Em Linhas Gerais

Para não ser farinha do mesmo saco Laerte Gomes demite centenas de comissionados da ALE/RO – Por Gessi Taborda

FILOSOFANDO

“Não há clamor mais pungente que o estridente grito por justiça, nem seres humanos mais intolerantes que aqueles que não querem escutar”.  MARTIN BALAREZO GARCIA, escritor peruano, nascido em Lima em 1961 e morador, atualmente, de Palm Beach, na Flórida, Estados Unidos.

 

EDITORIALZIM

Não sei o leitor mas este velho jornalista não consegue lembrar de nenhuma empresa do governo capaz de ter um selo de confiança.

Há, isso sim, aquelas que não merecem credibilidade alguma e seria melhor para todos se fossem extintas. Esse é o caso da Caerd, a Companhia de Águas e Esgotos de Rondônia.  

Quantos anos essa estatal engana a população de Rondônia? Praticamente desde sua criação. Ele sempre fracassou na sua principal responsabilidade: cuidar do saneamento do estado, levando o serviço de água e esgoto a todos os cidadãos rondonienses.

Aliás, o que andou fazendo a Caerd pelo estado ao longo das décadas em que existe servindo de cabide de empregos e moeda de troca política? Enriqueceu alguns de seus diretores, inclusive os ligados ao sindicalismo…

Nunca conseguiu atingir o fornecimento de 100 por cento de água tratada para população e praticamente não chegou a fornecer nem 5 por cento de esgoto tratado para as famílias do estado. Até hoje, o serviço prestado por essa estatal é de péssima qualidade, é uma vergonha.

E na questão da transparência a Caerd continua merecendo a reprovação da sociedade. Se alguém tiver tentado descobrir dados sobre a receita e despesa dessa estatal através de seu portal na internet acabou se frustrando.

Não, não há nenhuma informação relevante, nem mesmo sobre a composição de sua diretoria. Impossível saber qualquer coisa sobre eventuais ou prometidos investimentos ou até mesmo sobre os altos salários pagos aos que estão nos cargos mais importantes. Em outras palavras: não há qualquer transparência e nem sinal de que alguma coisa poderá melhorar naquela empresa.

A coluna cansou de denunciar a ineficiência dessa estatal e foi muito além: denunciou também as mordomias custeadas com o dinheiro público para membros de sua cúpula escolhida por critérios meramente políticos e eleitorais na sua tumultuada trajetória. Principalmente quando um petista conhecido como Wilson foi colocado lá como um feitor apoiado pelo sindicato.

Enfim, esse cancro estatal poderia ser extirpado, parando de gerar prejuízos para o tesouro do estado.

Primeiro chegou a se falar na sua privatização quando o governo passado anunciou sua liquidação.

Hoje o que se constata é que tudo não passou de conversa fiada de políticos. A estatal está ai moendo dinheiro público para seus marajás. Nada mudou…

Um novo sinal de que finalmente a vergonhosa estatal sofreria mudanças de verdade veio com a denúncia de antigos diretores na prática de corrupção. Seria notícia favorável se o processo tivesse andado contra uma ex-presidente aliada de Confúcio.

É, mas não andou! A mulher como tantas outras indicadas por políticos continua flanando por ai, leve e solta, em uma urbe interiorana, pronta para disputar a eleição desse ano…

Não é preciso ser oráculo de nada para compreender que a mesma incompetência dessa Caerd em cumprir o seu papel institucional estendeu-se para o próprio governo em seu compromisso de privatizar a Companhia, desqualificada para cumprir com sua responsabilidade no segmento do saneamento básico.

É claro que a Caerd não tem credibilidade alguma para atrair os investimentos necessários à ampliação dos serviços  de captação, tratamento e distribuição de água no volume da demanda do estado e, isso é o pior, muito menos na coleta e tratamento de esgotos.

Em anos recentes alguns dirigentes públicos fizeram promessas absolutamente delirantes de implantar 100 por cento de esgotos em cidades como Porto Velho.

Alguns desses irresponsáveis acostumados a mentir ao povo acabaram suas carreiras políticas envoltos na dinâmica da corrupção. Todavia, como dissemos acima, os praticantes de corrupção interna, no feudo da Caerd, ainda estão por ai, flanando, vivendo a “dolce vita” com o dinheiro esbulhado nas negociatas denunciadas pelo MP.

O povo tem toda razão em não confiar na Caerd.

O povo espera e tem pressa em ver o desfecho das denúncias feitas pelo MP contra dirigentes dessa estatal que continuam vivendo como bem sucedidos enquanto a Caerd agoniza.

Já passou da hora de se punir aqueles que no comando dessas empresas públicas seguiram com as velhas práticas cometendo os mesmos erros que mantém o estado de Rondônia na vergonhosa posição de ser um dos mais atrasados quando o assunto é saneamento básico.

O judiciário deve deixar claro, punindo quem defraudou na Caerd, que não há mais lugar para ladrões nas instituições do Estado.

