FILOSOFANDO
“Não faz sentido olhar para trás e pensar: devia ter feito isso e aquilo, devia ter estado lá. Isso não importa. Vamos inventar o amanhã, e para de nos preocupar com o passado.” Steve Jobs (1955/2011), Empresário norte-americano.
OS PERDEDORES
Tão logo o PMDB tenha anunciado a decisão de ter Williames Pimentel como seu candidato nas eleições municipais da capital rondoniense, a coluna não se furtou em dizer das dificuldades dos peemedebistas para chegar a um resultado positivo, após tantos anos fora da disputa com candidatura própria (a última foi a de Jerônimo Santana) em Porto Velho.
Na verdade o nome de Pimentel surgiu da decisão dos caciques políticos e não da vontade dos peemedebistas autênticos, da militância (ou do que sobrou dela) do partido. O robusto peemedebista nunca demonstrou atributos para personificar uma candidatura majoritária, a começar pela falta de simpatia e de liderança popular na capital. Foi, como se viu, uma candidatura imposta pelos “donos” do partido e não nascida pela vontade da base.
CULPA DE RAUPP
A derrota capaz de enterrar para sempre outros sonhos de aventuras políticas desse burocrata vigorosamente apoiado pelo cacique Valdir Raupp deve ser – por uma questão de justiça – atribuída ao próprio Valdir Raupp e seus acólitos.
A sentença das urnas de domino irá exigir, parafraseando o próprio Williames Pimentel, um esforço de higienização dos “Tycoons” da sigla no estado, especialmente pela contaminação em que se encontro o senador barbudo de Rolim após ser colocado na categoria de mais um réu da Lava Jato.
PRÊMIO
A submissão do peemedebista Williames Pimentel deverá se converter em algum prêmio de consolação. Talvez outro cargo bem remunerado do governo de Confúcio Moura que acabou vestindo a camisa de seu ex-secretário da Saúde de uma forma mais explícita durante a campanha para dar concretude às propostas de uma parceria maior entre município e estado para dar mais garantias de que Pimentel – como gostava de repetir como mantra – pudesse “higienizar” tudo na esfera da prefeitura.
Não se sabe ainda se ele retornar ao antigo cargo ou se Confúcio vai procurar outro espaço para abrigar o companheiro de partido que – se não houver nova alternativa – poderá ser escalado para novo passeio nos palcos eleitorais de 2018. Afinal, o governador não deve aceitar que a derrota de seu pupilo teve sua contribuição e vai racionar que conseguiu eleger um teleguiado que colocou no DER, esquecendo que vitória foi construída por um maracutáia conhecida como Escândalo do Espaço Alternativo.
ALTERNATIVA
A coluna em passado recente sustentou que o resultado da eleição desse ano iria provocar mudanças na formatação do comando partidário das grandes siglas, incluindo o PMDB. E essa possibilidade agora é mais real, diante do fracasso do partido em colégios eleitorais importantes do Estado.
Certamente o poder de Valdir Raupp no comando do PMDB rondoniense vai sofrer questionamentos. E nada impede que outros nomes de relevância na política rondoniense sejam escalados como alternativa para se evitar uma debacle maior do partido nas eleições de 2018 quando o jogo será muito mais importante, uma vez que pelo menos dois cargos majoritários estarão na disputa do estado: o governo e o senado.
Nesse momento tudo leva a crer que não resta alternativa mais consequente do que fortalecer o nome do deputado Maurão de Carvalho, o presidente da Assembléia, dando a ele o comando do partido com a missão de comandar as articulações para fazer o arranjo do jogo no tabuleiro de xadrez da sucessão estadual.
REPETINDO
É claro que todos os “donos” de partidos que andam de olho na disputa do poder estadual sentirão os reflexos da eleição desse ano.
A coluna volta a repetir que a eleição de prefeitos e vereadores em Rondônia vai além da administração dos municípios. Nela, começam a se estruturar os apoios nas eleições para os mandatos executivos e legislativos, federal e estaduais, que ocorrem dois anos depois. Ambas são grandes, e estreitamente ligadas. Não somente no sentido acima mencionado – de construção da rede de alianças municipais que sustentarão as estaduais e a nacional – mas também no contrário, com a população dizendo o que pensa a respeito dos rumos do País.
Aqueles que como Valdir Raupp estão na alvo da Lava Jato, como investigados ou como réus, devem ficar de cabelos em pé, pois a avaliação do eleitorado – afetado pelas derrotas das eleições municipais – poderá ter consequências funestas para todos – e não só para Raupp – que se inebriam todos os dias com o delírio de mandar no governo estadual e dominar o espaço senatorial.
SINALIZAÇÃO
Não sei se os outros analistas políticos do pedaço já conseguem ver outro balizamento com o desfecho eleitoral desse ano.
Para o colunista de ELG, as eleições deste domingo, 2 de outubro, talvez de uma maneira nunca antes vista, sinalizam importantes mudanças na política e nas perspectivas da sociedade rondoniense sobre seu futuro. Coloca no centro das especulações o retorno de Aparício Carvalho à disputa eleitoral, num cenário de deslocamento do antigo cacique tucano, Expedito Júnior, que deixa de ser o nome mais competitivo do partido, especialmente se Hildon Chaves conseguir liquidar a fatura no segundo turno da eleição de Porto Velho.
PREOCUPAÇÃO DO MOMENTO
É claro que todo esse exercício de retórica sobre quem ganha e quem perde, assunto digno de novas abordagens da coluna, colocando no foco também uma possível vitória de Leo Moraes, ainda não é a preocupação do momento.
Agora é o momento de sabermos das propostas, sobre como cada candidato vai enfrentar a deterioração das finanças públicas de Porto Velho, vítima dos muitos ralos por onde andou se esvaindo nos últimos anos e que deve merecer de verdade uma auditoria, uma devassa para se saber quanto dinheiro público foi queimado irresponsavelmente.
VACINA
Ganhe quem ganhar, Hildon Chaves ou Leo Moraes, certamente o governo municipal deverá despertar de sua letargia. É preciso que o eleitor avalie com segurança qual entre os dois candidatos tem a atitude mais corajosa e o discurso mais consistente para fazer a transformação necessária.
É preciso que o vencedor desse segundo turno seja aquele que tenha condições de inocular – parafraseando Michel Temer num recente discurso – na administração da cidade uma vacina capaz de imunizar contra o populismo fiscal.
Vamos ver quais dos dois candidatos conseguirão aprofundar nesse segundo turno o discurso de reformas da gestão municipal, para que ele se torne amplamente compreensível pela população de Porto Velho.
SEMELHANÇAS
Tanto Hildon como Leo Moraes concordaram num ponto em suas pejorações do primeiro turno: É preciso fazer diferente na gestão de Porto Velho de uma vez por todas.
Em suma, agora é ver quem realmente se compromete por fim às sinecuras das gestões anteriores e do período de Mauro Nazif que agiu na verdade demonstrando de forma clara ter perdido o interesse da coletividade, trilhando os mesmos caminhos errados de seus antecessores.
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