FILOSOFANDO
“Uma crise monetária não é a causa, mas a conseqüência de uma má administração político-econômica de um país. Dizendo bem… nossa crise econômica — que também é ética — se origina, fundamentalmente, no dinheiro que foi roubado.” JORGE LUIS BORGES (1899/1986), escritor, poeta, tradutor, crítico literário e ensaísta argentino.
SICÁRIO
Não consigo esconder minha decepção embora não seja surpresa constatar a safanagem praticada por um dono de site contra este velho jornalista para aprofundar o processo de perseguição política, nascido da vontade de parlamentares incapazes de conviver com as críticas do jornalismo independente. Esses “representantes do povo” (tirando as honrosas exceções), acostumados às práticas antirepublicanas e aéticas, preferem intimidar as vozes críticas e discordantes do que adotarem práticas de conserto dos desvios. E encontram apoio de dedos duros que se colocam a serviço daqueles que pagam os sicários com o próprio dinheiro do povo.
VLADO
Foi a ação de um desses canalhas do jornalismo que, nos anos mais pesados da ditadura do Brasil, levou para o DOI-CODI o jornalista Vladimir Herzog que acabou sendo assassinado, tornando-se o grane mártir da imprensa brasileira. Quem pedia sua prisão era nada mais do que um festejado colunista daqueles tempos, apresentador da famigerada “Coluna 13” apresentada na TV Bandeirantes.
Quando ficou estabelecido o papel indigitado do tal “colunista” ele foi repudiado pela categoria, isolado do meio mas já era tarde. Vlado foi morto naquilo que se chamava de “Tutoia Hilton”, um centro que a história registra como antro de torturas e eliminação de opositores.
FÉ INABALÁVEL
O colunista sabe da capacidade de promover maldades que esses “senhores” têm. É mesmo de assustar, mas nem por isso haveremos de entregar os pontos. O nosso exercício da profissão de jornalista sempre passou pela ética e pela preocupação social. E nem quando somos perseguidos mudamos nossa fé inabalável nesses pilares.
DIREITO DEMOCRÁTICO
Acreditamos na Justiça e não acreditamos que o nosso Poder Legislativo vá assumir o papel de Casa dos Horrores, frustrando as aspirações de uma verdadeira democracia republicana, como instrumento de impingir dor a quem sempre se negou fazer o papel da imprensa amestrada. Vamos lutar bravamente pelos nossos direitos, com as armas disponíveis no estado de direito democrático.
LAVA JATO
Nunca foi tão necessário passar a limpo a política do Brasil todo. Nunca se viu a corrupção tão institucionalizada, mas as revelações afloram e chegam à opinião pública como nunca aconteceu. Aí está a Lava Jato cumprindo um papel que ninguém esperava na dimensão atual. E tudo começou com uma denúncia de maracutaia num posto de gasolina. É claro que aqui também chegará o momento em que nosso MP vai crescer muito, vai realmente enfrentar os bolsões das corrupções alimentando os ralos por ondem se esvai o dinheiro do contribuinte.
OPERAÇÃO DOMINÓ
Certamente não devemos perder as esperanças. Nossas instituições vão dar as respostas às perguntas que constantemente afloram as mídias sociais, como uma feita repetidamente pelo jornalista Edson Lustosa sobre “quando o Judiciário” vai julgar o titular do legislativo por sua participação na “Operação Dominó”, responsável pela prisão de alguns de seus antigos colegas. Ainda não temos por aqui um Sérgio Moro, mas certamente temos ainda homens que honram a toga.
RIDÍCULO
Para quem conhece o parlamento rondoniense desde sua fundação, é doloroso se deparar com a realidade absurda em que ele caminha na atualidade. Para quem acompanhou de perto as primeiras legislaturas, quando homens da envergadura de um Silvernani Santos, um Amir Lando, um Jerzy Badocha, um Ronaldo Aragão, um Jacob Atalah, entre vários outros, quando compara com o que hoje acontece (salvo as poucas e honrosas exceções) não acredita que os parlamentares façam o papel ridículo de transformar aquela Casa do Povo numa enorme passarela das vaidades com espetáculos tão grotescos como a distribuição às carradas de mimos legislativos com o simples objetivo eleitoral.
CONFUSO
O mais confuso é o que se pode verificar nos meandros da gestão, especialmente no gasto exagerado e sem justificativa de benesses (na concessão de diárias) aos aliados ou “indicados” pela mídia domesticada, isso sem se falar de muitas outras prebendas. É uma pena que o atual presidente não demonstra nenhuma aptidão para ser um exemplo democrático para o estado.
Um homem doutrinado nos mais importantes dogmas do cristianismo prefere se manter ancorado no passado tomando decisões alimentadas pelo ódio da ignorância e das influências nocivas de pares descolados da realidade atual. Até parece que não tem a menor ideia de impor a ordem democrática, ética e republicana numa instituição que vive em estado de desgaste diante de uma opinião pública que pouco acredita nela.
PURA FUMAÇA
A trama urdida para desacreditar esse escriba que por décadas cumpre seu papel como profissional de imprensa e como servidor público (sem nunca ter respondido até agora qualquer ação desabonadora) é, como se verá ao final, pura cortina de fumaça.
O mais entristecedor de tudo isso é saber que tudo não passa de fruto das deficiências de homens públicos convencidos de são “donos” poder e por isso podem manobrá-lo de forma discricionária contra aqueles que não rezam pela sua cartilha.
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