Em Linhas Gerais

Não mudou nada: nicho de empreguismo permanece na ALE/RO – Por Gessi Taborda

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Mas, não é só pela reforma da Previdência que o Brasil clama. As reformas tributária, fiscal e política são fundamentais para que o Estado diminua e a insegurança jurídica desapareça. Sem estas reformas a insegurança do investidor  permanece e o capital foge para outros lugares, mesmo reconhecendo o imenso potencial do país. O investimento empresarial é necessário para que ocorra a oferta de emprego e a geração de renda.

FACEBOOK

O jornalista Edson Lustosa fez inquietantes alertas sobre políticos de Rondônia, como o presidente da Assembleia Legislativa rondoniense, Laerte Gomes, que poderá na previsão do Edson encarar brevemente alguma ação policial dos “gmens” da Federal, repetindo o desfecho de ex-presidentes daquele poder presos ou foragidos da Justiça.

O jornalista, um franco atirador com presença constante no Facebook, é bem informado e garantiu revelações mais consistentes e detalhadas sobre seus alvos. A este colunista Edson garantiu que não faz as denúncias diretamente ao MP do estado por não acreditar em seu interesse em investigar e nem em sua eficiência, já que uma vez apresentou denúncia ao órgão e ela “foi engavetada” para manter sem investigação uma fraude.

As arpoadas de Edson no Face são constantes. Deveriam motivar pautas da nossa “corajosa” mídia investigativa local, coisa que na verdade não existe mais.

DEPENDÊNCIA

Aliás, a mídia cabocla vive os estertores de sua morte anunciada há muito tempo aqui EM LINHAS GERAIS, exatamente por sua ligação de dependência antiga com os gestores das instituições do estado, com seus poderes constituídos. Essa dependência de verbas publicitárias oficiais e de outros favores governamentais continua sendo muito grande.

Talvez seja essa dependência da mídia acovardada que justifica o desinteresse em investigar os indícios de corrupção em instituições do estado, não levando a sério as dicas do Edson Lustosa. Essa mídia não só se cala como cria barreiras ao jornalismo independente. Aliás, esse foi o motivo principal de bloqueio a essa coluna em sites claramente negocistas do estado.

JORNALÕES

A mídia está ferida de morte. As redes de TVs não têm nem audiência e nem credibilidade. E entre os jornalões sobrou apenas um pertencente a Senador condenado, está na UTI em estado moribundo, com credibilidade zero. Os meios tradicionais estão desorientados e fragilizados também no seu caixa, alimentando a esperança de que as burras dos governantes e das instituições voltem para recuperar suas finanças. Daí, a falta de coragem de denunciar e investigar as negociatas que, pelo menos na visão do Edson Lustosa, estão acontecendo agora mesmo.

ASSEMBLEIA

É fácil entender a falta de preocupação da Assembleia Legislativa de Rondônia em combater gastos públicos exagerados. A farra com o dinheiro público é marca registrada naquele Poder. Daí o grande número de ex-presidentes condenados por fraudes, desvios e formação de quadrilha na Casa.

O último condenado (que ainda não está cumprindo pena) foi Maurão de Carvalho, candidato ao governo derrotado na eleição passada, pelo MDB. Maurão chefiou a Casa sem nenhuma preocupação com a austeridade. Muitos deputados de seu tempo agiram como verdadeiros larápios do erário.

DISSINTONIA

Muitas das expectativas sobre as mudanças políticas após as eleições do ano passado se frustraram em Rondônia. Até agora se constata que a dissintonia entre nossos políticos e povo, tanto no Executivo como no Legislativo, não mudou nada. Eles continuam debochando da população com seus gastos monumentais. Até agora não se sabe de nenhum esforço real para mudar o quadro tenebroso do passado recente de Rondônia.

EXEMPLO

Até parece que Laerte Gomes não acreditou, ainda, que o parlamento tem de dar o exemplo acabando com o empreguismo de apaniguados, amigos e cabos eleitorais de deputados, reduzindo também gastos em atividades que não são o fim do parlamento, como a tal da Escola do Legislativo, outro nicho de nefasto empreguismo.

Aqui fica uma pergunta ainda não respondida pelo chefe da Assembleia: Por que os servidores não são providos em sua ampla maioria por pessoal aprovado em concurso do quadro do Legislativo?

VISÍVEL

A disputa pela Prefeitura, algo que, mesmo distante, já aparece como ponto visível no horizonte, afinal, 2020 é logo ali. Com os resultados das eleições de 2018, o tabuleiro eleitoral já se mostra reconfigurado com o crescimento de uma legenda até então desconhecida e que hoje comanda o governo do estado. Negar que o PSL ganhou força junto ao eleitorado para sonhar com vitórias municipais no próximo ano é falta de conhecimento do andar da carruagem política.

Também o partido do deputado Leo Moraes, o Podemos, deverá participar do pleito no próximo ano com candidatos nas principais cidades. Em Porto Velho especula-se que o próprio Leo Moraes deve ser o nome do partido. Nesse tabuleiro o PSDB é certamente presença garantida, especialmente em Porto Velho, onde o nome do prefeito Hildon Chaves pode ser o ungido para disputar a reeleição.

INDEFINIÇÃO

Certamente o número de candidatos a prefeito no próximo ano pode superar os da eleição municipal anterior. É que com a mudança na legislação eleitoral os moldes das coligações do passado não existirão mais. Vale dizer que qualquer partido só terá chances de fazer vereador se tiver um nome na disputa do Executivo.

Mesmo assim a maioria dos partidos está indefinida quanto a nomes nesse momento, mesmo aqueles que conseguiram grandes votações nas eleições do ano passado.

VÔOS

O prefeito Hildon Chaves é com certeza um nome forte para disputar sua sucessão. Iniciante na política, Hildon venceu o pleito assumindo compromissos sem imaginar o tamanho do rombo que encontraria na prefeitura após mais de uma década de gestores esquerdistas. Isso lhe causou um desgaste mesmo tendo realizado até aqui uma boa gestão, principalmente tirando o município da bancarrota. Entretanto deixa claro que um novo mandato vai possibilitá-lo resgatar os compromissos erodidos pelos descontroles das finanças que conseguiu superar. Certamente é por isso que está disposto a buscar a reeleição. Afinal é um personagem novo na política rondoniense. Uma boa gestão municipal pode lançar um político para voos mais altos, com benefício para a democracia e o país como um todo.

FUSÃO

Ao se discutir reformas, deveríamos pensar em atribuir mais recursos e responsabilidades aos municípios. Assim, abandonaríamos a prática eleitoreira de criar municípios que não se sustentam e criaríamos meios de fundir municípios, por economia e bom senso.

Reformar, modernizar, avançar em Rondônia tem sido complicado pela formação de uma verdadeira casta ancorada em mandatos obtidos pela boa fé de nossa gente. Mas é preciso dar um basta nestes privilégios que fogem a realidade de um país melhor.

AUTOR: GESSI TABORDA –  COLUNISTA EM LINHAS GERAIS –  JORNALISTA

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