PARA REFLETIR
A inteligência verdadeira, que não é pose, faz as pessoas entenderam que os indivíduos passam, os poderosos são tragados pela história, mas as ideias, quando relevantes, arejadas e sólidas de fato, ficam, reverberam e contaminam, positivamente, o ambiente.
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ALENTO INTERIORANO
Aproveitei esses dias de descanso para recarregar as baterias de quem, como eu, sente cada vez mais o peso da idade e das lutas travadas. Valeu ver o cenário de um interior aonde não ia há muito tempo. Aquele sertão rondoniense da região de Cerejeiras renovou as esperanças de que, apesar dos péssimos governantes, temos certamente assegurado um lugar de destaque na economia do país, graças aos nossos conterrâneos sucessores dos chamados bravos pioneiros.
O mapa rural daquela região cobre-se em todo a sua imensidão com a plantação do soja e de outros ingredientes do grupo das commodities que ainda dão ao Brasil fôlego na sua balança do comércio internacional.
GOLEADA
Cerejeiras está longe de ser a cidade ideal naquela visão bucólica inerente ao mapa interiorano. A cidade sofre com ruas esburacadas numa clara demonstração da inexistência de planejamento das ações públicas no seu contexto urbano. E nem por isso a cidade sofre o caos que faz parte do cotidiano da capital, Porto Velho.
Podem acreditar: o prefeito cerejeirense é muito superior, em termos de qualidade, ao burgomestre de Porto Velho. As praças da pequena cidade, especialmente a da Bíblia, dão de goleada nos muquifos existentes em Porto Velho: inapropriadamente chamados de praças públicas.
PIOR DO ESTADO
Limpas, ajardinadas, arborizadas, equipadas com áreas de exercícios e ginásticas para a população, têm até os prosaicos bancos que não existem nas praças da capital. E (pasmem!) têm a figura (visível) do zelador do patrimônio público e até de sua limpeza. Se Mauro for visitar a região certamente sairá de lá envergonhado ao ter de aceitar, finalmente, sua incompetência de gestão que faz dele um dos piores prefeitos do estado.
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CENSURA
O aviso de que o site “tudorondônia.com” está sob censura determinada por decisão judicial foi retirado de sua capa. Isso não significa o fim da censura. Ela permanece, impedindo o site noticioso de informar qualquer detalhe sobre essa “violência constitucional” às milhares de pessoas que o acessam diariamente. Segundo se informa, o pedido de liminar para derrubar a decisão de um juíza de 1ª instância deve ser apresentada ainda hoje ao tribunal de justiça.
CALADOS
Não surpreendeu a falta de repercussão desse fato (um perigo para a democracia e a liberdade de expressão, informação e opinião) nas redes sociais, especialmente no jornalismo eletrônico do estado. Afinal, parte da nossa imprensa não vê a ora de ir paparicar em rega-bofes políticos com expressão de poder, mesmo quando investigados na Lava Jato, onde se esbaldam revelando o tamanho de sua servilidade, de seu provincianismo e de sua capacidade aduladora na constante espera dos caraminguás dados por quem se banqueteia no grande festival dos pixulecos da política local.
SINJOR
E por falar nisso tudo, por onde anda o Sinjor, completamente mudo nessa questão. Junte-se a esse silencia OAB-RO que deve ter esquecido a importância de se lutar, sempre, contra qualquer tipo de censura, sobretudo quando a iniciativa tem a chancela da toga.
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O QUE DIZER
Confesso não ter mais o vigor de quando comecei a carreira. Mas ainda devo continuar um pouco mais, inspirado em exemplos de decanos como o editor do Alto Madeira, que se aproxima dos 100 anos com a mesma determinação com que fez jornalismo nos anos de chumbo.
Ele certamente deve ter dito a Rubens Coutinho – quando este aprendia as agruras da profissão no AM – que que é preciso ter coragem para enfrentar as adversidades, sangue frio para superar as intempéries políticas e inteligência para entender o que é a história. Quem pensa exclusivamente no presente, ao modo das crianças, não consegue perceber que os poderosos do momento passam e que o jornal continua.
A PEDRA NO CAMINHO
O ano é eleitoral. Em grande parte das capitais os pré-candidatos são conhecidos da opinião pública, estão participando de debates nos meios de comunicação e acelerando as negociações em torno das alianças. Em Porto Velho a situação é muito diferente. O quadro dos concorrentes não está definido. Os pré-candidatos ainda não agem com firmeza.
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SÓ PROMESSAS
Mas em relação ao prefeito a conversa é outra. Ninguém duvida de sua determinação na briga para conseguir um novo mandato. E de quem gravita em torno desse seu projeto ouve-se afirmações estranhas, afastando a ideia de que “a novela dos novos ônibus anunciados” para entrar em ação substituindo o antigo consórcio não é “a pedra no caminho” desse sem a realização das maiorias das promessas feitas na campanha passada.
SEM SIMANCOL
Nazif está conseguindo provar ser um político mequetrefe e não o articulador competente imaginado pelos seus esbirros. A guerra registrada no domingo, dia 10, à frente da garagem do novo consórcio contratado pelo prefeito para tocar o transporte mostra, claramente, que ainda falta simancol para o prefeito.
Ele não precisava ter escolhido esse caminho para fazer aquilo que o povo sempre quis: o fim do monopólio e do serviço de baixíssima qualidade do transporte coletivo. Poderia ter seguido o rito legal e constitucional de abrir uma concorrência de verdade, contratando empresas expertises na prestação desse serviço.
TREMENDA ILUSÃO
Nessa altura do campeonato, a impressão mais clara e de que o prefeito imaginou que tudo se resolveria com uma solução mágica, como uma panaceia. A solução não chegou em nenhum momento em que oi anunciada e nem afastou o forte cheiro de suposta corrupção nesse negociata tão prejudicial ao povo. Tudo isso pode ser fatal para um prefeito que ao longo de sua vida pública tentou se apresentar como exemplo de pureza, de inimigo da corrupção.
É ilusão acreditar que diante da estéril gestão em termos de melhorar a cidade nos seus mais diversos aspectos e das muitas denúncias de má gestão e de gastos inexplicáveis com coisas simplórias como a decoração natalina, entre tantas outras, o prefeito chega agora no momento da disputa com o mesmo capital político de que dispunha ao tempo em que foi somente parlamentar.
Em Linhas Gerais
Gessi Taborda – [email protected]
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