 

FILHA

A atriz Gabriela Duarte — da TV Globo — é a nova garota-propaganda do Arroz Cristal, produto da Cristal Alimentos, em substituição a Regina Duarte. O contrato foi fechado depois que a mãe de Gabriela Duarte, Regina Duarte, aceitou o convite para ser secretária da Cultura do governo do presidente Jair Bolsonaro.

REPETECO

O presidente da Assembleia Legislativa de Rondônia, deputado Laerte Gomes, parece estar disposto a consertar erros que vinha cometendo no primeiro ano de seu comando frente a atual legislatura do parlamento rondoniense.

De alguma forma o atual presidente vinha repetindo os piores antecessores no comando da Casa, principalmente mantendo mordomias para seus pares e se comportando como alguém apenas disposto a chancelar a farra praticada no segmento da contratação de servidores comissionados.

Exatamente por deixar correr frouxo o sistema de degringolamento do passado; responsável pela prisão de ex-presidentes da Casa e vários outros deputados; Laerte Gomes sentiu o gostinho de uma Operação Policial determinada pelo MP que visitou a suntuosíssima sede da Assembleia, incluindo o gabinete do presidente.

Uma das motivações para a operação policial foi, como se comentou, o repeteco do antigo costume de inchar a folha de pagamento da instituição com as contratações políticas e sem concurso público além de outros atos depreciativos da ética parlamentar e de desvios de recursos, ou seja, tudo com a mesma consistência dos escândalos passado, quando a Assembleia tornou-se alvo constante das ações da Polícia Federal.

NOVA PAUTA

O presidente Laerte Gomes parece ter voltado do recesso com a disposição de encaminhar pautas novas positivas para a instituição que representa.

Parece ter ouvido os alertas da mídia responsável. Sem mordaça, essa pequena parcela da mídia andou fazendo críticas mais consistentes ao modus operandi da mesa diretora da Assembleia, mostrando seu poder de atrair desgastes da opinião pública ao ressaltar a forma negativa dos parlamentares em tocar o dia a dia da Casa.

O Diário Oficial da Assembleia publicou nesse princípio de março atos de exoneração de centenas de servidores comissionados. As vagas deixada por aqueles que por anos estiveram na folha de pagamento da Casa serão preenchidas por servidores aprovados em concurso público. Pelo menos é o que diz Laerte Gomes.

INTELLIGENTSIA

Se houver alguma “intelligentsia” por trás dessa corajosa decisão do presidente da Assembleia outras ações moralizadoras devem acontecer nessa gestão de Laerte.

É preciso acabar com o a distribuição ilimitada de benesses para deputados que chegaram a viajar para o exterior (Estados Unidos) com despesas pagas e recebendo diárias em dólares.

Ora, o que um deputado estadual tem para fazer nos Estados Unidos? Turismo? Ah, sim. Que faça isso com seu dinheiro e não com o contribuinte arcando com as despesas.

Também não há justificativas para a Assembleia bancar a revoada de seus deputados a uma exposição agropecuária no Rio Grande do Sul.

Certamente o deputado Laerte Gomes não é bobo. Não deve querer repetir seus desastrados antecessores que acabaram passando uma temporada na cadeia.

 

ÁULICOS

Não é anormal ficar cercado de áulicos quando se assume um Poder do tamanho do legislativo estadual. E isso sempre aconteceu na Assembleia onde a mídia em peso sempre conseguiu colocar seus aríetes.

E assim, o Departamento de Imprensa da Casa sempre foi um ninho para os indicados dos donos das empresas de mídia. Aliás, essa realidade não se continha só nesse departamento. Fez-se presente também nos gabinetes parlamentares e, claro, da presidência.

Os presidentes anteriores acabaram no fundo do poço após escutar aos áulicos e fazer ouvidos moucos para as mudanças de percurso sugeridas por quem não estava na sua órbita no poder.

Já existe todo tipo de murmúrio sobre a recontratação dos exonerados no princípio desse mês. Agora é esperar e ver se Laerte Gomes não é farinha do mesmo saco de seus antecessores.

DESCONHECIDO

Para substituir Etelvina da Costa Rocha que pediu demissão do cargo de Secretária de Justiça do estado, o governador rondoniense, Marcos Rocha, nomeou Marcus Castelo Branco Alves como novo titular da pasta. O novo secretário é desconhecido em Rondônia mas o governador considerou que ele vem com credenciais do Depen, onde exerceu o cargo de coordenador de Alternativas Penais.

TRUQUE

Até agora não passa de truque de madame a informação dada recentemente pelo deputado sobre a retirada de Rondônia da distribuidora de energia elétrica, a Energisa. O deputado, presidente da CPI da Energisa que funcionou na Assembleia Legislativa fez essa declaração mas, como se tivesse pronto a tirar o seu da reta, explicou que “a saída da Energisa do Estado” só pode acontecer se o governo Marcos Rocha der apoio à ideia.

