As menores teriam morrido após uma suposta operação militar contra a guerrilha EPP (Exército do Povo Paraguaio), em Yby Yaú, em Concepción
O Alto Comissionado da ONU para os Direitos Humanos recomendou que o Paraguai investigue a operação militar contra a guerrilha EPP (Exército do Povo Paraguaio), que terminou com a morte de duas meninas de 11 anos. A ação aconteceu no norte do país, em Yby Yaú, no departamento de Concepción.
Na última quarta-feira (2), militares e policiais entraram em confronto com o grupo rebelde cerca de 370 quilômetros de Assunção, capital do país. Após o combate, o governo informou que duas menores morreram, sem apresentar maiores detalhes.
No entanto, no último sábado (5), foi realizada a exumação dos corpos das menores para indentificação. E o médico legista confirmou que as duas possuiam ferimentos a bala.
Jan Jarab, representante da ONU para os Direitos Humanos na América do Sul, pediu ao governo do presidente Mario Abdo, que investigue “sem demora e com imparcialidade” a ocasião das mortes, já que seu gabinete havia recebido informações de uma tentativa de manipulação dos fatos.
O Ministério das Relações Exteriores do Paraguai disse que o procedimento foi autorizado e acompanhado por representantes do judiciário, e ainda, que as investigações foram “imparciais e independentes”.
A operação da Força-Tarefa Conjunta do Paraguai (FTC) desencadeou críticas de opositores ao governo de Abdo, que o acusaram em um comunicado de “correr para enterrar os corpos dessas meninas, sem ao menos terem sido identificadas”.
Segundo a Associação Argentina de Advogados e Advogadas, as menores eram sobrinhas da dirigentes do EPP Carmen Villalba, presa atualmente em Assunção. Segundo a entidade, as duas teriam ido visitar parentes.
O Itamaraty também pediu que o governo de Assunção esclareça e identifique os responsáveis pelas mortes das meninas, de cidadania argentina. Contudo, o governo do Paraguai alega que as duas eram paraguaias.
A Unicef no Paraguai também emitiu uma nota lamentando a morte das menores. A entidade também condenou a exposição de menores à violência e pediu que o país continue fazendo os esforços necessários para proteger e priorizar a segurança, e garantir os direitos da criança e do adolescente.
FONTE: REUTERS
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