FILOSOFANDO
“Qual é o problema de ser de direita? É proibido? Não tem sentido você proibir a direita e ao mesmo tempo falar em pluralismo democrático. Em todos os países, há esquerdas e direitas. Agora, com quem vou debater isso no Brasil? Com pessoas indignas, cuja obra intelectual é zero? Imagine se eu vou querer que essas pessoas me respeitem ou me reconheçam!” – Olavo de Carvalho, filósofo brasileiro.
TERRA BÁRBARA
Todas as vezes que o assunto é a crise do país alguém trata de dizer logo o óbvio: “As instituições estão funcionando”. Dilma Rousseff tenta se segurar na cadeira do Planalto, Eduardo Cunha promete se agarrar à cadeira da presidência da Câmara Federal e Ricardo Lewandovski espera, sentado em sua cadeira de presidente da alta mais Corte do país, a denúncia envolvendo políticos.
E isso basta para nos transformar em uma Nação? Ou continuamos sendo ainda uma terra bárbara? O Brasil está longe de ascender ao estágio civilizatório de uma Pátria, expressa pelos valores da solidariedade, da igualdade, da unidade em torno da utopia coletiva voltada para a realização de grandes coisas.
INTERESSES PESSOAIS
Um olhar para qualquer espaço da vida política e institucional, flagra a torpeza de atitudes, a retórica dos interesses pessoais, os espaços públicos climatizados com os vapores do servilismo, as filas do fisiologismo e a administração pública povoada de proxenetas, que usam os desvãos do poder para engrossar um gigantesco PIB informal.
Afinal, continuamos a ver a política sob as mazelas históricas: o grupismo, a familiocracia, o mandonismo dos caciques regionais, a retaliação dos espaços da administração pública.
NÃO REFLETE AS URNAS
Diz-se que o Congresso Nacional é o retrato apurado da comunidade nacional. Se os parlamentares tomam decisões erradas ou não dignificam o mandato, a culpa acaba sendo atribuída ao povo, que não sabe votar.
Não é bem assim. O problema é que após eleitos, boa parte dos escolhidos pelo voto se posicionam por interesses nem sempre consoantes com a vontade do eleitor.
CASO DE RONDÔNIA
Esse nosso estado vive um autêntico teatro do absurdo. E mesmo com um governante cassado mas que continua ocupando o gabinete do Executivo, prevalece um governo produto de acordos, barganhas e intermediações, deixando de refletir os resultados das urnas.
Ainda é muito comum deputados locais inseridos mais qualificados agindo como reféns do mandonismo de um governo que, tecnicamente, já acabou. Se isso acontece com os “mais qualificados” é natural que os integrantes do baixo clero, alguns com nomes estrambólicos, permaneçam o mandato inteiro aguardando a vez na porta da esperança, onde mendigam verbas para sustentar o prestígio regional em suas bases caboclas.
DEPENDE DO CIDADÃO
As transformações batizadas de reforma política estão muito restritas a interesses paroquiais. Terá, com certeza, efeitos inconsequentes na vida de todos nós. Não adiantará reformar aspectos pontuais do sistema, sem alterações de fundo no sistema econômico com o objetivo de diminuir as desigualdades sociais.
Reformar a cultura política significa, pois, reformar o cidadão. Cidadãos exigentes, cultos e preparados produzem o oxigênio para a gestão racional da democracia.
Quando isso acontecer aqui em Rondônia, não haverá mais espaço para personagens messiânicos como um Mauro Nazif que, claramente, chegou à prefeitura sem ter o preparo devido e o projeto factível para transformar a cidade. Ainda não tivemos um resultado eleitoral que nos levasse à tão ansiada luz no fim do túnel.
PASSAR A LIMPO
A esperança ainda não morreu. Quem sabe nas eleições vindouras constatemos que nossa população conseguiu pinçar desse monturo de coisas podres que predominam em nossa política, aquela parte que no poder alimentam os urubus da política, especializados em utilizar o dinheiro público para o enriquecimento ilícito e a manutenção do jogo das propinas.
Afinal, a grandeza da Nação, do estado e da cidade é resultado de sua cidadania. Quanto mais se eleva a auto-estima dos cidadãos, pela via da educação política e consciência cívica, mais forte será a Nação. É com o apoio das ruas que passaremos a limpo a política local, estadual e nacional.
ACUADOS
Um fato inesperado deixa claro que o PT está chegando ao fundo do poço. Vai ser difícil o partido garantir candidaturas majoritárias nas eleições vindouras. No sábado – sem a presença de Dilma – 40 mil pessoas se reuniram na arena da Festa do Peão, em Barretos. De repente após Chitãozinho e Xororó cantarem a música “Nossa Senhora” irrompeu um coro contra Dilma. Logo depois as 40 mil pessoas começaram a gritar “Lula cachaceiro, devolve o meu dinheiro”. Era um público formado por famílias, que expressaram sua indignação. E o mais importante, nem Dilma, nem Lula estavam presentes.
FRACAS POSSIBILIDADES
A cada dia é menor a animação de Lula para disputar a eleição de 2018. O governo fraco (fraquíssimo), a crise econômica, e o festival de corrupção que colocou o PT em frangalhos reduzem drasticamente as possibilidades de Lula se candidatar. E mesmo diante dessa falta de animação, os pupilos de Lula trabalham na organização da sonhada Caravana Nacional, para levar o ex-presidente a todos os cantos do Brasil despejando sua falação habitual.
Alem da dificuldade em se criar efeitos que justifiquem tantas viagens os lulistas têm diante de si outro problema: o PT está de caixa baixo para garantir os custos com jatinhos e deslocamentos em terra. Dinheiro saindo do Instituto Lula? Nanani, nananão!
DINHEIRO A RODO
O presidente do Banco do Brasil, Alexandre Abreu, antecipou quais os próximos setores receberão crédito da instituição, como as cooperativas agrícolas. O BB ampliou de R$ 91 bilhões para R$ 100 bilhões o limite de financiamento para ramos específicos da cadeia produtiva. A injeção de mais dinheiro no mercado é uma estratégia comercial do banco para evitar o crescimento da inadimplência.
TEMOR
Fonte próxima do barbudo senador de Rolim de Moura contou ontem que ele está cada vez mais preocupado com o desfecho das delações premiadas na Lava Jato. A informação de que Fernando Baiano, o operador do PMDB no escândalo está disposto a falar tudo sobre repasses das propinas. Isso pode derrubar o sistema de blindagem onde se fiam políticos de expressão do PMDB que vivem uma calma aparente e podem ser tragados num novo turbilhão.
TARDIAMENTE
A decisão do Ministério Público Federal em Vilhena de denunciar, agora, o ex-prefeito Augusto Plaça, pela prática de atos de improbidade na gestão da prefeitura de Pimenta Bueno entre os anos de 2005 e 2009 é um exemplo que o Judiciário está disposto a passar a limpo as gestões rondonienses.
Plaça antes de ser prefeito foi deputado do PMDB e até líder de governo. Certamente não imaginava que chegar o dia do acerto de contas. Várias outras pessoas, apontadas como beneficiárias de sua gestão municipal estão arroladas na sua via-crucis. Certamente, outros ordenadores de despesas que tergiversaram no passado também irão enfrentar dificuldades semelhantes.
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