FILOSOFANDO
“A única coisa que vale a pena é fixar o olhar com mais atenção no presente; o futuro chegará sozinho, inesperadamente. É tolo quem pensa no futuro antes de pensar no presente”. Nicolai Gogol (1809/1852), foi um escritor russo.
FÉRIAS
Caros(as) Leitores(as): a partir de hoje o jornalista entra de férias aqui no Alto Madeira. Isso vale dizer que a Coluna em Linhas Gerais só voltará a ser publicada em 26 de julho de 2016. Nesse período o jornalista Gessi Taborda, acompanhado da mulher, a dra. Conceição, estará recuperando as energias nas praias do nordeste, visitando Sergipe e Alagoas. Obrigado a todos e até a volta.
ECUMÊNICA
A corrupção na política brasileira não é ecumênica. Chamá-la assim é usar indevidamente um termo que tem um significado religioso e positivo. Mas podemos chama-la de ubíqua, porque ela realmente se espalha em todos os partidos, está presente em todos eles, sempre esteve. Ela decorre da formação patrimonialista da elite política brasileira, resumida na frase atribuída a Benedito Valadares: “aos amigos tudo, aos inimigos a lei”.
RISCO GONÇALVES
Pouca coisa se falou sobre a situação de crise em que se debate o grupo Gonçalves, até recentemente uma empresa orgulho de Rondônia no segmento de supermercados. Apenas uns poucos veículos da mídia digital rondoniense deram a notícia de que o Gonçalves requereu a recuperação judicial, na semana que passou, para evitar a falência. O fato aconteceu concomitantemente com a notícia do maior pedido desse “alívio” na área do judiciário, pela OI, empresa com uma dívida astronômica. Certamente isso contribuiu para a baixa repercussão da crise anunciada, capaz de levar à lona a maior rede rondoniense do varejo.
ALÉM DA GESTÃO
A falta de um veículo especializado em divulgar e retratar a real situação da economia rondoniense dificulta para a grande maioria a compreensão do que anda realmente acontecendo por aqui. O drama em que está vivendo o Grupo Gonçalves vai muito além de uma dificuldade de gestão, como opinam especialistas na análise do cenário econômico.
E por isso acaba servindo para demonstrar mais uma vez o alheamento da classe política local diante dos sinais de perigo existentes na política pública para o estímulo do crescimento sustentável da economia rondoniense.
UFANISMO INJUSTIFICÁVEL
Enquanto o Grupo Gonçalves espera conseguir “um fôlego” no Judiciário, com a recuperação judicial, no meio político, deputados e governo estiveram reunidos ontem, terça feira, no primeiro encontro oficial do novo líder de Confúcio na Assembleia, o deputado Laerte Gomes, do PSDB.
E o parlamentar tucano saiu de lá dando declarações altamente ufanistas. Para Laerte “Rondônia atravessa um momento econômico diferente da maioria dos demais Estados, exatamente por existir uma harmonia entre os Poderes, que contribui para um cenário político e administrativo favoráveis”, completou Laerte.
É claro que a harmonia entre os poderes é fundamental, tanto que é uma exigência constitucional. Achar que só isso é suficiente para manter as finanças e o cenário econômico favorável ao desenvolvimento estadual é pura bobagem.
O BURACO É MAIS EMBAIXO
Recentemente o próprio governo emitiu opinião completamente diversa, quando afirmou que o estado rondoniense está vivendo na zona prudencial para não romper o equilíbrio orçamentário, especialmente no custo da folha de pagamentos dos servidores.
Inegável também o crescimento desmedido das despesas rondonienses, inclusive para sustentar um legislativo cada vez e um judiciário cada vez mais caros. Como acreditar que tudo corre às mil maravilhas se o estado de Rondônia continua com a baixa geração de receita própria. E, depois de quase oito anos da gestão Confúcio o estado continua sem industrialização, sem agregar mais valores aos produtos componentes de seu PIB, sem gerar novos e empregos formais.
DEVER DE CASA
Como o governo ainda resiste a fazer o dever de casa, reduzindo despesas e buscando a eficiência, o ajuste que se vê é o endividamento forçado junto aos fornecedores que sofrem uma espécie de moratória maior pelos pagamentos atrasados.
A isso se some também a resistência constante do resgate do enorme volume de precatórios, colocando em segundo plano as exigências dos órgãos do Judiciário para que os precatórios se tornem uma prioridade.
CRISE ESTRUTURAL
O deputado Laerte certamente não vai conseguir apresentar dados desmentindo que estamos no limiar do aprofundamento da crise estrutural. E enquanto mais tempo levar o governo para fazer os ajustes necessários, como reduzir ao máximo o volume de servidores comissionados (que oneram prá valer a folha), o volume da renúncia fiscal e todos os desperdícios em projetos de retorno duvidoso para o bem estar da população, como é o caso do superfaturado “Espaço Alternativo”, algo concebido exatamente pela falta de planejamento que se tornou praxe no governo.
ATROPELADO
No caso do Grupo Gonçalves, o empreendimento foi atropelado pela crise econômica, determinante da redução de negócios e da perda de faturamento. O futuro desse grupo é sombrio. Se não sair da zona de sufoco, a situação de desemprego em Rondônia vai piorar.
A recuperação judicial é o melhor caminho para a recuperação da empresa em estado pré-falimentar. Mas não é fácil sair da situação de queda econômica e administrativa. Os casos de sucesso são pouquíssimos — estima-se que apenas uma em cada 100 empresas saia viva e saudável de uma recuperação judicial. E as histórias de brigas, rolos e fraudes são muito mais comuns do que se suspeita.
E BATE O BUMBO
É para ficar embatucado. Brito do Incra nem bem assumiu a chefia do órgão em Rondônia e já ficou mais importante do starlet do rock. Ganhou manchete da última página do jornal Correio do Interior, edição que fica nas bancas até o 1º julho por ter visitado o despachante Olímpio na cidade de Pimenta Bueno. A presença do homem forte do Incra provocou uma enorme emoção no despachante. Coisas do mundaréu!
ENCALACRADOS
Há um cheiro putrefato na política brasileira. E a carniça pode aumentar ainda mais com o aprofundamento das investigações decorridas da Lava Jato.Entre os deputados federais, de acordo com o índice, os que são citados judicialmente representam 53,2% da Casa. São 273, contra 240 que não possuem ocorrência em tribunais. Entre os senadores o número é ainda maior: 55,6%, ou 45 dos 81 parlamentares daquela Casa, enquanto 36 escapam ilesos ao escrutínio.
PERGUNTA
Até quando o Brasil vai aguentar ser saqueado? Depois de décadas e décadas sendo corroído por estes caciques da corrupção, de todos os partidos aqui estabelecidos, verdadeiras fabricas de ladrões, o nosso país mesmo doente ainda está de pé, mas até quando? Se continuar assim?
Bom lembrar que há um silêncio ensurdecedor diante do que acontece aqui mesmo, em Porto Velho, na Câmara Municipal. Afinal, os órgãos de controle externo estão de braços cruzados ou já investigam toda essa trama de banco particular para empréstimos consignados a servidores daquela e todo o gasto estupendo denunciado pela mídia com liberação de diárias, aumentos nebulosos de estipêndios de vereadores, etc, etc?
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