINE QUA NON
A descontinuidade dos 12 anos de gestões mentirosas, populistas e perdulárias é condição sine qua non para o sucesso de Hildon Chaves, para o fortalecimento do PSDB. Só assim será possível imprimir agilidade e eficiência à gestão municipal.
Nesse tempo todo do prefeito que sai a marca foi a da paralisia e a da desorganização das ações tentadas, até em coisas prosaicas como o tal “programa de arborização” que de fato nunca aconteceu.
Ou a gestão Hildon Chaves dá muito certa ou muito errada. Certamente alguém deve estar alertando o novo prefeito de que ele ganhou as eleições pelo fato de ter representado muito bem o novo, de ter garantido fazer as mudanças reclamadas pela população.
Ao confirmar a composição do seu secretariado, o prefeito tem de dar claros sinais de que com ela mesmice está fora de cogitação.
NECESSÁRIO
A aparição do secretário de finanças do estado em rede de televisão para explicar sobre o pacote de ajustes fiscais da economia rondoniense joga por terra todo aquele discurso otimista apreciado pelo governador Confúcio, especialmente nos seus alfarrábios de bloguista da Internet.
Agora o argumento do governo – traduzido pelo seu titular das finanças – reconhece a necessidade de ajustes para equilíbrio sustentável das contas estaduais. E de cara vai aumentar para os servidores a cota de sacrifícios, com o aumento aprovado pela Assembleia na alíquota do desconto da previdência.
Esta foi apenas a primeira contrapartida do governo rondoniense para renegociar sua dívida com a União e não sofrer cortes de repasses programados pelo governo federal. As contrapartidas “inaceitáveis” ficarão para 2017, quando esperar-se uma grita geral de servidores, especialmente das categorias mais organizadas.
RECESSO
Começa a funcionar hoje o recesso de final de ano para todos os servidores do legislativo estadual. Até o próximo dia 6 de janeiro não haverá expediente em nenhum setor da Assembleia. O recesso dos parlamentares, como está no regimento, deverá ultrapassar o carnaval.
Na verdade, se a mesa diretora quisesse tomar uma decisão mais adequada a promover economia de gastos da Casa, deveria estender esse recesso a todos os servidores, mantendo apenas os órgãos e departamentos que não podem parar. Haveria economia maior de gastos de custeios. Afinal, o que entra em recesso é o Poder Legislativo e não os parlamentares.
É VERDADE, RONDÔNIA TÁ PRECISANDO DE UMA LIMPEZA POLÍTICA E JUSTIÇA SÉRIA PARA AFASTAR ESSES POLÍTICOS CORRUPTOS QUE AINDA ESTÃO EXERCENDO CARGO COMO SE NADA TIVESSE PRATICADO COM O DINHEIRO PÚBLICO OU NA GESTÃO DE SUA ADMINISTRAÇÃO; CONFÚNCIO MOURA, IVO CASSOL, LÚCIO MOSQUINI, VALDIR RAUPP E OUTROS MAIS DENUNCIADOS NA JUSTIÇA, ROBERTO SOBRINHO E OUTROS MAIS.