NINGUÉM SABE
A dívida dos estados não é um problema apenas para Rondônia. Mesmo assim ainda não se sabe se o filosófico governador rondoniense vai seguir outros mandatários (que palavra!) à Brasília, aonde irão com tudo cobrar a promessa do presidente do Senado, Renan Calheiros (PMDB-AL), de votação na próxima quarta-feira (amanhã) do projeto de lei Complementar 99/2013, que altera as regras de indexação das dívidas dos Estados e municípios.
O governador do Acre, Tião Viana, assim como o prefeito de São Paulo, Fernando Haddad. Do palácio rondoniense não saiu nenhuma informação se esse assunto preocupa o filosófico governador reeleito. Sabe-se que até o governador derrotado nas urnas, no Rio Grande do Sul, Tarso Genro, estará engrossando a caravana.
FPM
Causou alivio nos prefeitos rondonienses a promessa do deputado Henrique Eduardo Alves, presidente da Câmara dos Deputados, a declaração de que “votar o aumento do FPM (Fundo de Participação dos Municipios) é inevitável”. A Proposta de Emenda à Constituição 426/2014, que aumenta em 1% o retorno do FPM, precisa ser aprovada em dois turnos para depois ser promulgada.
DIQUE ROMPIDO
A maré da corrupção em Rondônia não está na vazante. A impressão que se tem é que ela rompeu os diques das práticas republicanas e se espraiou por todos os níveis, aumentando a virulenta contaminação até nos municípios do estado.
Esta semana as luzes da passarela dos espertalhões iluminam a administração (???) pública de Porto Velho que sofre ameaça de impeachment por parte da edilidade de Porto Velho. As denúncias contra o (lamentável) prefeito Mauro Nazif são aparentemente fracas para provocar seu afastamento.
Os vereadores poderiam ter ido mais a fundo, mexendo em questões da limpeza pública; das compras de material de consumo; dos gastos com promoções festeiras (do chamado Centenário) e até mesmo das evidências encontradas pelo TCE para pulverizar editais supostamente direcionados em favor de empresas que ninguém sabe e ninguém viu.
Essa maré letal começou prá valer na década passada quando muitas falcatruas acabaram represadas na Justiça deixando sem julgamento até hoje grandes nomes ligados às máfias do crime organizado para roubar o erário. Até hoje corruptos notórios estão soltos curtindo bem bom custeado com dinheiro público desviado, conforme apurou várias operações do MP e da Polícia Federal.
É PRECISO IR A FUNDO
O governo que acaba de ser reeleito não deve ganhar uma blindagem que sirva à procrastinação do resultado das denúncias de corrupção na gestão que termina, especialmente depois das denúncias premiadas feitas por Batista, o ex-secretário da Saúde, esclarecendo como agia o grupo criminoso. Trata-se de denúncia detalhada que incluiu o próprio governador como conhecedor das ações da quadrilha.
A corrupção é a venalidade que destrói a dignidade dos povos, é o sorvedouro da riqueza das nações, é o escoadouro dos recursos necessários para progresso do estado.
A crença na impunidade e falta de melhor informação do eleitorado rondoniense faz com que boa parte dos figurões de nossa política prossiga na vida pública, mesmo com as mãos pútridas pela participação em casos escabrosos.
E ai, tome notícias como essa, agora, da condenação de Lindomar Garçom por seu envolvimento no escândalo das ambulâncias.
UM POUCO DE HISTÓRIA
A corrupção, como herança do Brasil colônia, está profundamente enraizada no organismo político do Brasil. As elites do mandonismo político que nos governam são herdeiras das elites lusitanas do Brasil colônia. As elites do Brasil colônia não tinham qualquer interesse em trabalhar no sentido melhorar a saúde, a educação e o transporte do povo que trabalha e produz riqueza.
O POVO QUE SE DANE
Certamente Mauro Nazif deverá escapar a fúria da Câmara Municipal que, como é fácil constatar, sempre foi dócil ao Executivo e não deverá mudar se algum emissário aparecer pela Casa de Leis com argumento$ para colocar a edilidade mais uma vez de joelhos diante do prefeito.
Para quem acompanhou a carreira de Mauro Nazif enquanto parlamentar fica a decepção pela maneira como ele vem se comportando como o babalaorixá daquele pedaço.
Está cada vez mais claro que o seu único objetivo de chegar ao Executivo era buscar seu próprio interesse, enriquecendo a qualquer preço seu pequeno grupo, com rapidez, e o povo que se dane.
FALTA DE MOTIVAÇÃO
Podemos afirmar que o eleitor de Porto Velho conseguiu fazer uma pequena faxina na Assembleia, tirando figuras caricatas e com o DNA da corrupção. Gente que deveria ter ajustado contas com a Justiça mas que beneficiando da morosidade dessa instituição, conseguiram disputar o voto do eleitorado.
Graças a uma grande parte do eleitorado essas figuras abjetas foram apeadas da vida pública. Mesmo assim não pense o leitor que a legislatura que começa no próximo ano será tão diferente dessa.
Certamente entre os eleitos para o próximo ano há aqueles não tem nenhuma motivação política, cívica ou social para as reformas que podem comprometer a sua privilegiada situação financeira e que podem abalar sua permanência no poder. Então muitos usarão o cargo em benefício próprio, esquecendo-se do compromisso representativo da população, até o primeiro tropeço descoberto por alguma nova Operação da MP e da PF.
EXEMPLO DE CIMA
Nossos políticos são reflexo daquilo que é recorrente no Brasil. O Congresso Nacional é o mais oneroso do mundo, e o que menos trabalha para a nação. E o povo que paga a conta é o que carrega a mais vergonhosa desigualdade social. O Brasil ostenta a liderança de manter o mais profundo abismo entre pobres e ricos, herança de 300 anos de escravidão. O Brasil só terá cura dessa enfermidade se tivermos um estadista de sólida projeção política.
REFORMA POLÍTICA
Com o anúncio de Dilma Rousseff (PT) de que a reforma política seria a prioridade nesse mandato, o presidente da Câmara, Henrique Eduardo Alves (PMDB), anunciou que a proposta de emenda à Constituição da reforma política será votada nesta semana pela Comissão de Constituição, Justiça e Cidadania. A proposta em questão é a que nasceu de um grupo de trabalho comandado pelo deputado Cândido Vaccarezza (PT) no final do ano passado. De acordo com Alves, o objetivo é aprovar a proposta e depois fazer um referendo. “É importante o povo participar dessa decisão e é mais simples tendo um projeto fácil de entender”, disse.
OPOSIÇÃO
Conheço quase todos os políticos eleitos em outubro. Posso garantir: nenhum deles tem afinidades ou muito gosto com para fazer Oposição. Então caberá a José Hermínio o protagonismo dos embates mais acirrados com a nova gestão de Confúcio. Fazer oposição de verdade é… Muito estressante. A maioria prefere ficar do lado que a vaca deita.
ELE VEM AI
A disputa pela prefeitura em 2016 já começou. Daqui até lá vários nomes irão surgir interessados no espólio que Nazif vai deixar. Um desses nomes é o do senador Odacir Soares, que já foi prefeito da Capital, quando Rondônia era, ainda, território. Ele sabe que precisa se apresentar como uma alternativa a todos os segmentos, do beneficiário do bolsa família ao estudante que sonha com o primeiro emprego. Odacir foi considerado tocador de obras e homem de visão no comando da cidade.
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