Puxando brasa para sua sardinha, o deputado garantiu que foi graças à CPI que “a Energisa não aumentou suas tarifas”. Certamente o deputado já está pensando em segurar essa bandeira quando for renovar o seu mandato.

ABRA O OLHO

A Receita Federal identificou uma nova modalidade de golpe aplicado com uso do nome da Instituição. Trata-se de notificação postal falsa por meio da qual se exige pagamento de um suposto Imposto Verificador de Score Concretizado.

O GOLPE

A falsa carta indica que o contribuinte estaria com uma pendência em seu CPF e que, para regularizar a situação, precisaria quitar o chamado Imposto Verificador de Score Concretizado, tributo inexistente. A mensagem atinge principalmente pessoas interessadas em aumentar a pontuação em “cadastros de bons pagadores”.

Na tentativa de dar ilusão de veracidade ao documento, os golpistas utilizam indevidamente o logotipo da Receita Federal e o nome de um auditor-fiscal, cuja assinatura é falsificada.

CORONAVIRUS

Palavra que virou motivo de debate por parte de todos desde o início do ano, após o aumento substancial no número de casos na China. Agora a nova mutação da doença está literalmente próxima, fato corroborado com a confirmação do primeiro paciente infectado com o novo vírus. Apesar disso, é perceptível que a pior parte sobre este assunto é a falta de informações, fato que está ocorrendo no Brasil e que acabou transformando tal situação em motivo de desespero.

O primeiro deputado a colocar na pauta da Assembleia de Rondônia essa assunto foi Cireno Deiró, falando sobre a necessidade do governo Marcos Rocha ampliar o plano de ação para o enfrentamento da doença. Parece até piada, pois ninguém sabia que o governo tinha, como disse o deputado, “um plano” a prevenção enfrentamento do coronavirus.

SIMPLES

Mas a prevenção é simples e já funciona contra outras doenças. Manter a higiene e evitar viagens para os países com maior incidência de casos já são soluções mínimas que ajudam a não espalhar a doença pelos quatro cantos.

ANO ELEITORAL

Não há melhor momento para enfrentarmos os grandes debates sobre o nosso futuro. E outro futuro é possível. Tomemos como exemplo apenas três eixos, que indicam que vale a pena construir um destino comum, em que se perceba que a vida coletiva é um bem valiosíssimo. Devemos implementar reformas não para o cidadão, mas com o cidadão.

Nesse momento em que prevalece uma agenda negativa herdada das gestões anteriores, lastreadas nas negociatas e corrupção, é conveniente discutirmos o futuro em que as propostas de reconstrução da capital de Rondônia tenham avanço na sustentabilidade.

CARTÃO POSTAL

Agora com as finanças equilibradas haverá todas as condições para vermos a cidade transformada num cartão postal, com realizações que possam atrair turistas de todo o Brasil, aproveitando-se o nosso potencial econômico dado pela natureza exuberante da Amazônia e nossa localização geográfica privilegiada.

A cidade está preparada para ter finalmente a despoluição de seus igarapés, a coleta seletiva de resíduos aproveitada de maneira econômica criando renda para catadores organizados em cooperativa. Também poderá buscar soluções definitivas para os problemas das enchentes, investindo num radical sistema de coleta de águas pluviais, Tudo isso deve ser debatido a partir de agora para que a cidade não caia mais uma vez na mão da politicagem de antigamente.

FALTA SERIEDADE

Apesar de ser um país que passa por problemas de toda ordem e que não param de incomodar e decepcionar os brasileiros, como o desemprego, a violência, a concentração de renda, as injustiças sociais, o transporte público deficiente e a corrupção desenfreada, entre outros, o potencial econômico do Brasil ainda permite que ele tenha condições de figurar entre as dez maiores forças econômicas do mundo.

O que falta é mais seriedade e deixar o jogo do faz de conta de lado, buscando-se mudanças reais através da educação e do ensino profissionalizante. Sem isso, o caminho para frear o desemprego sempre será difícil demais para ser contornado.

EDUCAÇÃO

O que falta é criar mais oportunidades e perspectivas de desenvolvimento para a camada mais jovem da população. Não há como negar que a juventude hoje vê a escola pública como algo desinteressante nas mãos de políticos descompromissados e despreparados. O ensino público está cada vez mais defasado e a maioria da mocidade, infelizmente, não tem a educação que deveria ter. Por isso mesmo, não são poucos aqueles que são obrigados a pagar uma escola particular para obter um conhecimento melhor. O fato é que deveria existir uma educação de qualidade que pudesse gerar esperanças e oportunidades para todos. A escola deveria ser um lugar especial, sem a violência dos alunos, um lugar transformador e formador de opiniões. Infelizmente, porém, o Brasil sempre acaba acolhendo tudo aquilo que não funciona, daí estar ocupando a rabeira todas as atividades profissionais.

AUTOR: GESSI TABORDA –  JORNALISTA –  COLUNA EM LINHAS GERAIS

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