Formado em economia e com MBA em Finanças Corporativas, Ricardo Braga fez carreira no mercado financeiro, em bancos e corretoras
O novo secretário especial da cultura do Ministério da Cidadania, Ricardo Braga, 50, é um economista paulistano que nunca atuou no setor cultural. Ele foi nomeado pelo presidente Jair Bolsonaro.
Formado em economia e com MBA em Finanças Corporativas, Braga fez carreira no mercado financeiro, em bancos e corretoras. Foi superintendente de operações do Banco Votorantim e deixou o cargo de diretor de investimentos do Andbank Brasil, um banco de investimentos europeu que opera no país desde 2011, para assumir o posto na secretaria.Segundo interlocutores que acompanham o caso relataram à reportagem, Braga foi indicado diretamente por Bolsonaro, sem consulta ao ministério comandado por Osmar Terra. Sua nomeação foi publicada em edição extra do Diário Oficial da União.
Em nota, na noite desta quinta-feira (5), Terra afirmou que a indicação de Braga “corresponde às necessidades da pasta em imprimir um maior dinamismo e eficiência” aos projetos da secretaria, “conforme também desejava o presidente da República, Jair Bolsonaro”.
Braga deve ter sua primeira reunião com o ministro nesta segunda-feira (9). Ele substituirá Henrique Pires, que deixou o cargo no final de agosto por não admitir que o governo imponha “filtros” na cultura (desde então, José Paulo Soares Martins estava no posto como interino).
A decisão de Pires de sair da secretaria ocorreu pouco depois da suspensão de um edital com projetos LGBT para TVs públicas.Na ocasião, ele disse à reportagem que aquele era apenas a “gota d’água” de uma série de tentativas do governo de impor censura a atividades culturais, e que há há oito meses vinha tentando contornar diversas tentativas de cerceamento à liberdade de expressão.
Segundo o agora ex-secretário, esses filtros estão se propagando pelo governo e as pessoas estão chamando censura “por outro nome”. “Ficou muito claro que eu estou desafinado com ele [Terra] e com o presidente sobre liberdade de expressão”, disse o então secretário. “Eu não admito que a cultura possa ter filtros, então, como estou desafinado, saio eu”, afirmou Pires, à época.
FONTE: FOLHAPRESS
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