FILOSOFANDO
Essa é do Machado de Assis (1839/1908), importante escritor brasileiro: “Há pessoas que choram por saber que as rosas têm espinho. Há outras que sorriem por saber que os espinhos têm rosas.”
O ABRAÇO E REALIDADE
Não deixa de merecer registro o esforço da cidadania em mostrar sua indignidade contra os governantes dessa cidade de Porto Velho (e por tabela do estado rondoniense) ao participarem no último dia 24 do “Abraço ao Galpão da Estrada de Ferro Madeira Mamoré”, às margens do rio Madeira, dia em que Porto Velho comemorou mais um ano de vida (101), pelo abandono generalizado desse patrimônio da história rondoniense.
Até senti vontade ir lá, mesmo com dores, devido a um ferimento na perna causado por uma queda na noite de quinta.
Fui informado do entusiasmo de quem lá esteve, mesmo assim não vejo motivo para mudar minha convicção de que essa manifestação popular praticamente não influenciará em nada nenhuma autoridade local (especialmente o prefeito) a mudar a conduta na ineficácia que virou marca registrada desses dirigentes públicos.
É DE ANGUSTIAR
É difícil falar de Porto Velho sem se angustiar, principalmente quem viveu a capital rondoniense de ontem, apaixonando-se por suas peculiaridades exclusivas, como os pequenos passeios dominicais na Madeira Mamoré. Primeiro até Santo Antônio (enquanto o Teixeirão era o governador) e depois até a cachoeira de Teotônio, graças à extensão da linha conseguida por Amizael Gomes da Silva, o vice-prefeito escolhido pelo Chiqulito Erse para concretizar o sonho até então impossível.
PARAISO BUCÓLICO
Entre os anos 70 e 80 quem vivia por aqui tinha essa nossa querida cidade como um pequeno paraíso bucólico, cercada de manifestações culturais e belezas por todos os lados. Valia até mesmo se arriscar a passar horas de convivência comunitária nas suas praças centrais onde nem se podia imaginar a decadência de hoje.
E tínhamos os mirantes de onde podia se apreciar o sol sendo colorido pela força da natureza sobre a floresta e o Madeira, bem como assistir o verdadeiro balé dos botos que estão hoje cada vez mais raros.
ESVAINDO-SE
Não será com esse tipo de manifestação (mais para o lado do apelo do ano eleitoral) que resolveremos a contaminação de risco colocada sobre a gestão da cidade, onde os ingredientes do comando da cidade são ineficiência, mentira, demagogia e mau-caratismo.
O tempo não preservou o que tínhamos de melhor. Nossos ícones foram todos destruídos e a cidade, comandada por esses maus políticos, despreparados e dominados pelo delírio da riqueza rápida, a qualquer custo fez a cidade se descabelar.
ABRAÇOS INÓQUOS
Com o comando dos Mauros da Vida e dos gestores camuflados em nomes filosóficos, a capital se envelheceu sem se conseguir a dignidade das idosas. Suas ruas encheram-se de estrias, suas noites cálidas ganharam os bafos dos perigos da insegurança. E até seus palcos por desfilavam as poesias e seus mais populares menestréis estão destruídos, esquecidos, como o grande ícone da EFMM.
Por entre a ineficácia de homens delirantes pelo poder, nem as madeixas louras que o sol desposou nos históricos mirantes sobreviveram. É cada vez mais difícil conter nos nossos abraços e nos coletivos a realidade. Ali, na praça (??) da EFMM, diante da realidade de destroços, não dá mais para amá-la (a cidade) como um dia nós tanto a amamos.
FALTA DE PREFEITOS
Não faz tanto tempo assim e a percepção era outra: nossas praças sadias pareciam fazer parte do corpo urbano. Hoje, pela falta de prefeitos comprometidos com a cidade, de políticos acostumados ao desamor de Porto Velho, nossa realidade é aterradora, como se clamassem não pelo abraço dominical, mas pela ação das autoridades imbuídas da obrigação de defender os recursos públicos e de mostrar tolerância zero à esperteza desses políticos de goela grande.
MAFUÁS
O que são hoje as nossas praças, começando pela da EFMM? São pardieiros, poleiros mafuás de ambulantes, covil de pequenos marginais, de drogados e de toda a fauna da escória humana.
E a noite dessa cidade rica de vida, com os seus Bangalôs da vida, com os seus Justinos, com suas Tabas do Cacique? Até isso esses desalmados prefeitos conseguiram acabar. Éramos sabidos e não sabíamos com nossas tertúlias e nossos filósofos de verdade, como o João Lobo nos tempos do Te Guenta e do Jangadeiros. Hoje tá difícil. Parece impossível voltar ao clima em que se davam as mãos para cirandar.
RECOMEÇAR
Que o tal “Abraço dos 101” seja o ponto do recomeço, culminando com novos vereadores, novos prefeitos, novas lideranças, com coragem para combater essa ditadura que se disfarça no politicamente correto e defrauda o patrimônio histórico e o erário. É pura constatação: esta cidade esta se tornando uma dor sem jeito e sem jeito ficará se no conseguir um prefeito que não seja o 40.
PROMESSA DE PETISTA
Prefeita de Presidente Médici, a petista Lurdinha, está eufórica com esse ano que lá, como disse, não sofrerá qualquer restrição em termos de obras públicas, apesar da crise do país. Conhecida como Lurdinha do Sindicato, a prefeito promete entregar nesse ano quatro Unidades Básicas de Saúde – UBSs. Ela promete entregar também a nova sede da prefeitura, as novas instalações da Feira do Produtor; a reforma do centro de saúde da Fundação Sesp; reformas de escolas e construção de novas unidades hospitalares. Tomara que tudo isso não passe de promessas comuns em anos eleitorais.
REDUÇÃO DE BOLSAS
O ministro da Educação, Aloizio Mercadante, explicou que a queda de 4% na oferta de bolsas por meio do ProUni se deve à reprovação da qualidade de 97 instituições de ensino superior, que estão sob supervisão do MEC.
“Não vamos dar bolsa onde não tem qualidade. É um investimento do estado, as instituições estão tendo isenção fiscal. Então, nós queremos que os alunos tenham a bolsa sempre com qualidade nos cursos”, asseverou o Ministro.
EM LINHAS GERAIS – por Gessi Taborda
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