Em Linhas Gerais

Pisada na bola; Última tentativa – por Gessi Taborda

FILOSOFANDO

“O Brasil é um asilo de lunáticos onde os pacientes assumiram o controle”. Paulo Francis (1930/1997), jornalista, escritor e crítico teatral brasileiro.

EFEITO IMEDIATO

Bem, e como não poderia deixar de ser, Lula foi empossado como o ministro (a posse está suspensa por liminar concedida pelo Juiz Federal Itagiba Catta Preta Neto, do DF) mais importante do PT.

A decisão do juiz impede que Lula assuma o cargo no Executivo e ganhe o privilégio de foro. Ainda cabe recurso, mas, por enquanto, o despacho impede que investigações contra o ex-presidente na Lava Jato saiam das mãos do juiz Sérgio Moro e sejam conduzidas pelo Supremo Tribunal Federal (STF).

TIPO PUTEIRO

Diante desse fato a coluna transcreve texto de Ruy Castro, publicado na Folha de São Paulo, aclarando um pouco mais o perfil do novo Ministro.

“Lula transferiu a Presidência para o mictório do botequim. Em 2004, ao ouvir de um assessor que a Constituição o proibia de expulsar um jornalista estrangeiro, ejaculou, “Foda-se a Constituição!”. Está “de saco cheio” quanto a perguntas sobre “a porra” do seu tríplex que não é dele. A história do pedalinho é uma “sacanagem homérica”. “Ninguém nasce com o ‘Eu sou um filho-da-puta carimbado na testa”. E eles que “enfiem no cu tudo o processo”. O estilo é o homem. Perdão, leitores.

TEMPESTADE PERFEITA

O aparente clima de tranquilidade em que a vida vai sendo tocada aqui em Rondônia não apaga o drama de todos nós, brasileiros, diante da situação mais grave já registrada no Brasil em seu período republicano. Estamos diante de uma tempestade perfeita, provocada pela “orcrim” no comando do governo brasileiro.

Em outras circunstâncias, poderíamos afirmar que o Brasil nunca esteve tão perto de vivenciar uma guerra civil como agora. Dilma não pode continuar à frente do governo brasileiro. Ela deveria reconhecer que o povo não aguenta mais o governo petista e deveria, pelo bem do país, deveria renunciar.

Nomear Lula após os milhões de brasileiros terem ido para as ruas pedir cadeia para o ex-presidente é dar um tapa na cara da população brasileira.

RESISTÊNCIA

Os políticos precisam compreender as mudanças verificadas em meio à postura dos brasileiros, cada vez mais dispostos a resistir. O povo voltou às ruas ontem por iniciativa própria, de forma espontânea, dando vida ao mote do hino nacional de que não fugirá à luta para livrar o país de Dilma et caterva. Certamente as manifestações continuarão hoje e podem inclusive ficar ainda maiores se não se encontrar uma solução política ou judicial para impedir que Lula coopte de novo os podres poderes da República para garantir sua blindagem.

MAL-ESTAR

A suspensão da posse de Lula por uma liminar de um Juiz Federal de Brasília não é suficiente para acalmar os nervos dos manifestantes contrários à nomeação do ex-presidente.

Ora, é mais do que compreensível o mal-estar dos cidadãos que está atingindo novos patamares com as revelações que são conhecidas diariamente.

O rastro da corrupção que colocou na lona a maior empresa do Brasil, a Petrobras, chega todo o país, inclusive a Rondônia, onde revelações são conhecidas diariamente comprovando que esse método se multiplicou, chegando até aos pequenos municípios.

ÚLTIMA TENTATIVA

A entrada de Lula no Governo é a última tentativa de sobrevivência de Dilma. Lula sem dúvida é politicamente mais competente do que ela e qualquer dos seus ministros. Pode fazer algumas indicações interessantes – uma boa aposta seria Henrique Meirelles, que foi seu presidente do Banco Central, para o Ministério da Fazenda – isso se ele estiver disposto a aceitar as teses de Meirelles, que não assumirá pasta nenhuma para perder sua reputação.

PODE PIORAR

Salvo um evento extraordinário, o que veremos no período é o agravamento da crise política a partir de novas delações, mas sem uma definição clara do fim do governo. Até mesmo pelo fato de as crises – econômica e política – e as investigações da Lava Jato e da operação Zelotes ter tempos distintos e dinâmicas próprias.

DESCONTENTAMENTO

Os políticos não deveriam ignorar a indignação popular diante desse quadro de total deterioração da ética e dos bons costumes no governo e nas instituições representativas. É lamentável verificar essa resistência de partidos e lideranças políticos em rechaçar práticas mais republicanas e depurações de seus quadros, sem levar em conta a manifestação de milhares de pessoas ocorridas no último dia 13.

PISADA NA BOLA

Assim, não tem cabimento a um partido do tamanho do PMDB festejar, por exemplo, a adesão de nomes como o do deputado Jean de Oliveira, filho de um ex-parlamentar condenado à prisão após ser investigado como chefe de quadrilha, tendo ele próprio (embora ainda noviço no parlamento) de responder a processos e inquéritos por práticas também antirepublicanas, como seguidor dos exemplos negativos da própria família.

CONSCIENTES

Os partidos devem ser conscientes do imenso desafio institucional e econômico que o país e também o nosso querido estado de Rondônia enfrenta, renunciando à tentação do curtoprazismo tático.

Ao atrair políticos como Jean Oliveira para o PMDB rondoniense, o cacique maior da sigla, senador Valdir Raupp, acaba contribuindo para a criminalização da política, uma via que precisa ser abandonada especialmente num estado onde os parâmetros se lastreiam em nomes de políticos com hábitos nada edificantes e, como o próprio Raupp, que estão no crivo de investigações de e ações judiciais de combate à corrupção.

BOMBÁSTICAS

Uma fonte sempre bem informada garantiu ontem à coluna que está em curso mais uma operação dos homens de preto capaz de chegar a nomes não só da política no estado, mas também a empreiteiros locais por suas ligações altamente comprometedoras com o governo e prefeituras onde obras suspeitas estavam contratadas e em curso.

SEM EMPOLGAR

Até o momento nenhum nome ventilado como provável candidato a corrida pela prefeitura de Porto Velho empolga o eleitorado da capital. Acontece que o povo quer governos (em qualquer nível) mais éticos, democráticos e justos. E aqueles que se dizem pré-candidatos não se posicionam nesses termos, não demonstram em que serão diferentes, por exemplo, do atual prefeito Mauro Nazif. Agem diante do eleitorado como se estivéssemos aqui em Rondônia no melhor dos mundos.

 

 

 

Taborda

 

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