COZINHANDO
Esta é mais uma quarta feira típica da modorrenta política rondoniense. Praticamente não há grandes mudanças e nem novidades a registrar. No lado do Executivo, ainda estão cozinhando as alternativas existentes para a montagem final da maquina, esperando o resultado final da composição da mesa da Assembleia para estabelecer articulações de uma base que possa livrá-lo das pesadas ondas a serem enfrentadas no mar revolto de seu desgaste como figura não mais confiável sob o ponto de vista ético e republicano.
Assim, aproveitemos o dia para tratar de outro assunto que, pela pobreza dos interlocutores políticos locais, pouco se falou no estado de Rondônia, que é a quebra do sigilo bancário dos partidos políticos.
AGRUPAMENTOS
Sabemos todos que os partidos políticos brasileiros são agrupamentos de interesse como meio de grupo buscar chegar legitimamente ao poder para usufruir de práticas condenáveis, na maior parte das vezes, buscando o enriquecimento ilícito de seus integrantes, ao menos parte deles.
Acabar com o sigilo bancário dos partidos é um primeiro passo, mas ainda tímido, uma vez que para haver consulta popular e transparência nessas contas, para acompanhamento dos eleitores, ainda será preciso aprovação de lei no Congresso Nacional.
ESPERANDO MUITO
Não há muitos motivos para se dar as boas-vindas a todos os novos integrantes do governo que se inaugurou no último dia 1º, tamanha é a incerteza e as dificuldades que os esperam. Mas daqueles que forem capazes de pensar por si e de se posicionarem republicanamente diante dos riscos que rondam nosso estado se espera muito. Pelo menos para que dissipem nossos piores pesadelos.
ORIGEM DA FARRA
Fossem os brasileiros minimamente educados politicamente e teriam interesse em pressionar os senadores e deputados federais, além dos próprios partidos, para essa aprovação em caráter de urgência. Deveriam também pressionar para acabar com a farra da elevação anual do Fundo Partidário, que é também a origem dos muitos partidos pequenos, alguns chamados de aluguel, que proliferam na vida do continente tupiniquim.
SÓ NANICO
É possível que a quebra do sigilo, se levada a sério, acabe com a festa de muito dirigente dito de partido nanico, que vive dos recursos públicos do fundo. Na verdade, dirigir e ter um partido político acaba sendo um negócio, pois a administração desse fundo é, ou era, sem abertura das contas, fazendo muito dirigente partidário viver disso.
Claro que haverá negação, mas ninguém se iluda. Se o governo federal do PT usou criatividade contábil e até mudou lei para deixar na legalidade ilegalidades contáveis cometidas, por que os partidos haveriam de fazer diferente? Agora, pode ser que melhore. É bom enfatizar: pode ser.
É NO PAÍS
A situação de descalabro político não é uma exclusividade de Rondônia. A vida política nacional é tão corrupta, tão desavergonhada, tão sem compromisso sério com a probidade, a ética a moralidade, que vale tudo vindo o exemplo de cima.
Aqui em Rondônia, onde o governador reeleito ainda não completou o quadro dos agraciados com vagas no andar de cima, a sistemática continuará sendo a mesma. E por isso não causou nenhuma surpresa o anúncio de que nomes petistas já estão definidos (dois vereadores) para cargos no escalão governamental.
Quem se destacou na ordenha não vai ficar no sereno. Cargo bom não falta para acomodar.
CASA EM ORDEM
Como em se tratando de Rondônia o governo novo é apenas a extensão do continuísmo de seu primeiro mandato não dá nem para se falar em por a casa em ordem.
Como acreditar que Confúcio será, agora, um governo responsável, depois de apontado como líder de uma organização criminosa desbaratada nas operações da Polícia Federal? Difícil de acreditar que os chamados e nomeados atendem a critérios de competência e probidade.
Difícil acreditar, também, que os representantes do povo no parlamento façam com o rigor devido e necessário a fiscalização do Executivo.
DESFOCAMENTO
Embora o governo que começou nesse 2015 tenha sido alvo de alertas e de admoestações, continua fazendo ecoar patranhas e bravatas na Esplanada do Centro Administrativo da capital desde os primeiros dias desse novo ano, sem mostrar com nitidez as atribuições e as missões de cada membro escolhido até agora para o alto escalão, a maioria sem credenciais conhecidas e só indicadas para atender os chamados acordos partidários.
O governo pelo visto, ainda bota fé nos arautos e marqueteiros de sua grei, hábeis em desfocar o essencial, no só de sua aparência sombria, esvaziado pelos escândalos que rondam sua biografia; mas também em relação à sua incapacidade de fomentar o setor produtivo e conquistar investimentos para a implementação da infraestrutura necessária ao desenvolvimento rondoniense.
ATORES RUINS
Mas depois de muita tinta gasta sobre quem é quem, querendo o quê e para onde quer nos levar, não resta a menor dúvida que o rumo do estado que vai sendo apontado nas indicações do secretariado e dos cargos chaves para o funcionamento da máquina é incerto.
Pressinto que na pequeneza cada vez maior dos convocados a encenarem a farsa que lhes cabe e na audácia dos que realmente exercem o poder pouca coisa pode ser vislumbrada no horizonte.
É MELHOR REZAR
Depois de tudo o que se fez para promover rombos nos cofres do estado não há mais dúvida de estarmos no limiar da falência funcional do confucionismo.
Ao povo só resta rezar para que a canalhice de toda sorte revelada em operações como a Plateias (e várias outras) da PF e do Ministério Público (federal e estadual) não se repita.
COM A PENEIRA
Tá certo que esse prefeito de Porto Velho é um dos mais estéreis que a cidade já teve. Todavia, ninguém pode negar seu lado cômico. Pena que nossos chargistas ainda não atentaram para transformar seu besteirol numa fonte diária de humor caricato. Vejam essa manchete do último factoide distribuído pelo paço municipal: “Prefeitura de Porto Velho sinaliza 24 pontos turísticos”. Ah! Então deve ser por isso que a cidade vive tomada de “turistas” e que a rede hoteleira está completamente cheia. Só mesmo um prefeito gozador para vir com essa. Mais uma tentativa de tapar o sol com a peneira. Seria cômico se não fosse trágico.
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