Em Linhas Gerais

O “prefeito da esperança” precisa desmobilizar seu exército brancaleone – por Gessi Taborda

FILOSOFANDO

Pensar é o trabalho mais difícil que existe, e esta provavelmente a razão por que tão poucos se dedicam a ele.HENRY FORD (1863/1947), empreendedor e inventor americano, fundador da Ford Motor Company.

O GENERAL FALOU

Na cerimônia em que o juiz Sérgio Moro foi condecorado com a Ordem do Mérito Militar, o comandante do Exército, Eduardo Villas Bôas, falou que o país passa por “aguda crise moral, expressa em incontáveis escândalos de corrupção, nos compromete o futuro”, que ainda criticou a sobreposição de “lutas por interesses pessoais e corporativos” ao interesse nacional.

 

INCAPAZES DE FALAR

Não sei o leitor, mas esse escriba não se surpreende com o comportamento dos políticos rondonienses (principalmente deputados) completamente mudos diante de tantas revelações sobre o propinoduto promovido pela Odebrecht em Rondônia. Em se tratando dos deputados estaduais dessa que é uma das piores (e mais pobres) legislaturas do parlamento, seria besteira esperar que eles corporificassem a indignidade do povo sobre a prática da corrupção de governantes, sindicalistas e outros personagens que se venderam aos ditames da Odebrecht.

COMO VEREADORES

Os “nobres” representantes do povo permanecem no mesmo script da enganação, agindo ainda como “vereadores de luxo” e, portanto, incapazes de repercutir e tratar desses assuntos de corrupção na tribuna da Casa. Preferem deitar falação sobre coisas tão bizarras como a cobrança de taxas dos comerciantes da rodoviária de Porto Velho. E não fazem isso para serem irônicos. Fazem isso imaginando que estão “agradando” o eleitor, como se esse não fosse capaz de compreender a diferença do edil para o deputado. É inegavelmente uma maneira de ofender a inteligência dos cidadãos-contribuintes-eleitores. São deputados que não acreditam mesmo com tudo o que ocorre no país, que essa hipocrisia será punida pelo voto popular nas urnas de 2018.

REPISANDO

A corrupção, endêmica e sistêmica, mostra que sem mudanças radicais nas regras do jogo, o país vai continuar produzindo em série, lideranças mais preocupadas com o próprio umbigo do que com o país. É isso que vem ocorrendo nas últimas décadas aqui mesmo, em Rondônia.

Ao não conseguir distinguir o que é público do que é privado, políticos rondonienses repetem a prática nacional, tornando-se cega, muda e surda em relação a qualquer projeto de uma Rondônia culta, desenvolvida, republicana.

CADÊ A SAÍDA?

Com sua visão distorcida do que venha a ser ética, nossa classe política acaba encarando como absolutamente normal o desmonte do estado social e o fortalecimento das corporações.

Que estado brasileiro conseguiria superar os entraves do subdesenvolvimento (econômico, político e social) com um parlamento pobre de ideias, de sólida representação, de bancadas resistentes a participar do debate dos grandes temas (muito pela mediocridade) para ficar nos assuntos paroquiais ou pontuais de vereadores? Seria Rondônia?

BANCADA FEDERAL

Quando se mira na qualidade de nossa bancada federal (de senadores e deputados) é difícil não chegar a uma conclusão desanimadora. Até parece que o político se elege deputado ou senador, para defender o setor a que pertence e não para votar leis que beneficiem o conjunto da sociedade. É desanimador saber que desse ninho de cobras pode sair nomes para governar o estado. E se o eleitor não melhorar sua visão das coisas, lá vamos nós de novo descendo a ladeira…

COMPADECIMENTO

Pelos esclarecimentos do irmão Valter veiculado na mídia a partir de ontem – da lavra de rábulas do personagem – por pouco não me compadeci do homem condenado no passado recente por formação de quadrilha e rombo de milhões, praticado contra os cofres do poder legislativo rondoniense, passando a vê-lo como um mártir – certamente muito diferente de Tiradentes – dessa republiqueta em que vivemos.

INOCENTE

E não é que esse inescapável personagem da tragédia rondoniense se julga – como esclareceu – totalmente inocente. Que sofrimento! O outrora perseguidor comandante do poder mais significativo de qualquer democracia está solto, graças à frágil Justiça que temos para punir quem mete a mão no dinheiro do povo. Do endereço anterior sobrou apenas uma tornozeleira… Pelo menos por enquanto.

PARA RELEMBRAR

Abril é mês de muitos significados importantes na história do país. Certamente uma das mais profundas é a saga vivida pelo Tiradentes. Mas abril é também fundamental para não esquecermos de que estamos vivendo o primeiro ano sem a tosca presença de Dilma no governo do pais.

É um alívio! Assim como é um alívio para nós de Porto Velho viver sem a figura lombrosiana daquele petista que transformou a prefeitura da capital numa espécie de Caverna do Ali-Babá. E daquele que teve uma longa permanência na vida publica rondoniense até chegar à prefeitura, onde passou um mandato inteiro falando asneiras todos os dias.

MUITO MELHOR

Em se tratando de Porto Velho temos ai o neo-político Hildon Chaves, o “Prefeito da Esperança”. Seu governo ainda não se revelou aquela Brastemp tão desejada por todos nós, mas isso pode vir a acontecer com as ações esperadas para o verão amazônico que se aproxima.

Hildon é bom (não tenho motivos para duvidar disso), mas precisa mostrar pulso, livrando-se do “pelotão” brancaleone de incompetentes que já começam a conspurcar o seu exército escolhido para enfrentar os desafios de arrumar uma cidade vítima dos prefeitos mequetrefes.

ALÍVIO CONTINUADO

Falastrões e arrogantes não podem permanecer intocáveis, insubstituíveis, enquanto puxam o governo municipal para trás… Como manter nesse grupo quem não foi capaz de cumprir a determinação do prefeito em relação aos camelôs? Como prestigiar um membro desse “pelotão” que realizou uma coletiva de imprensa para falar do malogro de um folguedo popular, quando bastaria simplesmente uma notícia distribuída pelo Decom?

Hildon Chaves é homem perspicaz, antenado com as aspirações populares. Não vai (assim espero) permitir que um punhado de brancaleones afunde o sentimento que ele vem representando de alívio continuado para os portovelhenses.

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